QUARENTA

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ZOE



- Zoe, está tudo bem aí? - papai bate novamente na porta do banheiro.



- Estou sim. - respondo para tranquilizá-lo.



Mas na verdade, eu estava em pânico.


Ver as duas barrinhas vermelhas naquele teste de farmácia, me fez sentir medo, alegria e ansiedade.


Tem duas semanas que notei mudanças no meu corpo, meus seios estão mais sensíveis, eu estou mais emotiva. Os enjoos matinais, chegaram para me aterrorizar.


Saio do banheiro e corro para o quarto onde me tranco.


Fazem cinco meses que não vejo ou falo com Santiago, ele cumpriu com a palavra, e me deu o espaço que pedi.


Desde então, estou morando com pai em Ohio. Ele vive em um apartamento pequeno e bonito, sei que não estou incomodando, mas agora com um bebê, o lugar vai ficar menor ainda.





DOIS DIAS DEPOIS




Estamos sentados no sofá comendo bobeiras, e vendo filme. Não consigo prestar atenção, minha mente está longe.



- Quando você vai contar para ele? - papai pergunta de repente.



- O quê?



- Não dizer sobre o bebê?



- Quando descobriu?



- Você só chora, vive enjoada e sua barriga está com uma saliência.



- E, eu pensando que estava conseguindo esconder.



- Eu te conheço bem, filha.



Meu pai sabe toda a história, contei tudo quando vim morar com ele. Com razão, ficou puto com, Yolanda. Sei que ele também não quer muita conversa com, Santiago.


Papai me deu vários conselhos, e escutei todos mesmo que alguns eu não dei tanta importância.



- Estou com medo.



- Vai ficar tudo bem.



- Será que ele vai aceitar? Nos meses que estou aqui ele não me mandou nenhuma mensagem.



- Sei que vai.



- Como tem tanta certeza?



- Porque, Santiago me liga todos os dias para


Saber de você.



- Como é? - quase pulo do sofá.



- Isso mesmo. Ele não esqueceu você, Zoe.



- Eu pensei...



- Você precisa contar a verdade há ele, chega de fugir.



- Eu vou ligar, e contar.



- Não. Você irá para Dallas e se acertar com ele, você está fazendo os dois sofrerem.



- Eu só precisava de tempo para colocar minha mente no lugar.



- E, conseguiu?



- Sinceramente? Não.



- Vamos fazer assim, eu vou comprar sua passagem, e você vai vê-lo.



- Obrigada.



- Só quero sua felicidade, Zoe.



Dallas - Rancho Holloway

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Dallas - Rancho Holloway




Chego ao rancho no horário do almoço, por isso não há muito movimento. Entro na casa, coloco minha mala no canto.


Uma onda de nostalgia me atinge, tantos momentos, bons e ruins.



- Olá, posso ajudá-la? - observo a mulher vindo da cozinha.



Uma linda ruiva, cheia de curvas e grandes olhos azuis.



- Eu... - não consigo falar direito.



Engulo o choro que se forma na minha garganta.



- Está tudo bem? Sou a Tonya.



- Aí meu Deus. - sinto falta de ar.



- Quer uma água?



- Eu... Hum, não. Acho melhor eu ir embora.



- Zoe, é você? - vejo Santiago vindo do escritório.



- Oi, sou eu.



- Pode ir, Tonya.



- Sim, senhor.



Quero ir embora, não acredito que ele tenha arrumado outra.



- Acho melhor eu ir, você está ocupado.



- O quê? Mas você acabou de chegar.



- Foi rápido. - rio sem humor. - Isso que você disse que iria me esperar.



- Você está pensando que eu tenho algo com a Tonya?



- E, não tem?



- Mas é claro que não!



- O que ela faz aqui?



- Tonya está substituindo a cozinheira, a mãe dela está doente.



De repente, sinto-me uma idiota.



- Sinto muito. - sussurro.



- Vem aqui, minha menina. - me jogo nos seus braços.



- Eu senti sua falta.



- Eu também.



- Temos que conversar.



- Precisa ser agora?



- Com toda certeza, não.



Meia hora depois somos um emaranhado de roupas.







MINHA OBSESSÃOWhere stories live. Discover now