𝘚𝘱𝘳𝘪𝘯𝘨 𝘈𝘸𝘢𝘬𝘦𝘯𝘪𝘯𝘨 - 𝘚𝘩𝘪𝘷𝘭𝘪𝘯

Capítulo 38: Pour terminer

Finalmente (adv.): Por último; usado para introduzir um último tópico, argumento, questão; afinal; em conclusão; ao cabo de grande esforço ou do que parece longo tempo; por fim.

"E no meio de um inverno eu finalmente aprendi que havia dentro de mim um verão invencível." - Albert Camus

Narrator's Point Of View

Hoje seria o grande dia, o dia do tão esperado e temido transplante de medula óssea, e Joalin não poderia estar mais paranoica.

Desde que Noah anunciara a data do transplante, Shivani não pôde mais receber nenhum tipo de visita por conta de toda aquela preparação e por mais que a garota não entendesse direito o motivo de tal restrição, ela não tinha escolha senão respeitá-la.

Mas esses três dias sem ver Shivani foram o verdadeiro inferno, ela poderia jurar que estava ficando louca de ansiedade e preocupação, mas hoje, ela realmente parecia que iria explodir.

Além de estar há três dias sem ver Shivani, estava há três dias sem notícias de Shivani! Nem mesmo Madison sabia de muita coisa sobre o estado da missy, Noah havia se encarregado de tudo e posto sua própria equipe a encargo dos cuidados de Shivani, por isso, a enfermeira havia sido escalada para outro paciente.

Isso fez Joalin chiar para tudo quanto é canto, afinal de contas, a enfermeira era uma das melhores, por que ele havia feito uma substituição de última hora?

Por mais que Madison dissesse que isso não era nada preocupante, a garota estava realmente paranoica, vendo obstáculo em tudo, deixando não só ela mas todo mundo de cabelo em pé.

Em três dias, Joalin havia conseguido se tornar a pedra no sapato de todo mundo e nem mesmo Diarra estava conseguindo lidar com ela.

Os nervos da garota estavam a flor da pele e nada que lhe falassem servia como acalanto, tudo que ela queria era saber como Shivani estava mas Noah havia se comprometido de corpo e alma ao seu silêncio profissional.

Era tudo ou nada, e independente do resultado, nada mais poderia ser feito depois dele.

Não era como se Joalin estivesse sendo pessimista, afinal de contas, ela foi a pessoa mais positiva até aqui, é só que o medo é maior que qualquer coisa, o medo de que todo o seu conto de fadas seja desfeito, o medo de perder Shivani sem nem mesmo a ter tido direito, o medo de perder todo o futuro que ela queria sem poder vivê-lo.

Ela era a pessoa que mais acreditava na missy, mas o seu medo era tão grande quanto a sua fé, e o medo é um inseto asqueroso que empesteia dentro da gente sem nem mesmo nos darmos conta e quando percebemos, já estamos agindo feito crianças pequenas correndo de baratas, não é algo racional mas é praticamente inevitável, e nem sempre conseguimos encontrar coragem o suficiente para matá-los todos de uma vez como numa lista de medos de infância.

Cinco horas da manhã e a garota não havia conseguido pregar os olhos por meio segundo sequer, virando na cama de um lado para o outro, sentindo o cheiro da missy nos travesseiros e aquele arrepio nervoso subir pela sua espinha sempre que conseguia relaxar.

De tanto balançar as pernas, sua mãe acabou por acordar, soltando um murmúrio nítido de reclamação.

- Eu não vou conseguir dormir.

Joalin disse com os olhos fixos no teto, batendo a cabeça repetidas vezes no travesseiro.

Johanna soltou outro murmúrio, dessa vez mais alto.

- Não adianta, eu não vou conseguir.

A mulher segurou a mão da filha, atraindo sua atenção de repente e fechou os olhos calmamente como se quisesse que Joalin a imitasse.