Capítulo VII

43 8 47
                                    

Our song is the way you laugh
The first date: Man, I didn't kiss her and I should have
And when I got home, 'fore I said amen
Asking God if he could play it again

Our Song - Taylor Swift


Acordo com batidas na porta e me levanto num susto vendo que Anna começa a latir desesperadamente. Percebo a dor de cabeça que se instalou com força, meu deus, será que levei uma paulada na cabeça? Abro a porta sem pensar duas vezes que deveria pelo menos escovar os dentes e me dou de cara com Amanda com um sorriso pleno me encarando, um saco de pão na mão e dois copos de cappuccino.

- Você está horrível!

Ela exclama entrando na minha casa sem eu convidar, Anna a recebe bem e ela vai até a cozinha colocando as coisas na mesa.

- Bom dia.

Eu digo e tento abrir um sorriso e vencer a ressaca porque acho muito gentil da parte dela ter voltado. Começo a me lembrar que ela me jogou num banho ontem a noite, me vestiu e me jogou na cama. Sinto a minha cara arder quando lembro disso pois claramente alguém deve ficar longe de bebidas por aqui.

- Boa tarde né? Já são 15:30 da tarde, mulher. Acordei e como prometido, eu vim te ver, trouxe pão de queijo e café. Você gosta?

Dei de ombros.

- Não me lembro de você dizer que vinha ontem.

Seu olhar icônico levantou uma sobrancelha ao ouvir minhas palavras.

- E tu lembra de alguma coisa? Parecia uma doida que não parava de chorar.

Ela disse rindo e eu me encolhi com o rosto imediatamente ficando vermelho. Me sento na mesa e puxo um dos cafés pra mim.

- Obrigada pelo café. Obrigada em geral por tudo.

- De nada, está melhor?

Eu sinto a pontada na cabeça e automaticamente faço uma careta enquanto vejo ela puxar uma cadeira e se sentar também:

- Eu nunca mais bebo na vida. Mas estou melhor sim, desculpa por ontem.

Falo da maneira mais sincera que posso, observando que suas feições parecem muito honestas, verdadeiras, e como sempre, muito sorridente.

- Desculpa pelo que? Eu ia vir de ônibus e vim dirigindo seu carro enquanto você chorava, foi ótimo.

A risada que ela deu foi contagiante e eu quase não fiquei com vergonha desse vexame dessa vez, passei a mão pelo meu rosto enquanto ria pela primeira vez no dia. Como uma pessoa pode ser tão genuinamente feliz e atrair isso pra perto de si? Ela era incrível e eu estava radiante só de tê-la por perto.

- Tenho uma certa novidade pra você.

Ela fala com o tom de voz insinuante, fico imediatamente curiosa. Paro meu café pra perguntar.

- Novidade pra mim?

Ela faz que sim com a cabeça e um sorriso de canto, como se estivesse empolgada para ver minha reação. Me sinto no Ensino Médio de novo.

- Um amigo meu quer seu número.

Eu arregalo os olhos.

- Quem?

Ela dá de ombros e me olha de maneira como se me desafiasse:

- Não se faça de desentendida, não estava bêbada quando começou a flertar com ele ontem.

MAIS QUE UM CASO, DORA [COMPLETA]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora