- Eu posso ter batido a cabeça, mas certamente foram vocês todos que enlouqueceram!
Eu até tentei achar argumentos, mas era impossível discordar de Christian. Ele olhava para o grupo como se todos nós tivéssemos duas cabeças... pois bem, talvez a gente tenha mesmo.
Poncho, Annie, Dulce, Christhoper, Damian e Alice... estávamos todos reunidos ao redor da cama dele tentando convencê-lo de um plano maluco que com certeza não daria certo. Ainda assim, essa era a única forma que achamos de ajudar com que ele recuperasse ao menos uma parte das memórias.
- Acho que você não entendeu o espírito da coisa. Você esqueceu cinco anos da sua vida, tudo o que queremos é que passe um mês de férias conosco pra nos conhecer melhor. - Poncho argumentou.
O plano era um tanto bobo, no entanto o médico ressaltou que se quiséssemos fazer com que Christian recuperasse a memória, deveríamos primeiro fazê-lo lembrar do que não ficou apagado, ou seja, do tempo em que morávamos todos juntos. Não contamos a ele, mas a ideia era armar algumas situações que o fizessem recordar aqueles dias. O doutor disse que recuperar o que ele já sabe, serve para exercitar o cérebro e estimular a busca por novas lembranças.
- Eu já sei que você tem três filhas, já percebi que Dulce está grávida e que Arthur não é mais um bebê! Já sei que sou sócio de um escritório de advocacia e que moro em New York há quase um ano. Vocês já me contaram tudo isso, não vejo qual seria o benefício em viajarmos todos juntos.
- Primeiro, eu sou uma grávida muito pior que a versão original e segundo... por acaso alguém te deu escolha?
- Dulce!
- Mai, a Foguinho está certa. Nós realmente não vamos dar escolha. Afinal de contas é uma recomendação médica.
- Desde quanto um médico recomenda ficar hospedado numa casa com outros malucos? - Christian argumentou e ele tinha um bom ponto.
- Com licença, a Mai tá por ai?
- Nash? O que faz aqui?
De todas as pessoas que poderiam entrar naquele quarto de hospital, certamente Nash era a última que eu poderia esperar que aparecesse ali porque simplesmente ele e Christian não se conheciam então qual era o sentido?
- Mai! Que bom que eu te achei! - Nash me deu um abraço de urso que quase me sufocou. Ele tinha essa mania igual a Will, provavelmente não havia ninguém normal naquela família. - Estou ferrado! - Sussurrou ainda me abraçando. - Não me mate ok?
- E você quem é?
A pergunta veio de Christian e me surpreendeu. Desde que eu tinha entrado no quarto, recebi apenas um olhar raivoso e em seguida ele passou a me ignorar. Ele realmente me detestava, estava claro. Seria uma batalha dura, mas não havia a opção de desistir.
- Eu? - Nash perguntou olhando para os lados. - Oras eu sou o Nash!
- Eu quero saber o que faz aqui! Não nos conhecemos, não? - Os olhos de Christian se fixaram na mão de Nash que permanecia me abraçando pelo ombro. Por puro instinto, dei um passo para o lado me afastando um pouco dele.
- Ah não, eu sou o pri.... - Puxei a mão dele e balancei a cabeça levemente. Ele não deveria tocar no nome de Will, não ao menos por agora. - ... sou o pri... meiro cara do escritório a vir te ver! Então como está? Deve ser um saco estar no hospital tanto tempo né? Mas não se preocupe...
- Você me lembra... - Meu coração até acelerou. Olhamos pra Christian à espera de que ele dissesse do que lembrou. - ... alguém muito irritante! Alguém... com péssimo senso de espaço pessoal!
Ele lembra de Will! Eu teria caído pra trás se Damian não tivesse me segurado a tempo. Eu não quero me animar, mas... sim! Nós temos uma esperança! Alguma coisa, nem que seja uma faísca, Christian se lembra e no momento isso é mais do que eu poderia imaginar.
- Sabe de uma coisa? Nash vai com a gente também! - Damian anunciou me abraçando e puxando Nash também.
- Vou aonde?
- De férias, pro campo com tudo pago o que acha?
- Meu amigo o dia em que me ver recusar algo de graça pode me internar! - Nash concordou e então sussurrou. - Mas por que tenho que ir?
- Você o lembrou o jeito irritante do seu primo. - Damian respondeu.
- Isso por acaso é um elogio ou uma ofensa?
- Não importa Nash, só vá junto sim? A propósito, por que está aqui?
- Hummm... é.... nada demais.
- Nash!
- Não pode brigar comigo Mai! Lembra que eu vou viajar com vocês.
- Não entendo porque ele tem que ir junto! - Christian interrompeu e sua cara não era nada boa como nos últimos dias.
- Ué eu vou junto porque... somos amigos!
- Nós não somos amigos! - Christian falou e então arregalou os olhos. - Que sensação esquisita.
- O que foi? - Poncho perguntou.
- Tenho a impressão de já ter dito isso antes.
E com certeza ele falou! Eu perdi a conta de quantas vezes Will o provocou dizendo que eram amigos só pra ouvir Christian negar. Meu amigo cabeça de vento, sinceramente não sei onde está, mas onde quer que esteja, eu sou grata por nos ajudar mesmo não estando presente!
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Será que esse plano vai dar certo?

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Quem inventou o amor?
RomanceAfinal quem inventou o amor? Seja lá quem for o responsável, pode ter sido a pior invenção, mas é impossível viver sem. Amores do passado, amores do presente ou do futuro, amores inesquecíveis, amores engraçados e até aqueles amores que te fazem odi...