Capitulo Dez

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SINA CONKLIN
dias atuais


          FOMOS ANDANDO ATÉ O CARRO, MAS FUI PARADA POR UMA MÃO no meu pulso. Quando me virei, prendi a respiração.

— Você quer mesmo ir pra casa com eles? — perguntou Kevin. Quase ri, quem ele achava que era?

Conrad se virou, indagando:

— Quem é esse cara?

— Isso não é da sua conta — ignorei Conrad e respondi Kevin. — Agora vê se me deixa em paz.

O rosto de Kevin não vacilou nem por um segundo, mesmo quando eu tirei sua mão do meu pulso com força. Ele riu de forma sarcástica e balançou a cabeça.

— Espero que você bata com seu carro — disse docemente com um sorriso sarcástico, e então saí de perto dele. Passei por Conrad e Jeremiah, indo na frente.

— Entrem no carro. Deixei meu chapéu lá dentro. Já volto — disse Jeremiah.

Apenas assenti e entrei no carro.

Conrad e eu ficamos esperando no carro, em silêncio. Tudo parecia sinistramente quieto. Mesmo que só fosse pouco mais de uma da manhã, parecia que eram quatro da madrugada e o mundo inteiro estava dormindo. Eu estava feliz que ele não perguntou nada sobre Kevin, até porque eu teria que ignorá-lo, sou uma péssima mentirosa e Conrad sabia disso.

Eu não o reconhecia mais, não compreendia o jeito como ele agira. Estava cansada e com sede, já que abandonei minha água para salvar a vida do Senhor Suicida.

Soltei meu cabelo e o joguei para trás. Do nada, senti que Conrad tocava minhas mechas, correndo os dedos por entre os fios. Acho que parei de respirar. Estávamos imersos no mais perfeito silêncio, e Conrad Fisher estava brincando com meu cabelo.

— Seu cabelo parece o de uma criança, sempre bagunçado — comentou, baixinho. — Gostava mais quando tinha aquelas mechas roxas, te deixavam fofa.

Estremeci ao ouvir a voz dele. Parecia o som que o mar faz quando toca a areia.

Conrad Fisher havia acabado de me chamar de fofa.

Não falei nada. Nem olhei para trás. Eu me sentia como da vez que tive febre alta e tudo parecia borrado, confuso e surreal. Tudo que eu sabia era que não queria que ele parasse.

Mas ele parou. Olhei pelo retrovisor. Ele fechou os olhos e suspirou. Eu cruzei os braços, piscando algumas vezes e suspirei também.

— Sina — começou ele.

Eu me arrepiei. De repente, todos os meus sentidos estavam em alertas. Cada parte do meu corpo estava desperta. Eu prendia a respiração, esperando que ele continuasse.

Então Jeremiah voltou, abriu a porta e bateu com força. O xinguei em mil línguas diferentes. Aquele momento, frágil e tênue, ficou pela metade. Tinha acabado. Não dava para saber o que ele iria dizer. Os momentos, quando passam, não podem ser recuperados — eles simplesmente passam.

Jeremiah me olhou de um jeito engraçado. Parecia que sabia que havia interrompido alguma coisa. Dei de ombros, e ele saiu com o carro. Mas disse tudo o que precisava dizer apenas com esse gesto e meu olhar, Jeremiah me conhecia bem o suficiente para entender até as mais simples coisas que eu fazia.

Liguei o rádio e aumentei o volume.

"Cruel Summer" de Taylor Swift tocava, uma das minhas músicas favoritas. Comecei a cantar baixinho.

HEAT WAVES | CONRAD FISHERWhere stories live. Discover now