DEZOITO

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ZOE

- E, então? Estou esperando sua resposta. - ele continuava me pressionando.



Eu não queria falar daquele assunto, era doloroso pra mim.



- Eu fiz uma coisa ruim.



- O quê?



- Não quero falar.



- Zoe, não estou te dando escolha. Você vai contar, e eu quero a verdade.



- Porque tenho que falar sobre mim, mal sei sobre você.



- Não sabe nada de mim, por que nunca quis perguntar.



- E você contaria?



- Sim.



- Tudo?



- O assunto em questão não sou eu, e sim você.



Ele não deixaria a história passar.



- Eu feri minha mãe.



- Como?



- Joguei água quente nela.



- Por quê?



- Ela me estressou, falou coisas que eu não gostei. Acabei perdendo o controle, quando dei por mim, já tinha jogado a água nela.



- Sua mãe devia ter te deixado bem nervosa.



- Sim, ela sempre conseguiu me tirar do sério.



- Sempre?



- Isso.



- Você já machucou ela antes?



- Não.



- Mas quis?



- Sim.



- Zoe você tem problema para controlar sua raiva?



- Um pouco, talvez.



- Só um pouco? Você machucou sua mãe, bateu em Lana sem motivo. Eu devo me preocupar que você vá surtar em algum momento?



- Eu não sou louca, não vou sair por aí batendo nas pessoas. Só acontece quando fico muito estressada.



- Um ano na clínica não foi suficiente para te ajudar a ter controle?



- Não, eu fingi que estava bem. Que eu tinha melhorado, na verdade, eu só queria ir embora logo de lá. Se eu dissesse que ainda não estava bem, acabaria apodrecendo naquele lugar.



- Você mentiu.



- Eu fiz.



- Como foi voltar para casa?



- O que você acha? Péssimo, lógico. Minha mãe não me olhava, meu pai não sabia como agir. Ele até se esforçou para fingir que estava tudo igual, mas nós sabíamos que nunca seria nada igual.



- Yolanda se feriu muito?



- Como sabe o nome da minha mãe? - pergunto curiosa.



- Estava no seu registro.



- Não foi certo pesquisar sobre meu passado.



- Como sua mãe ficou?



- Ela teve queimaduras no rosto e pescoço, não ficaram fortes as cicatrizes, mas dá para notar. A água não estava tão quente, o que foi bom, não prejudicou tanto ela.



- Você já havia tido outro surto antes?



- Sim, meus pais queriam me internar quando aconteceu, porém, meu pai resolveu me dar outra chance.



- Quanto tempo seus pais estão juntos?



- Porquê quer saber?



- Curiosidade.



- Sobre eles?



- Eles fazem parte da sua história, então, quero saber.



- Eles estão juntos a muito tempo.



- Entendo.



- Você vai me mandar embora?



- Porque eu faria isso?



- Bom, agora você sabe meu passado, pensei que não iria me querer por perto.



- Todos temos falhas, erramos, é normal. E, se sua mãe está com cicatrizes hoje ela é a culpada, se não tivesse te deixado nervosa nada disso teria acontecido.



- Pensei desse jeito também, por um tempo.



- Então, continue pensando. Você não é a culpada, ela é.



- Obrigada por não me julgar.



- Nunca faria, não por isso pelo menos.



Estava aliviada, Santiago compreendeu meu lado da história. Ele sabia que eu não tinha feito por mal, foi apenas um momento de raiva.



- Agora, suba e arrume suas coisas.



- Como é o rancho? - pergunto animada.



- Grande.



- Eu gosto de coisas grandes.



- Sei que gosta.



- Você vai nos levar?



- Não, vocês irão com Apollo. Eu precisarei ir para Houston, tenho que resolver um problema, encontrarei vocês no rancho.



- Problemas sérios?



- Nada que eu já não tenho resolvido antes.



- Não vai me contar o que vai fazer em Houston?



- Meu pai tem exames para serem feitos mas ele é teimoso demais para querer ir, Raphael não conseguiu convencê-lo, então, eu terei que ir. Feliz agora por saber?



- Sim, muito.



- Pode subir agora.



- Posso perguntar algo antes? - eu precisava falar a respeito, não iria conseguir deixar simplesmente passar.



- Pergunte.



- Como você escolheu a Lana para se casar?



- Por que eu não escolheria?



- Pelo óbvio, ela não ama você.



- Não quero o amor dela, quero apenas o desejo.



- E, se ela não te desejar mais?



- O que você está sabendo?



- Nada, só tenho essa dúvida.



- Zoe você mente mal, sei que Lana está estranha ultimamente, mas estando comigo no rancho posso fazê-la voltar se interessar em mim.



- Não acho possível.



- Eu conseguirei.



- Muito convencido.



- Chame do que quiser.



- Você vai continuar me procurando?



- Esse é o seu medo? Que eu pare de vir vê-la, não deixarei de vir foder sua boceta.



- Não deveria mais eu gosto das suas palavras chulas.



- Se eu encostar um dedo na sua boceta ele vai sair molhado, não é?



- Com certeza.



- Fique preparada Zoe, não é porque estaremos no rancho que eu não vou te foder como gosto.



- Estarei esperando ansiosa.



Mal podia esperar para tê-lo enterrado no meio das minhas pernas.




MINHA OBSESSÃOWhere stories live. Discover now