Capitulo Onze

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SINA CONKLIN
dias atuais

          AGOSTO CHEGOU DE REPENTE. ACHO QUE O VERÃO ACABA mais rápido quando a gente passa com alguém. Bom, pra mim passou rápido porque eu amava a casa de praia. Dizem que quando estamos nos divertindo ou tendo um momento bom, o tempo passa mais rápido. No verão, na casa de praia, era assim.

Belly estava sempre com Cam, então acabei ficando mais com mamãe e Susannah. Eu queria fazer novas amizades e tentar socializar mais, posso culpar Steven, Jeremiah e Conrad por não ter amigos aqui mas eu sabia que era tão minha culpa quanto deles. Eu podia sair com quem eu quisesse e conhecer outras pessoas, até porque eles nunca mandaram em mim como em Belly. Mas eu não queria, talvez achasse que seria apenas eu e Belly para sempre.

Eu estava feliz por ela, verdadeiramente. Mas confesso que me senti um pouco sozinha durante esse tempo.

O Sr. Fisher sempre ia para a praia na primeira semana de agosto; levava coisas que Susannah gostava, como croissants de amêndoa e chocolate com lavanda. E flores. Ele sempre levava flores, que Susannah amava. Ela dizia que precisava tanto de flores quanto de ar, que precisava delas para respirar. Tinha incontáveis vasos, e eu confesso que também amava.

Susannah também amava conchas. Guardava-as em uma taça. Quando voltava de uma caminhada na praia, sempre trazia uma porção delas. Ela as arrumava na mesa da cozinha e ficava as admirando. Eu sempre ganhava uma, até porque eu também amava conchas. Uma coisa minha e de Susannah era sempre trazer conchas uma para a outra. Eu sempre escolhia a mais bonita e dava para ela, porque sabia que ela iria gostar mais do que eu.

Naquela semana, perto da data em que o Sr. Fisher normalmente chegava, Susannah mencionou que ele não havia conseguido dar folga no trabalho. Tinha acontecido alguma emergência no banco, e seríamos só nos seis naquele fim de verão. Seria o primeiro ano sem o Sr. Fisher e sem meu irmão.

Depois que Susannah foi dormir, Conrad me disse, em uma conversa franca:

— Eles estão se divorciando.

— Quem? — perguntei, mesmo sabendo a resposta.

— Meus pais. É só questão de tempo.

Jeremiah o encarou.

— Cala a boca, Conrad.

Conrad deu de ombros.

— Por que? Você sabe que é verdade. Sina não está surpresa, está?

Não muito. Estranhei no momento em que Belly me disse que ele havia ligado.

— Eles pareciam se amar de verdade — comentei.

E pareciam mesmo, o que quer que isso significasse. Eu tinha visto um milhão de vezes: os olhares que trocavam a mesa do jantar, a animação da Susannah quando ele chegava a cada de praia. Eu achava que pessoas como eles não se divorciavam, só casais como meus pais.

— Eles se amavam — retrucou Jeremiah. — Não sei direito o que aconteceu.

— Papai é um idiota. Foi isso que aconteceu — respondeu Conrad, se levantando e encerrando o assunto.

Ele falou de um jeito seco, indiferente  mas aquele comportamento era estranho pra alguém que adorava tanto o pai.

Fiquei me perguntando se o Sr. Fisher tinha uma nova namorada, assim como meu pai. Se ele havia traído Susannah. Mas quem trairia Susannah? Era impossível.

— Não fala pra sua mãe que você sabe — pediu Jeremiah, de repente. — Mamãe não sabe que a gente sabe. Também não conte para a Belly.

— Não vou falar.

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