Quem vive de passado é museu

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Boa leitura meus amores ❤️
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Três dias se passaram desde o incidente no bar. Três intermináveis e agonizantes dias. Precisei de um tempo para mim, para poder me organizar novamente e principalmente arrumar a minha vida. Por conta disso, me afastei por alguns dias do hospital.

Foi muito bom poder passar um tempo comigo mesmo, me empanturrando de chocolates e sorvetes, e é claro, ignorando toda e qualquer pessoa — que não fosse a minha mãezinha — da minha vida.

Enfim, foi bom enquanto durou, mas agora me encontro em uma vídeo chamada com meus dois melhores amigos recebendo o maior sermão da minha vida. Poxa, eu já me considero um adulto responsável o suficiente para não precisar de ninguém puxando a minha orelha, por mais que eu tenha mesmo merecido. As coisas nem sempre são preto no branco, aprendi isso da pior maneira possível.

Durante esses três dias eu refiz várias e várias vezes aquele dia na minha mente, tentando descobrir se tudo seria diferente caso eu tivesse parado para ouvir, caso tivessem dado o benefício da dúvida para o Bakugou. Estaríamos juntos agora? Estaríamos felizes como estávamos há seis anos atrás? Fico me correndo pelas respostas de perguntas que nunca serão respondidas.

Mina me puxou de um grande que eu nem percebi ter entrado, reclamando histérica sobre como a fiz perder os cabelos de tanta preocupação.

— Mina, pela vigésima vez, eu estou completamente bem, não acontece nada de mais.

— Não minta para nós, Izuku! Quem é que fica incomunicável por três dias seguidos porque está "completamente bem"?! E outra, nós ficamos sabendo sobre o que aconteceu por aí — Ela exclamou, e enquanto fúria transbordava de seus olhos, eu apenas conseguia pensar em como diabos eles descobriram sobre esse assunto — Porque infernos você não contou que o Katsuki está aí em Seattle? E pior, que ele apareceu no seu consultório?

— A-ah, bem e-eu não achei que houvesse alguma necessidade d-de falar com vocês sobre isso! Porquê B-bem, não era importante!

Se estou mentindo? Lógico! Bem, na verdade a exatos quatro dias atrás isso não era uma mentira, mas agora, depois de saber tudo que realmente aconteceu naquele dia, é impossível dizer que essa situação com o Katsuki não é importante. É impossível negar que não penso nele a cada dois minutos, que não me lamento pelo que aconteceu, que não me culpo e que não fico me martirizando por tudo isso.

Eu fiz tudo errado, estraguei tudo e saber disso anos dois só torna tudo pior.

— Olha Zuku, a gente sabe que pra você o Bakugou está praticamente morto e tudo mais, só que se ele aparece do nada na merda do hospital em que você trabalha, e depois vocês saem se esbarrando na rua ou em qualquer esquina por aí, então acho que isso é sim importante o suficiente para que você fale para nós, ou ao menos mencione!

Denki estava certo. Mesmo se as coisas tivessem acontecido diferente, mesmo que tudo com o Katsuki fosse exatamente o que eu pensei que era, esconder tudo deles não me ajudaria em nada. Não me ajudou em nada.

— Eu sei tá legal? Mas eu não queria ter que reviver isso tudo mais uma vez, não mesmo.

— É, mas de uma forma ou de outra você reviveu, e agora não dá para voltar atrás.

Um suspiro frustrado escapou de meus lábios, meus dedos inquietos percorreram o meu couro cabeludo nervosamente, a ansiedade presente em meu corpo se tornou quase palpável. De alguma forma, meu lado racional ainda tentava encontrar alguma brecha na história do Katsuki que prove que ele está mentindo para mim, algo que me mostre que não estive errado por anos, todavia, a mais pura — e única — verdade, é que eu fui idiota demais naquela época, e agora estou pagando em dobro por todo sofrimento vão que nos causei. Céus, como eu queria poder voltar no tempo agora! Como eu queria poder apagar tudo isso e reescrever a nossa famigerada história.

Colegas de quartoWhere stories live. Discover now