Você é minha salvação

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Any Gabrielly pov

Estou caminhando já alguns longos minutos, não encontrei nada e nem aonde ficar, ainda mais sem dinheiro, e falando português e inglês e nada de espanhol. Avisto uma lanchonete que tinha um senhor aparentemente muito simpático como atendente e decidi entrar.

— Olá, tudo bem? - falo em inglês e ele parece me entender.

— Olá mocinha, tudo bem sim, e você? o que quer pedir hoje? - por um momento acho que ele está me confundindo com alguém, mas deve ser impressão.

— Oh, o senhor fala inglês, perfeito. Eu quero um emprego - solto uma risada tímida, coloco um tufo de cabelo para trás da orelha.

— Veio no momento certo, precisamos de uma garçonete, e você é perfeita para o cargo. - ergo minha sobrancelha, literalmente ele está me confundindo com alguém.

— Eu, eu só não tenho documentos - percebo sua feição mudar, um pouco indecifrável.

— Oh, eu me confundi, achei que você era uma menina que frequenta aqui com frequência - ele abaixa a cabeça, tossindo baixo. - Desculpe, mas não temos vaga - ele da de ombros, e eu respiro fundo. Eu estava certa, ele estava me confundindo com outra pessoa.

— Oh, não tem problema, obrigada mesmo assim senhor - me viro para sair, mas sua voz me chamando me faz retornar e o olhar.

— Você precisa de ajuda? - sim eu preciso, mas tô com medo. Será que eu falo? Aí meu Deus, eu preciso falar.

— Eu preciso muito de ajuda - chego mais perto dele, falo um pouco mais baixo - Eu sou brasileira, eu fui sequestrada. - O seu olho ficou marejado, e percebo ele gaspear, ele pega uma chave, e sai de trás do balcão, indo em direção a porta, trancando, e vem em minha direção.

— Vou te levar até a delegacia mais próxima, garota, espere aqui, já volto. - ele passa pela porta que dá acesso a outro cômodo do local.

Já fazem um tempo que ele entrou naquele cômodo, começo a achar estranho, então decidi chamar por ele.

— Senhor? - minha voz ecoa por aquele lugar, mas não obtenho resposta. Um barulho bem forte seguido de um disparo me assusta, me fazendo correr para trás de um balcão.

Tudo fica silencioso de novo por uns minutos, mas um barulho de passos me faz ficar em alerta. Os passos são lentos, e pelo barulho a pessoa parece estar tendo cuidado para que eu não escute. Sinto os passos se aproximar de mim. Vejo que tem uma faca ao meu lado, então devagar pego, colocando junto a mim. Os passos estão cada vez mais perto, começo a suar frio, meus batimentos estão cada vez mais acelerados. Em uma fresta consigo ver a perna, e isso me deixa ainda mais assustada. Com certeza não é o senhor de mais cedo. A perna tem uma tatuagem de falcão na panturrilha. Procuro não respirar muito pra ele não me escutar. Um barulho faz com que ele recue e va em direção. Levanto um pouco percebendo que a chave está no trinco da porta. Vejo que ele está no outro cômodo, então sem pensar muito, corro até a porta, mas nesse instante ele já está correndo em minha direção, e me puxa, acerto o meu cotovelo na cara dele o que faz ele ir para trás, então levanto e destranco a porta, mas ele me puxa pela perna e eu caio dando de cara no chão, sinto sangue na minha boca, mas não me importo. Ele já está em cima de mim, e pega a sua arma, eu lembro que estou com uma faca e tento acertar ele, mas é em vão, e faca cai da minha mão e vai parar bem longe. Eu estou muito ferrada. Ele começa a me enforcar, e já estou ficando sem ar, olho para os lados e do outro lado tinha um copo, com muita dificuldade pego e sem pensar 2 vezes acerto sua cabeça bem forte, levanto e corro o mais rápido que posso.

Já estou na rua, olho para trás e vejo que ele já está de pé e manda alguns cara atrás de mim. Eu preciso fazer alguma coisa. Ele deve ter matado o senhor que ia me ajudar. Eu preciso arrumar um jeito de chegar na delegacia. Avisto um banco. Lá tem câmeras, então vou estar segura. Olho para os lados para atravessar, mas alguém me puxa me impedindo de seguir e sou arrastada para um beco. Me debato, chego perto do braço da pessoa e dou uma mordida que me solta instantaneamente. Então eu corro. Corro muito, não vou deixar fácil para eles. Olho para trás e não vejo mais alguém me seguindo. Ou acho que não, não posso confiar. Já estou sem fôlego, meu peito sobe e desce rápido demais tentando resgatar oxigênio. Mas não paro de correr. Não é seguro. Olho para trás, mas no instante que olho para frente, esbarro em uma mulher.

PrisioneiraWhere stories live. Discover now