Capítulo IX

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Well, you stood there with me in the doorway

My hands shake, I'm not usually this way but

You pull me in and I'm a little more brave

It's the first kiss, it's flawless, really something

It's fearless

Taylor Swift - Fearless (Taylor Version)



Os primeiros raios de sol entraram pela minha janela sem pedir licença. Olhei para o meu lado e Edgar, ocupava o mesmo lugar, dormindo, agora coberto com um cobertor que lhe emprestei na noite passada quando percebemos que a luz não voltaria tão cedo. Ali mesmo de onde estava, consegui perceber o caos que o vento deixou espalhado pelo lado de fora, inclusive a garagem improvisada por uma lona havia voado longe.

Ainda ventava um pouco, mas nada como ontem à noite, e sim, mais como um vento de verão constante, no entanto, calmo.

Levantei-me hiper silenciosa, para não o acordar e vi que Anna também se espreguiçava com um grande bocejo. Eu o encarei por alguns segundos, de longe, dormindo e me veio um sorriso. Resolvi que iria lhe preparar um café em agradecimento, mas como sou péssima nos dotes culinários, peguei minha bicicleta e dirigi até aquela confeitaria.

Tenho medo de confeitarias desde que levei a maior surra e humilhação da minha vida em uma que era minha preferida. É um medo bobo visto que não tem nada a ver com a confeitaria e sim com as pessoas, o local e a situação em que eu me encontrava. Mas Edgar disse que aquela era sua favorita então eu poderia entrar por dez minutos e fazer o pedido sem pensar muito.

Foi o que eu fiz.

Pedi alguns croassaints salgados e outros doces, um bolo simples de fubá com goiabada que estava lindo na estante. Meu coração chegou a saltar quando vi o meu sabor favorito e o pedi também junto com dois cafés grandes. Subi na bicicleta de volta para casa enquanto observava umas árvores quebradas pelo caminho e todo o espaço de grama como um grande cabelo sem pentear. Torci do fundo do meu coração sentindo uma pontada no estômago para que Edgar ainda não estivesse acordado e eu pudesse montar a mesa de uma forma bem bonita. Cheguei em casa e Anna estava pedindo para sair para fazer xixi, abri a porta pois sei que ela não iria muito longe e nossa rua era muito segura e calma.

Para a minha sorte, Edgar ainda estava dormindo. Ele era tão bonito e estava tão perto de mim, suas mãos estavam embaixo da própria face de apoio e seu sono era tranquilo. Sabe quando tem algo tão magnifico na sua frente que você gostaria de tocar para ver se é real?

Acho que existem poucos momentos na vida adulta que a gente se sente tão encantada com pessoas como eu estava por ele. Na vida, as pessoas vão em milhares de encontros se perguntando quais são as razões por estar neles: todos os defeitos que têm que serem tapeados e todos os olhos fechados para as mentiras que costumamos contar, mas aqui estou eu, com os olhos bem abertos me perguntando se tem alguma chance de isso ser real?

Volto para a cozinha e coloco um pano de mesa que eu mesma bordei e em seguida organizava os talheres e pratos. A mesa estava tão simples, parecia como um pequeno segundo encontro e eu gostava tanto daquelas coisas bobas que poderia dizer que estava apaixonada pela situação.

Resolvi acordar Edgar para que o café não esfriasse, mas não fazia muito ideia de como ser delicada com isso. Era preciso afinal? Da maneira mais sútil possível, simplesmente busquei Anna e a forcei a subir em cima dele. Definitivamente, essa não era a ideia mais delicada contanto, foi a única que pensei que não envolvesse minha voz. Ele se mexeu na cama, abriu os olhos e virou diretamente pra mim com um sorriso de sono:

MAIS QUE UM CASO, DORA [COMPLETA]Where stories live. Discover now