CAPÍTULO 6

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"Deveria ter percebido que você era encrenca desde o primeiro beijo. Você estava de olhos bem abertos. Por que estavam abertos?"
(Grenade - Bruno Mars)


ERAM EXATAMENTE DUAS HORAS, quando Isabela e Frederico chegaram na casa dela, após o primeiro dia de aula, e foram direto para o quarto de Isa. Ela tomou um banho e depois eles desceram para almoçar. Fred falou com a cozinheira da casa para colocar a mesa enquanto a namorada estava no banheiro. Após o almoço, ele teve que ir embora porque ia começar o treinamento na empresa do pai dele. Sua família é dona de uma das maiores e melhores empresas de construção, a "CMC" (Companhia Mancini de Construção). O pai dele estava arrastando todos seus irmãos, mas ele foi o único a aceitar o "emprego".


Após se despedir do namorado, Isa subiu para o quarto e se jogou na sua cama. Ela era redonda e rosa, com travesseiros brancos e rosa claros e colada em uma das paredes brancas do cômodo. Do lado havia janelas que iam até o chão com cortinas em tons de rosa. Ela passou a sua tarde atualizando suas redes sociais com fotos, vídeos de dança e uma gravando uma parte do vlog sobre sua primeira semana de aula.

Dona Mariana, mas se chamar de "dona" ela te olha torto, chegou em casa por volta das cinco horas e elas tomaram café da tarde juntas. Isso acontecia toda vez que Mari conseguia sair cedo de uma das suas lojas de roupas e acessórios. A "PVM" (Petúnia Vermelha Modas) era uma das melhores e maiores franquias do Rio de Janeiro, com lojas espalhadas por cinco shoppings. Ela se formou em administração e em moda e, com uma ajudinha de seu grande amor do colegial e marido há mais de dez anos, conseguiu abrir sua primeira loja no Shopping do Leblon e depois expandir para a zona norte e oeste.

- Como foi no primeiro dia de aula, filha? - Mari bebericou seu café. - Alguma coisa nova?

- Quase o mesmo de sempre mãe - Isa passou geleia na sua torrada. - Só alguns alunos novos que eu não gostei...

- Já arrumou briga no primeiro dia, Isa? - Mari levantou uma sobrancelha e elas riram.

- Claro que não mãe! - Isa bebeu um pouco do seu suco de uva. - Só meio que discuti um pouco com uma garota, mas nada de mais...

- Entendi, mas cadê seu irmão?

- Não o vi a tarde inteira, desde que cheguei do colégio. Deve estar no quarto jogando alguma coisa no computador ou no videogame.

- Antes da gente subir para a academia, eu passo no quarto dele - Isa assentiu e elas terminaram de comer.

Enquanto Isa foi para seu quarto se arrumar, Mari foi até o quarto do filho mais velho e bateu na porta, antes de entrar. Ela o encontrou de fone de ouvido jogando no computador, como a filha havia falado.

As paredes do quarto de Nathan eram pintadas de azul-cobalto. Sua cama era de casal e ia até o meio do quarto. As janelas que iam até o chão ficavam atrás da mesa do computador e ao lado esquerdo da cama. Seu closet ficava na parede ao lado e a mesa branca (que ele usava para estudar e onde ficava tudo relacionado ao colégio) e prateleiras de azul-claro (onde ficavam os jogos de videogame e troféus de natação) estavam ao lado da porta, na parede do lado direito.

- Vou ficar para a próxima, minha mãe chegou aqui - Nate falou e desligou o monitor do computador, girando sua cadeira para olhar para Mari.

- Como foi seu primeiro dia no colégio? - Mari sentou na cama do filho.

- Foi normal como todos os primeiros dias de aula - Nate deu de ombros. - Apresentações de professores, novos alunos, os clubes...

- Não conheceu um motivo para ir ao colégio? - Mari sorriu de lado.

- Do que você está falando, mãe? - Nate riu.

- De uma garota! Eu tentei usar uma gíria jovem e você não entendeu...
- Mãe, por favor, pare de tentar ser jovem - Mari olhou para ele e cruzou os braços. - Não estou te chamando de velha, só estou falando para não falar igual seus filhos.

- Tudo bem, eu entendi! - Mari gesticulou com as mãos. - Mas você não respondeu minha pergunta...

- Não mãe! Não conheci nenhum motivo que me faça querer ir para o colégio...

- Então nada de nora por enquanto?

- Não...

- Nem a Gigi?

- Como se já não bastasse a Isa, agora você também quer me empurrar para a Giovanna?

- E o que tem de mais nisso? Ela é bonita, gente boa, gostamos dela...

- Esses é o motivo: VOCÊS gostam dela, EU não gosto. Só vejo ela como amiga da minha irmã e irmã do meu melhor amigo.

- Tudo bem, não está mais aqui quem falou... - Mari se levantou da cama. - Eu e a Isa estaremos na academia.

Nathan balançou a cabeça e voltou a atenção para o computador, enquanto sua mãe saiu do quarto. Ela colocou sua roupa de ginástica e subiu para o terceiro andar da casa e encontrou a filha já correndo em uma das esteiras.

- Só esteira hoje filha? - Mari começou a se alongar.

- Acho que só mãe. Estou me sentindo muito cansada esses dias...

- Acho que você tem que tirar mais tempo para você.

- Mas tiro mãe. Faço as unhas todo fim de semana, vou ao cabeleireiro duas vezes no mês...

- Não é sobre isso que estou falando, Isa... - Mari a interrompeu. - Falo sobre fazer coisas que não são da sua rotina, coisas que você não precisa postar em alguma rede social.

- Mas gosto de postar mãe! Gosto de mostrar a minha vida para os meus seguidores.

- E eu não estou falando para você parar com isso - Mari começa a fazer agachamentos. - Só um tempinho fora da internet, às vezes é bom.

- Tudo bem, mãe... - Isa revirou os olhos. - Prometo que vou tentar - Mari sorri para filha.

- Sabia que ia encontrar vocês duas aqui - Will alegou, encostado no batente da porta.

William era formado em administração e T.I e era dono da "CTL" (Companhia Tech Lopez). A empresa era uma das melhores tecnologias do país. O título de presidente passou de geração em geração até o pai de Will passar para ele a filial do Rio de Janeiro e para o irmão do meio a filial de Londres.

- Chegou cedo! - Mari o beijou. - Aconteceu alguma coisa na empresa?

- Não, hoje só foram assinaturas de contrato e novos funcionários entrando na empresa.

- Tem certeza? - Mari tomou água e se secou com uma toalha de rosto. - Você parece meio tenso... - Ela fez massagem no ombro do marido.

- Minha mãe vêm jantar conosco hoje...

- O quê? - Isa desligou a esteira na hora. - O que ela quer fazer aqui? Destilar mais veneno?

- Isa mais respeito com a sua vó! - Mari ordenou e Isa bufou.

- Não sei filha... Ela só me ligou avisando que estava pegando o avião.
- Ela vai ficar aqui em casa? - Mari perguntou. - Sei que é a sua mãe, mas ela é difícil de lidar...

- Não, eu já paguei um quarto de hotel para ela.

- Se vocês me darem licença, vou tomar banho e me preparar porque essa noite será longa...

Isa entrou no seu quarto e foi direto para o closet. O closet dela era em tons de dourado e abrigava sua grande coleção de roupas, sapatos, bolsas e joias, além de ter um espelho enorme e um tapete felpudo rosê no meio dele. Lá também ficava sua penteadeira, com um espelho quadrado com moldura de lâmpadas, onde as maquiagens e seus perfumes eram guardados.

Só de pensar que terei que aguentar dona Cristina, falando que o Fred só está me usando para ser famoso e que ele deve me trair com várias, já começo a ficar com raiva.

Cristina ficou assim, depois que descobriu que, quando seu marido era vivo, a traia com várias na cama deles. Isa já tentou conversar com ela, seus pais também, mas não adiantou nada. Só porque o homem dela era mulherengo, Cris acreditava que todos também eram.

O banheiro de Isa era em tons de dourado e branco, com uma banheira de hidromassagem e um chuveiro inteligente. Ela preparou um banho de hidromassagem, deixou a água chegar até o topo e desligou, entrando na banheira.

Tomara que esse banho me dê muita paciência porque dá muita vontade de falar umas verdades na cara dela e uns tapas também! Ninguém merece uma avó assim...

Para vestir, a loira escolheu um vestido branco de alça fina e não tão curto, um salto também branco e acessórios dourados, como sempre. Fez uma maquiagem simples, mas impecável. Ela desceu para a sala de jantar lentamente, sem ânimo nenhum para aquela noite. Na primeira oportunidade que conseguisse de sair dali e voltar para o quarto, Isa estaria agarrando com unhas e dentes.

Minha vó é a ÚNICA pessoa da minha família que ODEIO com todas as minhas forças!

As oito horas da noite, Isa estava sentada no imenso sofá da sala, quando uma mulher de cabelos loiros, lisos e curtos e de olhos azuis passou pela porta acompanhada do pai dela. Cristina, mesmo aos sessenta anos, mantinha uma aparência impecável, com maquiagem, cabelo e unhas perfeitamente cuidados, e suas roupas sempre chiques e alinhadas.

- Vovó! - Nate sorriu, sendo o primeiro a cumprimentar a avó com um abraço. - Estava com saudades da senhora!

- Todos nós estávamos - Mari afirmou, também cumprimentando a sogra. - Não é, Isa? - Ela encarou a filha.

- Com certeza... - Isa forçou um sorriso, dando dois beijinhos na vó.

Depois da recepção, toda a família foi para sala de jantar e os empregados começaram a servir as comidas. Apesar de ser uma família rica e chique, nunca economizaram na quantidade de comida, como alguns restaurantes costumavam fazer...

- Como está a empresa, filho? - Cris perguntou. - A filial de Londres está a mil maravilhas, segundo seu irmão Jon.

- Está ótima, mãe - Will respondeu, bebendo um gole de suco de laranja. - Assinamos alguns contratos hoje com clientes que queriam aumentar sua segurança tecnológica nos negócios dele, tanto no plano para microempreendedores, quanto para grandes marcas.

- Que ótimo filho! - Cris sorriu, o encarando. - E você, Mari? Como está a sua loja?

- Muito bem, estou para abrir mais uma filial em um shopping na zona norte - Mari contou, bastante animada.

- Sempre acreditei no seu talento e tenho orgulho de ter sido a sua primeira cliente! - Cris disse e as duas sorriram uma para a outra. - E vocês dois? - Ela intercalou o olhar entre os netos. - Como estão indo nos estudos? E os clubes?

- Estamos indo bem, vó - Nate respondeu. - Estou conseguindo conciliar os estudos com os treinamentos para a competição de natação.

- E você, Isa? Como anda as aulas de canto? Está seguindo as minhas dicas?

- Claro, vovó... - Isa mentiu. - Óbvio que eu estou seguindo as dicas de uma ex-cantora, que está afastada a mais de vinte anos dos palcos...

- Foi o amor pelo seu avô que me fez desistir da carreira - Cris retrucou. - O mesmo amor que você sente pelo Frederico.

- Lá vem você querer comparar o meu namorado com o meu avô... - Isa revirou os olhos. - Você não cansa de sempre repetir a mesma coisa?

- Nunca vou cansar de falar a verdade para você - Cris respondeu. - Eu demorei muito para entender o que se passava no meu relacionamento com o Joseph. Se não fosse as pessoas à minha volta, não sei o que seria de mim hoje... E não quero que você demore tanto tempo assim para enxergar o que esse garoto está fazendo contigo!

- Acontece que eu e o Fred não somos e nunca seremos iguais vocês dois! - Isa replicou. - Pelo meu namorado, eu coloco a mão no fogo por ele e de olhos fechados! Se vocês me darem licença, ainda tenho que terminar um dever de casa - Ela deu uma desculpa qualquer e se levantou, subindo direto para o quarto.

- Vó, eu amo a senhora, mas o Fred é meu melhor amigo e não acredito que ele seja capaz de enganar a Isa assim... - Nate argumentou. - Mas, se ele fizer isso, você pode ter certeza que eu o farei se arrepender disso! - Ele disse firme e rapidamente mudaram de assunto, com o clima do jantar amenizando aos poucos.

 - Mas, se ele fizer isso, você pode ter certeza que eu o farei se arrepender disso! - Ele disse firme e rapidamente mudaram de assunto, com o clima do jantar amenizando aos poucos

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⌘ NOTAS DA AUTORA ⌘

O que acharam da família da Isa?Gostaram ou não? Esperam por isso ou alguma coisa diferente? Deixe sua opinião sobre esse capítulo nos comentários e até o próximo 💘

3. DESTINOS ENTRELAÇADOS: MARTINA & ISABELAWhere stories live. Discover now