•˙Cassidy Parker ˙•
Seattle, Washington
Um mês depois.
Abro a porta com a caixa de papelão nas mãos, e a ponho no chão ao lado da porta de madeira branca. Finalmente com o pouco dinheiro da pista de patinação, comprei meu mini frigobar usado. Assim poderei considerar a possibilidade de jamais sair do meu quarto. Pelo tanto que gosto de dormir poderia facilmente ser confundida com um urso.
Estagno apenas para admirar a luz alaranjada natural atravessar as janelas cremes antiquadas. A parte que mais adoro nesse apartamento é o fato de tudo ser montado com total perfeição. Nossa casinha é tão esplêndida, relembra os prédios retrôs da França, tinha a estrutura toda branca de gesso com detalhes nas janelas arredondadas que faziam elevação do lado de fora. Moramos no terceiro andar, o último. É pequeno o prédio, por isso o espaço tão grande em cada andar.
Ponho as duas mechas medianas negras para trás da orelha e respiro fundo pouco cansada.
Agradeço por estar com meu cabelo novamente, deu uma claridade no meu rosto. E muito feliz em voltar para minha cor natural. Começo a rir sozinha lembrando da bagunça que fizemos na minha transformação. Como sempre Brooke sendo atentada.
– Seus fios realmente estão pouco estragados por terem sido múltiplas vezes descoloridos e pintados. – O cabeleireiro explica com detalhes meus fios. – Mas pelo teste ainda podemos colorir uma ultima vez e deixa crescer.
Ele organiza os produtos e começa a "transformação". As meninas apenas estão fazendo hidratação e as unhas.
– Vamos hidratar todo seu cabelo. E tingi-lo de preto deixando-o igual com o seu antigo natural. Depois, gata, posso indicar um remédio que pode ajudar no crescimento capilar que vai te ajudar a voltar a ter seus cabelos 100% naturais. O bom é que seu cabelo cresce bem, sua raiz já esta aparecendo. Assim quando estiver bem crescido poderá retirar os fios quebrados e seu cabelo estará naturalíssimo.
Após umas horas na mesma posição e com a música extremamente alta tocando. Brooke se levanta como quem não quer nada e anda em minha direção parando à minha frente.
– O que você quer? – Pergunto suspeitando de sua ação repentina.
– Nada. – Sorri travessa. – Só estava pensando... está faltando um brilho em você. – Se aproxima e me afasto um pouco quando toca meu rosto.
Sem deixar chances para pensamentos ela passa o pincel do esmalte rosa com brilho no meu rosto e pescoço.
– Sua... sem noção. Tá maluca? – Entro na brincadeira pegando o esmalte lilás e corro em sua direção.
Tirando os tropeções que tive no meio do caminho e o fato de eu quase dar de cara com o chão, consegui virar o potinho lilás no seu cabelo. Rimos por incríveis dez minutos e depois nos encaramos como se uma ideia incrível surgisse. E surgiu. Voltamos de fininho vendo Melinda agradecer por não estar no meio da confusão e pegamos mais dois potinhos de esmalte neon. Devagar chegamos perto dela e passamos no seu rosto, pescoço e braço. Começamos a rir enquanto vemos ela nos praguejar.
– Suas filhotes de Lúcifer. Criaturas abominantes, odeio ter vocês na minha vida. – Caio no chão de tanto rir e ela acaba cedendo à risada.
No final nos abraçamos ainda rindo, e pulando que nem palhaças de circo. Não nos importamos com o fato dos cabeleireiros estarem bem nervosos. Cinco minutos depois percebemos a bagunça que fizemos no espaço de fora e as manchas de esmalte que ficarão marcadas. Pelo menos será história para contar.
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Chamas Sedutoras
Romance"A dor se assemelha à uma bactéria, há vários tipos e podem ser sentidas de variadas formas, tanto física quanto mentalmente ou até mesmo os dois". Um roubo Uma investigação E talvez, no meio disso tudo, uma salvação ou como dizemos: "Uma luz no fim...