Capítulo XI

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I was so confused as a little child
Tried to take what I could get, scared that I couldn't find
All the answers I need

Born To Die - Lana Del Rey

Anna corria na praia de maneira muito rápida que demonstrava uma empolgação nada normal, Edgar se deixou ir pela brincadeira e foi atrás dela apesar de nunca a alcançar enquanto meus pensamentos corriam mais que ambos juntos sobre as possibilidades. Estava tão encantada por todo aquele momento que surgiu rapidamente a faísca do medo de não ser real. Aquilo poderia ser algo comum e casual que passava todos os dias em qualquer esquina e eu não sabia por estar presa em um caso impossível? Edgar amanhã veria importância no que estávamos vivendo ou eu deveria recuar?

Em todos meus anos escondida, eu meio que acompanhava minha irmã e todas as vezes que ela se apaixonou e o sentimento não era recíproco ou vive versa me ocorreu: e se for isso que estou vivendo nesse momento? Enquanto eu observava aquele homem correndo pela praia atrás da minha única companheira de vida, senti medo de que não fosse durar mas sem poder adivinhar meus pensamentos, ele chegou até a mim, me puxou e me deu um beijo nos lábios.

— O que passa por essa mente com esse rosto tão sério?

Eu suspiro.

— Não quero que acabe.

Ele sorri e me beija novamente.

— Não vamos pensar num fim no começo, certo?

Eu assenti e ele abriu os braços como se mostrasse o espaço, e realmente a praia que nos cercava era linda. O oceano que estava a poucos metros de nós se iniciava num verde transparente e crescia pelo enorme tapete do mar enquanto escurecia. A areia não era rala e fina e sim grossa como pedras e eu podia sentir abaixo dos meus pés a umidade com uma perfeita iluminação de um céu azul brilhante. Corro para os seus braços instintivamente e ele titubeia mas não cai.

— Não vamos aproveitar esse mar?

Ele pergunta já puxando sua própria blusa.

— Claro que vamos.

Ele pula na água e eu começo a retirar minhas roupas para dar espaço ao maiô, também me locomovo até o mar e dou um mergulho automático, sentindo a água extremamente gelada cobrir meu corpo aos poucos e o sal queimar meus olhos pois esqueci de fechar a tempo mas nada que tirasse de fato o prazer do momento. Assim que emerjo , não vejo mais Edgar que deve estar no seu próprio mergulho mas logo sou surpreendida por algo puxando meu pé e eu volto a mergulhar. Empurro ele para baixo e volto a superfície começando a rir e tossindo ao mesmo tempo:

— Você quase me afogou

Grito quando sua cabeça submerge. Ele ri se aproximando e me puxando para um longo abraço enquanto também ri. Quando seu corpo encosta em mim, sinto aquela vibração que nunca senti na vida, seus lábios salgados voltam aos meus e eu realmente sinto como se agora tudo que eu pudesse fazer é ser parte dele.

— Achei que estivesse sem ar.

Ele diz no meu ouvido zombando, e eu dou um tapa nele de brincadeira. Volto para os lábios dele mas logo me afasto.

— Este lugar é lindo. Obrigada por me trazer.

—Obrigada por ter vindo, mas dizem que as da Capital são lindas também.

Eu concordo mas na realidade não me lembro qual foi a última vez que saí para ir a uma praia na minha cidade natal. Eu era de uma família muito rica, eu poderia ir quantas vezes quisesse na vida mas na adolescência fui poucas vezes com meus pais e minha irmã, fora isso, eu não imaginava porque não tinha ido mais se as achava tão linda... quer dizer, eu sei bem...

MAIS QUE UM CASO, DORA [COMPLETA]Where stories live. Discover now