14° Laura (parte2)

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** Narrador**

Faltava quase uma hora para Laura sair de casa e ir á escola. Estava acordada e vestida com seu uniforme sentada de frente para janela em sua poltrona, olhava para o nada e fumava enquanto pensava.

Estava com raiva por tudo que aconteceu ontem, quase não dormiu com seu pai reclamando e gritando. Ela sempre soube que seus pais não aceitavam suas escolhas, mesmo assim a reação do seu pai a abalou muito.

Lucas abre a porta calmamente, se aproxima da irmã e senta em um puff perto dela. Ele tira o cigarro de entre os dedos da irmã e coloca em sua boca.

Lucas – Você não tem idade pra ficar fumando!

Laura – E você não é o menininho certinho do papai?! – diz pegando o cigarro de volta.

Ela continua olhando pro nada, os dois ficaram em silêncio por um tempo, mas Lucas logo o quebra:

Lucas – Eu... não queria que essa situação tivesse acontecido, não sou perfeito Laura! Só não me culpe tanto..

Laura coloca sua mão sobre as do seu irmão e dá um leve sorriso sem mostrar os dentes.

Laura – Nunca culpei você de nada! Só é difícil pra mim, entende?

Ele balança a cabeça positivamente e o silêncio predomina novamente, mas Lucas volta a falar:

Lucas – Ano que vem sabe onde eu irei estudar?! – diz tentando mudar de assunto – No colégio A.D.A!

Laura arqueia as sobrancelhas e olha surpresa para o irmão.

Laura – Nosso pai vai te matar!!

O Pai de Lucas paga o melhor colégio da cidade para menino na intenção que ele cresça e seja que nem o pai. Ele nunca quis pagar um estudo tão avançado para Laura, sempre achou perda de tempo e dinheiro fazer isso por ela.

Lucas – Eu não ligo!! Não vou ser como ele! – dar de ombros.

Laura – Será que não? – diz debochada, e Lucas rir – Cuidado para não cair na mesma sala que a princesinha! – rir.

Lucas – E se eu quiser ser da mesma sala que ela? – debocha – Ela que tenha cuidado comigo!!

Laura – Uiiii!! Que “medinho”!!

Lucas – Ei!! Sou muito mais malvado do que você pensa!

Laura se levanta, ajeita seu uniforme e pega sua mochila.

Laura – Você não é malvado, eu sei disso. – diz andando até a porta.

Lucas – Por quem eu amo posso ser até oque eu não quero!

A menina não liga muito para oque o irmão disse, fecha a porta e desce as escadas. Ela viu que seu pai não estava na cozinha e nem na sala, só deixou vários documentos e pastas em cima da mesa de centro.

Ela revira os olhos com a bagunça e vai até a cozinha, ele sempre deixa suas papeladas na mesa, antes de sair ele ajunta tudo com rapidez e sai apressado para o trabalho.

Laura aproveitou sua ausência e pegou um pedaço de bolo, ela não gostava de tomar café quando seu pai estava na sala ou na cozinha, os dois no mesmo ambiente já se tornou um incômodo.

Antes de sair olhou rápido para as papeladas na mesa, seus olhos passaram depressa mas conseguiu ler algo que a fez parar de andar:

“Mônica Caetano”

Ela voltou para a mesa e viu vários papéis com assinaturas de Mônica Caetano no final. A menina ficou curiosa e recolheu apenas os papéis com as assinaturas de Mônica colocando-nos na bolsa. Saiu apressada da casa e entrou no carro, ela sabia que não podia mexer nas coisas de trabalho do pai muito menos pegar qualquer documento.

Tortura no Cárcere - Síndrome de Estocolmo Donde viven las historias. Descúbrelo ahora