É praga de ex

279 35 14
                                    

Eitaaa, espero que gostem
Boa leitura amores ❤️

//

"Não diga dessa água nunca bebereis

Vai que bebereis

É pra praga de ex

Era pra ser um gole eu me afoguei"

                                             Izuku Midoriya

Isso só podia ser alguma piada de péssimo gosto!

— An, vocês se conhecem? — A mulher chamou-me atenção, quebrando totalmente o encanto e choque que se instaurou em mim no momento em que o vi.

Eu não sabia que ainda nutria sentimentos tão fortes pelo Katsuki, muito menos que eles poderiam me abalar tanto depois de seis longos anos. Suspirei. Aqui eu sou um profissional, não posso simplesmente me deixar levar por sentimentos idiotas novamente, ainda tenho uma paciente para atender.

Uma paciente.

Que é a mãe do Katsuki.

Que está me encarando como se eu fosse algum anagrama super estranho e inexplicável.

Atender a mãe do meu ex-quase-namorado.

— A-ah a gente?... B-bem…

— Não mãe — O que? — Vou te esperar lá fora.

Observei estático — e extremamente irritado — Katsuki sair do meu consultório. Certo, eu sei que disse que seria estritamente profissional e essas coisas, mas fingir que não me conhecia? Simplesmente negar sem sentimentos algum que eu não fui nada na sua vida? Isso é extremo demais até para ele. Suspirei, não é justo comigo mesmo deixar que cinco minutos na presença dele, me desestabilize tanto assim. Eu nem deveria deixá-lo tomar tanto dos meus pensamentos assim. Mas mesmo insistindo para os meus pensamentos não se deixarem levar por ele, mesmo me forçando a também tratá-lo como se não o conhecesse, meu coração não consegue abandonar a sensação gostosa que foi olhar naqueles olhos mais uma vez, sentir aquele magnetismo, aquele formigamento estranho que sempre me subia a espinha toda vez que o olhava.

— A-ah — Cocei a garganta e tentei novamente — Bem, vejo que veio para um retorno no cardiologista, certo?

Ela acenou para mim, uma expressão não muito boa no seu rosto, parecia não estar muito contente com a minha presença. Me pergunto se fiz algo de errado para ela, ou se Katsuki alguma vez comentou a ela sobre mim. Talvez seja só instinto de mãe lhe alertando que não sou alguém que marcou de forma positiva o seu filho. Engraçado, quem saiu machucado fui eu, afinal, então, porque agora me sinto como se eu tivesse sido o vilão?

— Isso mesmo.

— Enfim, vamos fazer alguns exames então? — Lhe perguntei sorrindo, mesmo que a sua expressão tenha continuado impassível, indiferente.

//

Céus, essa com toda certeza foi a pior consulta que já tive. Suspirei cansado. Talvez eu pudesse só deletar o dia de hoje, fingir que não aconteceu.

— Doutor? Já encerramos o expediente hoje!

Cantarolando alegre Momo adentrou na sala, sua expressão já dizia exatamente as suas intenções.

— Hoje não.

— Ah, qual é Izuku! Já faz uma semana que estou te chamando pra sair comigo, e nada de você aceitar! O Aoyama está achando que você está muito deprimido.

Suas palavras tinham um pouco de razão, talvez eu não estivesse de fato deprimido, claramente que não. Mas as coisas têm sido difíceis ultimamente, o trabalho ocupa tanto do meu tempo, que às vezes esqueço que tenho uma vida social, esqueço que poderia sair, que poderia ir a um restaurante e experimentar algo diferente ou até mesmo tomar alguma coisa na sexta à noite. Mas na verdade, não me sinto bem o suficiente para fazê-lo.

Colegas de quartoWhere stories live. Discover now