Capítulo 21

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Na manhã seguinte as coisas estavam indo muito tranquilas, eu ainda estava sorrindo que nem boba pelo beijo de ontem a noite e provavelmente não demoraria muito para uma daquelas três aparecer na minha porta querendo a mesma coisa.

Eu tinha muita coisa para resolver naquele momento, uma delas eu teria que decidir o que eu iria fazer com o comércio de minha tia, eu não ia conseguir dar continuidade ali sem ela, mas queria fazer uma coisa de cada vez.

Para acabar com a minha angústia, saio de casa mesmo não sendo uma boa ideia e vou até a loja do outro lado da rua. Começo a destrancar os cadeados e empurro a porta para entrar, a loja estava deplorável de um jeito… Havia poeira em todo o lugar, tudo estava sujo, já estava começando a dar teia de aranha e os ratos aproveitaram bem algumas coisas já que várias embalagens estavam abertas com alguns buracos.

— Que que eu faço agora? — Pergunto a mim mesma enquanto junto uma embalagem do chão.

— Acho que poderia começar com uma boa limpeza.

Me viro rapidamente para a porta e me deparo com Trina parada ali.

— O que que você tá fazendo aqui?

— Eu vi a loja aberta, então pensei que provavelmente você estaria aqui.

— Fique sabendo que você não é bem vinda aqui, fora daqui agora.

— Ai Amy, às vezes você é muito inocente.

— Sai daqui agora!

— Isso não vai rolar, só queria conversar com você.

— Mas eu não quero, então vai embora daqui.

— Você gosta de dificultar as coisas em, não é atoa que Miles está quase perdendo a cabeça e está prestes a fazer o pior… — Ela muda a expressão como se tivesse falado algo que não devia.

— Tem algo que queira me contar Trina?

— Não tenho nada, acho que agora é melhor eu ir mesmo — Ela me dá as costas e anda em direção a porta.

Corro em sua direção, agarro seu braço e a puxo para trás que a faz se afastar da porta, enquanto ela me olhava surpresa pela minha atitude eu giro a tranca da porta impossibilitando que ela saísse dali sem me dar uma resposta.

— Agora vamos conversar um pouco.

— O que você vai fazer comigo?

— Algo que eu já devia ter feito desde a primeira vez que me tratou mal.

Ela tenta correr para o fundo da loja, mas eu consigo alcançá-la e derrubá-la no chão.

— Você tá louca garota? — Ela levanta a voz.

— Sim, eu tô! — Subo nela e a consigo imobilizar.

Ela se debatia debaixo de mim, mas todas as suas tentativas foram em vão e então faço uma ameaça de que iria transferir um soco em seu rosto.

— Conta logo tudo o que sabe ou então é adeus rostinho bonito.

— Tá bom, eu falo, falo tudo. — Era possível ver desespero em sua voz. — É o Miles, tudo que está acontecendo é por culpa dele! A noite em que você foi pega no beco foi a mando dele. Ele espalhou para todo mundo que você trouxe membros de outra gangue para dentro do nosso território e todos sabiam que era mentira, mas ele está nos forçando a fazer essas coisas, a cada dia que se passa ele está ficando mais obcecado e doentio por sua causa. Ele não aceitou o fato de você ter recusado ele, alguns membros da nossa gangue falaram que ele deveria aceitar e seguir em frente, mas ele surtou e apontou uma arma pra cabeça deles, Miles está completamente fora de si e está apontando a arma para a cabeça de todo mundo para fazer o que ele quer. Ele disse que quer fazer você se arrepender e fazer você correr pros braços dele…

— Então quer dizer que eu levei uma surra de graça naquela noite? Você sabe o estado que eu fiquei por causa daquilo? Fiquei com vários hematomas e quase quebraram as minhas costelas! — Levanto a voz com ela e a solto. — O que é que aquele idiota tem na cabeça?

Eu acabei por socar uma prateleira que estava ao lado, mas só acabei machucando minha mão, eu estava com tanta raiva que eu não estava conseguindo pensar direito.

— Some daqui…

— O que?

— Eu disse pra sumir daqui! — Grito para ela.

Após ouvir meu grito, a vi se levantando rapidamente e correndo até a porta, ela consegue destrancar e sair da loja. Eu não estava acreditando que Miles estava fazendo tudo aquilo, ele estava ficando louco a cada dia e pelo visto iria piorar mais ainda e eu precisava fazer alguma coisa urgente se não ele iria transformar minha vida em um inferno.

Acabei por trancar a loja de novo e voltar para casa, eu não estava muito afim de virar um alvo de novo e talvez se eu chamasse as quatro ou uma delas eu me sentiria mais segura, mas eu não sabia como contatá-las, não tinha o número e o prédio onde elas ficava muito longe e a casa delas também então a única opção que me restava era esperar uma delas aparecer na minha porta.

Já em casa, outra dúvida ficou martelando na minha cabeça, será que a Ashley contou tudo o que aconteceu entre mim e ela para as outras? Ashley também disse que elas me desejavam, mas em que sentido ela quis dizer isso? Eu tinha muitas dúvidas e não sei se elas teriam todas as respostas que preciso… Eu só queria poder ver a minha tia mais uma vez e desabafar com ela, pedir seus conselhos mais uma vez, e eu… Sinceramente eu estava tão perdida no que fazer dali em diante, minha vida perdeu o sentido depois que ela se foi, a loja está uma zona de guerra e a casa, eu já não me sinto mais confortável ali.

Eu pensava constantemente que eu deveria vender a casa e a loja, pegar o dinheiro e tentar começar minha vida em outro lugar, ser feliz de verdade como minha tia falou.

— Acho melhor eu pôr isso em prática de uma vez por todas!

Roubo ao DólarWhere stories live. Discover now