MINHA OBSESSÃO

VINTE E OITO

ZOE

- Não vou demorar. - Santi avisa, me dando um beijo.

- Okay.

Ele sai deixando-me sozinha. Seu pai está pata chegar, e, Santiago, foi buscá-lo no heliporto. Como não fica perto da casa, foi de carro.

Eu, continuo deitada tomando sol, já nadei na piscina, a água estava maravilhosa.

Estou nervosa com a chegada do Wilson, não sei nada a respeito dele, e imagino que ele também não saiba muito sobre mim. Santiago, disse que eu não preciso me preocupar com seu pai, mesmo assim me sinto insegura.

Mas como eu quero ficar ao lado do Santi, preciso me acostumar com a visita da sua família.

Um tempo depois, ouço o som da caminhonete. Sei que chegaram. Visto minha saída de praia por cima do biquíni.

Não sei se já devo ir cumprimentá-lo, ou esperar que eles venham, decido ir até onde estão.

- Olá. - falo meio acanhada.

Wilson me encara como se estivesse vendo um fantasma. Para um senhor cheio de problemas, como disse o Santi, ele parece bem forte.

- Então, você é a Zoe? - pergunta.

- Eu sou. Muito prazer, senhor.

- Me chame apenas de Wilson.

- Okay.

- Vou instalar meu pai e já venho. - Santi diz.

- Posso estar velho mas não sou aleijado, posso ir sozinho. - Wilson rosna.

- Certo, faça como quiser.

- Na verdade, precisamos conversar. Siga-me.

Vejo a interação dos dois, não parecem pai e filho. Os dois homens frios, e pelo jeito sem muita paciência.

De repente, sinto uma saudade grande do meu pai, ele era tudo para mim. Já pensei em ligar diversas vezes, mas o que eu diria.

Hei, sou eu. Como estão?

Sabe estou morando um homem mais velho, ele é gostoso. Mas gosta de me algemar, bater, e eu adoro que faça.

Meu pai se decepcionaria comigo, ainda mais.

Me pergunto se ele ainda está com minha mãe, ou se finalmente se livrou dela.

Mesmo cheia de receios, pego o celular e disco o número do meu pai.

- Alô, quem é? - ouvir sua voz me deixa triste.

- Oi, pai. - digo quase chorando.

- Zoe. - murmura. - Meu Deus! Filha aonde você está? Com quem?

- Eu... Eu estou bem.

- Me diz aonde e eu vou buscá-la. - diz desesperado.

- Não quero voltar.

- Porque não?

- Estou bem, e segura.

- Mas... Zoe, sinto sua falta.

- Também sinto a sua.

- Volte para casa, filha.

- Já disse que estou em segurança.

- Com quem?

- Um homem.

- Meu Deus. - sussurra. - Sua mãe vai ficar louca quando souber.

- Ela... Vocês estão juntos?

- Claro que sim.

Não gosto da resposta.

- Eu preciso ir. - falo assim que vejo Santiago vindo.

- Zoe, posso te ligar?

- Eu ligo, quando puder.

- Estarei esperando.

- Tchau. - desligo.

- Com quem estava falando? - Santi se senta aí meu lado.

- Meu pai.

- Ligou para ele porque?

- Senti saudades.

- Falou com ele?

- Sim.

- E, sua mãe?

- Não conversei com ela.

- Porque não?

- Não deu tempo, e também não senti vontade de falar.

- Não quer ver sua mãe?

- Não.

- Parece que não gosta dela.

- Podemos mudar de assunto?

- Responda-me!

- Quer a verdade? Yolanda não é minha pessoa favorita.

- Conte-me sobre ela.

- Porque quer saber?

- Só fale.

- Não a muito que dizer. Minha mãe e eu nunca nos damos bem, somos completamente diferente. Ela disse que somos iguais, mas não acho.

Sempre brigávamos, por qualquer motivo. As vezes sentia que ela não me queria por perto, mal me dava atenção. Mas com meu pai a situação era diferente, ela estava sempre por perto, beijava o chão que ele pisava. E, quando eu me aproximava dele, ela não gostava. Tirava meu pai de perto, nunca o deixava tão perto.

- Sua mãe estava competindo a atenção com você?

- Talvez.

Santiago fica tenso ao meu lado.

- Podemos mudar de assunto agora?

- O que conversou com seu pai?

- Nada de mais. Ele perguntou onde eu estava, e se eu voltaria pra casa.

- O que você respondeu?

- Que estava bem, e não voltaria.

- Boa resposta. Porque você não vai a lugar nenhum.

Saio do lugar, monto seu colo.

- Eu não quero ir. - digo beijando-o.

Meu lugar era com Santiago, hoje e sempre.