MINHA OBSESSÃO

VINTE E NOVE

SANTIAGO

DUAS SEMANA DEPOIS

Estaciono a pick-up preta próximo a casa branca e amarela. Não estou tão perto para não chamar atenção, mas tenho uma ótima visão de onde estou.

Observo o homem no quintal, ele mexe em algumas flores, depois entra. Saí no novamente, dessa vez entra no carro e vai embora.

Continuo no mesmo lugar na esperança de conseguir vê-la, tenho sorte. Ela aparece minutos depois.

Yolanda, olha para todos os lados, senta no banco de madeira acende um cigarro. Ela parece não ter mudado nada, continua bonita.

Mesmo que tenha envelhecido um pouco, mas ainda é linda. Não como, Zoe, minha menina é única.

Vir até San Antonio, foi uma decisão inusitada, tomada de última hora. Desde que Zoe, começou a se comunicar com o pai, nenhuma vez quis falar com a mãe.

Minha curiosidade aguça. Mesmo sabendo que elas não se dão bem, tem algo a mais nessa história. Mãe e filha não são inimigas, então porque elas parecem ser.

Continuo observando-a, pensei em descer e ir falar com ela, mas opto por continuar no carro.

Meu celular toca, ignoro novamente, sei que é Zoe, a deixei dormindo quando saí.

Atendo o telefone após o som começar a me irritar.

- O que quer, Zoe?

- Não é a sua garota. - Jaxson resmunga.

- Atendi sem olhar o visor.

- Percebi.

- O que deseja?

- Santiago, o que está fazendo em San Antonio?

- Mas que porra! - grunhi. - Quem mandou você me rastrear?

- Fui até o rancho, Zoe, disse que saiu cedo e não avisou aonde havia ido.

- Aí decidiu rastrear meu celular?

- Responda, o que faz aí?

- Nada em especial.

- Está em frente a casa dela, porque?

- Porra, Jaxson! - rosno.

- Santiago, o que espera ao encontrá-la?

- Se quer saber se vou conversar com ela, eu não irei.

- Porque está aí então?

- Precisei vir como estava.

- E, então?

- Continua a mesma.

- Já pensou o que vai acontecer quando Zoe descobrir que é a filha da única mulher que você já amou.

- Ela não vai.

- Mas pode.

- Zoe, não vai descobrir. - digo irritado. - E, se fizer, não a menor hipótese de que me deixe. Não vou permitir.

- Vá embora daí antes que faça algo estúpido.

- Eu vou. - digo, olhando-a entrar.

- Quando estiver em casa me ligue.

- Okay. - encerro a ligação.

Ligo o carro e saio.

Pensei que ver Yolanda, pudesse despertar sentimentos antigos, mas não aconteceu. Nada, nenhum sentimento.

Nem amor.

Ira.

Ódio.

Paixão.

Nada.