Céu azul: ok
Lago com patinhos: ok
Passarinhos cantando nas árvores: ok
Pequena Encrenqueira: CADÊ?
Levantei do gramado olhando para os lados. As recordações de meses atrás vieram no mesmo instante. Aparente nós voltamos para o mesmo lugar! Quer dizer... voltei e pelo visto sozinho já que Nick não estava nos arredores.
Eu devia me sentir apavorado por não vê-la, afinal ela sempre acaba se metendo em encrenca. No entanto, eu estava aliviado. Sim, isso mesmo, aliviado, porque se estou aqui e Nick não, significa a garota ainda tinha uma chance na vida e está tudo bem. Se tínhamos mesmo que escolher, melhor ela do que eu não? Afinal ela ainda tem muitas pessoas queridas, quanto a mim, só sobrou Mai e o desmiolado do Nash, mas sei que eles ficarão bem.
- Will? O que faz aqui?
Aquela voz... aquela voz! Me virei de olhos fechados morrendo de medo de abrir e descobrir que estava enganado. Que não seja alucinação, que não seja alucinação!
- O que está fazendo de olhos fechados? - A voz indagou e mesmo temendo me obriguei a abri-los.
- Pai!
Não pensei duas vezes antes de pular no seu colo. Quase caímos, mas ele conseguiu me segurar! O abracei com força. Eu estava com tanta saudade, mas tanta que não dá nem pra medir!
- Como se atreve a morrer sem me avisar antes?
- Menino você continua falando coisas sem sentido! - Ele riu e acabei rindo também.
- Me desculpe. Foi minha culpa você ter se assustado e vindo parar aqui.
- Deixa de besteira menino, era a minha hora você não tem culpa. - Tentou me tranquilizar e o abracei ainda mais forte. De certo modo eu me sentia culpado, mas estava aliviado de poder conversar com ele. - Tudo bem que estou morto, mas acredite, ainda preciso respirar mesmo nessa dimensão.
- Ah claro desculpe, desculpe! - Tratei de soltá-lo e tentei arrumar um pouco a sua camisa.
- Garoto você continua o mesmo! - Ele sorriu e então fez um cafuné, algo que eu detestava, mas ele sempre fez isso durante a minha infância e adolescência inteira. - O que faz aqui?
- Bem, é uma história um pouco complicada, mas essa é a segunda vez que venho aqui.
- Como?
- Bom... da primeira vez foi um acidente.
- E agora?
- Aí é que está. Eu ainda não sei. Viu por acaso aquele senhorzinho simpático que carrega umas chaves?
- Está falando do Pedro?
- Ele mesmo. Que bom que é seu amigo!
- Menino o que andou aprontando? Se sua mãe estivesse aqui já estaria puxando a sua orelha!
- Mamãe? Onde tá ela? - Comecei a olhar para os lados a procura dela.
- Sua mãe já voltou. Ela está bem e é isso o que importa.
- Está me dizendo que ela reencarnou? - Perguntei e ele assentiu. - E como está aqui tão tranquilo?
Depois da morte da minha mãe, meu pai não se envolveu com mais ninguém. Ele sempre dizia que pra ele só existia uma mulher na vida e que mesmo que ela tivesse partido, ele era feliz por ter tido a sorte de conhecer o amor da vida dele. Então ele estar tão calmo separado dela novamente me espantava.
- Porque eu sei que em algum momento iremos nos encontrar. Ela é o amor da minha vida Will, ou melhor, das minhas vidas. Não importa quem eu seja, se nessa ou em outra vida, meu coração sempre vai encontrá-la.

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Quem inventou o amor?
RomanceAfinal quem inventou o amor? Seja lá quem for o responsável, pode ter sido a pior invenção, mas é impossível viver sem. Amores do passado, amores do presente ou do futuro, amores inesquecíveis, amores engraçados e até aqueles amores que te fazem odi...