Capítulo XXIII

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Cheguei em casa desesperada para ver se Ricardo tinha cumprido sua palavra. Logo, meu coração se aquece de ver Anna balançando o rabo na minha direção viva e bem e com sinais de realmente ter saído de um pet shop. Suspirei fundo tremendo, tão feliz por vê-la viva. Eu a abraço e choro.

- Que medo eu tive de perdê-la.

Sento no chão e choro tanto que chego a perder minhas forças, pego meu celular para ver se Edgar já me respondeu, vai fazer 48 horas que ele não me responde, mas faz menos de uma hora a última visualização dele. Por que ele não estava me respondendo? O que Ricardo quis dizer com assunto resolvido? Tenho medo de deixar Anna sozinha novamente para ir até a casa dele mas talvez eu possa levá-la.

Pego Anna no colo e a ponho dentro do meu carro. Dois dias sem me responder. Será que havia acontecido algo? Será que Ricardo havia feito algo? Começo a me tremer antes mesmo de conceber a ideia. Mas alguém me avisaria, certo? Sua mãe e Amanda tinham meu contato.

Nenhuma peça se encaixava.

Edgar nunca tinha ficado tanto tempo sem me responder ou me ver desde que começamos a nos relacionar. Dirijo meio tonta, estou com muito medo. Nunca tive tanto medo de algo na vida como estava de receber alguma notícia.

Passo pela portaria porque eles logo me reconhecem, espero encontrar Edgar em casa, com alguma razão, mesmo a mais estúpida que fosse para não falar comigo. Eu tremendo com Anna no colo, tinha medo de a machucar ou qualquer coisa que fosse a medida que meus pensamentos só estavam em encontrar Edgar.

Elevador.

Terceiro andar.

Aperto a campainha de seu quarto mil vezes, ninguém respondia. Começo a chorar de desespero, a porta está trancada. E se Ricardo fosse pior do que eu imaginava? Se ele não tivesse intenções de me permitir gozar a vida independente de ter dito que o faria?

As minhas lágrimas e meu queixo batendo um no outro, estou desesperada. No impulso, aperto a campainha da casa dos pais dele para perguntar qualquer coisa. Aperto apenas uma vez e me seguro para esperar, o que não demora muito é eu ouvir a voz da mãe dele.

A mãe dele abre a porta e parece surpresa em me ver. Mas logo, percebo que estou chorando e tremendo então ela realmente se assustaria:

-Minha filha, o que houve?

Eu desabo de chorar no momento em que ela pergunta.

- Edgar não me responde a dois dias. Ele está aqui? O que aconteceu? Ele está bem?

Ela parece confusa mas tenta disfarçar.

- Venha, entre aqui. Vou te dar um copo de água.

- Edgar está bem? Por favor, só me responda isso.

Ela me olha com compaixão. Quase vejo um sinal de pena exalando no ar.

- Edgar estava aqui a pouco Doralice, ele disse que ia sair com um amigo, apenas isso. Eu nem sabia que vocês não estavam se falando. Ele está bem.

Confusão mental. Paro por um segundo de chorar porque entendo que ele está vivo. Então qualquer coisa é possível de se resolver.

- Por que não espera ele voltar aqui comigo? As vezes ele trocou de número e eu não estou sabendo.

Aquilo não parecia palpável, Edgar teria me avisado. Tínhamos as redes sociais um do outro. Envio uma mensagem no Instagram:

"Amor, cade você? Ricardo esteve aqui, estou com medo de você ter sumido".

MAIS QUE UM CASO, DORA [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora