Capitulo Quatro

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SINA CONKLIN
quatorze anos

                SABIAMOS QUE SERIA UM ERRO LEVARMOS TAYLOR PARA a casa de praia. Mas levamos mesmo assim. Taylor Jewel, nossa melhor amiga, minha e da Belly. Mais dela do que minha, mas costumava gostar de chamá-la de melhor amiga também. Os garotos da nossa turma a chamavam de tesouro, e ela fingia odiar o apelido, mas na verdade ela adorava.

Taylor sempre dizia que precisava nos reconquistar quando a gente voltava da casa de praia. Que precisava fazer a gente querer estar presente na vida real, com a escola, os garotos e os amigos. Por um tempo, deixei que ela tentasse me juntar com o amigo mais bonitinho do cara por quem estivesse obcecada no momento, mas depois de um tempo larguei de mão e deixei isso com a Belly.

Na verdade, com o tempo eu nem precisei mais da ajuda dela com isso. Os garotos vinham falar comigo por conta própria, ou pelo menos era o que eu pensava. Eu sempre recusava, não porque eu tinha medo ou algo do tipo, mas porque eu não sou muito de sair e a maioria dos garotos não era interessante realmente. Aqueles garotos não chegavam nem aos pés do Conrad ou do Jeremiah.

Belly sempre dizia que Taylor era a amiga bonita, para quem os meninos olhavam. Belly era a engraçada, que fazia os garotos rirem. E eu, bom, a sensata, que botava medo nos garotos. A que realmente só ia para manter elas na linha. Odiava que elas me vissem assim, mas isso fez com que elas parassem de me chamar para esses encontros idiotas então eu não me importava tanto.

A ideia de convidar Taylor, a principio fora de Belly, eu só fui na onda dela, mas nós duas sabíamos que não ia dar certo. Ela disse que talvez se levassemos Taylor com a gente, iriamos ser convidadas para os passeios noturnos calçadão e para os luaus na praia. Que finalmente seríamos convidadas para tudo. Era como se Taylor fosse tudo o que precisávamos para finalmente sairmos com os garotos, o que parecia uma ideia boa no início.

Taylor sempre implorava para que nós a levassemos. A gente resistia aos pedidos, dizendo que a casa ficaria muito cheia, mas ela sabia ser convincente. A culpa na verdade era nossa, já que estávamos sempre falando sobre os garotos e a casa. E, no fundo, eu queria que ela fosse tanto quanto ela e Belly queriam.

Fomos buscá-la no aeroporto com minha mãe. Ela usava um short curto e uma regata que eu nunca tinha visto. Quando a abraçamos, Belly perguntou:

— Onde você arrumou essa roupa?

— Presente da minha mãe — explicou, entregando uma das malas para Belly e outra para mim. — É uma graça, não acham?

— Muito. — Assenti, dando de ombros.

A mala que eu peguei parecia mais leve que a de Belly, embora ela estivesse muito pesada. Achei que ela talvez tivesse esquecido que só ficaria uma semana com a gente, e pela cara de Belly, ela pensava o mesmo.

— Ela está se sentindo culpada por causa do divórcio, então começou a comprar um monte de coisas pra mim — continuou Taylor, revirando os olhos. — Também me levou para fazer as unhas. Olha só! — Ela ergueu a mão direita, com as unhas longas e quadradas pintadas com um esmalte cor framboesa, estavam lindas mas me davam agonia só de olhar. Tipo, como ela tomava banho com aquelas unhas? E como veio passar o verão com Jeremiah, Conrad e Steven na mesma casa, com aquelas unhas?

— São de verdade?

— Claro! Dã! Eu não uso unhas postiças, Belly.

— Achei que você precisasse deixar as unhas curtas por causa do violino. — comentei.

— Ah, é. Mamãe finalmente me deixou largar o violino. Obrigada, divórcio! — Então completou, com um ar de quem entende do assunto. — Vocês sabem como é.

HEAT WAVES | CONRAD FISHERWhere stories live. Discover now