A viagem na pequena embarcação dos pescadores até Nassau foi um verdadeiro tormento. A instabilidade do barco e o mar agitado fizeram Nick enjoar terrivelmente e claro que eu não fiquei de fora. Por alguns instantes tinha me esquecido que consigo sentir qualquer desconforto físico que ela sinta.
- Garoto está tudo bem? - Sam perguntou quando me viu colocar a cabeça pra fora mais uma vez. - Não sei porque dei ouvidos aos dois. Deveriam ter esperado mais dois dias e não decidir ir embora assim de repente! Querida está tudo bem com você?
- Oh não se preocupe, estou ótima. - A Pequena falou e no instante seguinte estava me fazendo companhia com a cabeça para o lado de fora. Eu teria dado risada se não estivesse passando tão mal.
- Estamos quase chegando. Podemos procurar um médico, afinal é sempre bom verificar se o bebê está bem.
Nós apenas nos olhamos e em dois segundos o enjoo foi embora. As palavras de Sam eram o nosso alerta vermelho. Nick ainda estava brava comigo por inventar a história da gravidez, mas agora era tarde demais para desfazer a mentira.
- NÃO PRECISA! - Gritamos os dois ao mesmo tempo.
- Como? Menina é bom saber se está tudo bem com o bebê.
- Ela tem... um médico de confiança!
- Isso! Só confio nele, não quero nenhum outro! - Nick se apressou em concordar.
- Bem, então nesse caso se apressem em voltar pra casa.
- Em New York. - Respondi e entre tantas mentiras isso havíamos concordado em contar. O fato de morar em New York não nos levaria diretamente pras mãos do bando de Hassan, afinal muita gente vive lá.
- Puxa eu tenho uma sobrinha que está morando lá. Acho que há uns dois meses. Bem chegamos.
Mesmo me sentindo mal, reuni a coragem que precisava pra sair do barco com dignidade. Nick fez o mesmo, acho que ela estava realmente com medo de que Sam chamasse um médico caso ela desse vexame ao sair.
- Obrigado Sam. Nem sei o que teríamos feito se não fosse você.
- Isso não foi nada garoto. E quando nascer o bebê venham nos visitar. - Ele disse e Nick pisou no meu pé só de raiva. Acho que ela teria continuado se não estivesse sentindo a dor também. Pelo visto ela não vai me perdoar tão cedo. - Tem certeza que não querem que eu os leve ao médico?
- Absoluta! - Respondemos juntos.
- Bem então nesse caso sigam pela rua principal, ao final dela vão encontrar um prédio branco, é ali que fica a embaixada americana.
- Obrigada mais uma vez Sam. - Nick agradeceu.
- Não me agradeçam menina, mas se puderem me façam um favor.
- Claro, do que precisa?
- Mandem um beijo pra Alice sim?
- O QUE?
E foi exatamente ali que as coisas pararam de fazer sentido. Alice.... Alice... a esposa do Damian? Não ele não podia estar falando da mesma pessoa! Com certeza era apenas uma coincidência e...
- Digam à minha sobrinha pra ela e Damian darem um irmão ao Arthur logo.
Sam não esperou resposta. Apenas nos deixou ali no cais com cara de bobos e partiu de volta pra ilha. Então ele sabia quem nós éramos o tempo todo? Fizemos papel de tolos? Mas como... isso era possível?
Pensando bem eu não deveria duvidar de mais nada. A julgar pelos últimos acontecimentos, nada mais pode ser considerado estranho ou impossível de acontecer.
- Se ele sabe disso significa...
- Que Alice sabe que estamos vivos. - Completei e ela concordou. - Mas sabe, eu não entendo por que Sam falou isso apenas só agora?
- Bem nós não sabemos o quanto ele sabe, mas Alice deve ter alertado que era perigoso se soubessem que sobrevivemos.
- Faz sentido.
- O que eu não entendo é por que ele não nos deixou ir embora sem saber disso.
Foi então que a luz se acendeu! Mas é claro, por que eu não pensei nisso antes?
- Pequena o recado não era pra Alice.
- Não?
- Era pra nós.
- Que absurdo! O que temos que ver com o fato de Alice dar um irmão pra Arthur? Por acaso vamos ser nós a colocar o bebê lá dentro?!
- Deixa de ser absurda. Sam não quis dizer nada disso!
- Não? Então o que o gênio da lâmpada acha que ele quis dizer?
- Que ele sabia que você não estava grávida.
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Quem disse que o Will é cabeça de vento?

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Quem inventou o amor?
RomanceAfinal quem inventou o amor? Seja lá quem for o responsável, pode ter sido a pior invenção, mas é impossível viver sem. Amores do passado, amores do presente ou do futuro, amores inesquecíveis, amores engraçados e até aqueles amores que te fazem odi...