O resgate parte 2

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Any Gabrielly pov

O olhar dele me deixa hipnotizada, não dá pra negar que ele é um gato, mas um gato sequestrador. Será que estou tendo síndrome de Estocolmo? Aí meu Deus, eu não sei nem o que pensar, estou aqui parada sem me mexer por mais de 5 minutos. Ele está dentro da casa, será que eu entro? Eu olho em volta, acho que posso tentar fugir, o portão não deve ser difícil de abrir. Ou eu fico aqui? O que eu faço, queria tanto estar na minha casa, indo trabalhar, cuidar dos meus pacientes. Me desperto de meus devaneios quando ele me chama.

— Vamos entrar! - sua voz sai um pouco rude, o que me descontenta.

— Não quero, estou bem aqui!! - ele me olha de cima a baixo o que mexe comigo, ele vem em minha direção e meus olhos corriam entre ele e suas mãos.

— Vamos, eu pedi comida, e você deve estar com fome, e não é hora de pirraça. - ele me pega e eu o arranho, e percebo que seu rosto fica vermelho.

— Para de ser birrenta, já está mais que na hora de perceber que eu não quero te fazer mal algum - sinto sua respiração pesada e ele continua - Que tal a gente começar do começo, como se apresentando - escuto seu pigarreio - Bom, Meu nome é Joshua, sou do Canadá, mas moro em Los Angeles a alguns anos, sou médico no hospital Mercy West - ao escutar que ele é médico, me surpreendo, será que ele sabe que sou enfermeira? Ah, se ele sabe ou não, não vou contar - E você? Qual seu nome?

— Não interessa, como alguém sequestra outra pessoa, e não sabe ao menos seu nome? - seus ombros relaxam.

— Não foi eu que sequestrei você, e se confiar em mim, te conto tudo, e te ajudo a tentar voltar para o seu país - ao escutar tudo me dá um frio na barriga, então eu acabo cedendo.

— Meu nome é Any Gabrielly, e isso é tudo que eu tenho pra dizer por hora - passo por ele e entro na casa, escuto sua respiração pesada.

A casa é linda por dentro e bem aconchegante, tem até uma lareira, nunca tinha visto de perto, só em filmes. Me olho em um espelho da sala e vejo que não estou nada apresentável. Minha camisa tem sangue de Sina ainda. Sina. Como será que ela está. A deixei pra trás sem nem pensar. Ela me ajudou tanto. Uma lágrima escorre pelo meu rosto, enxugo assim que escuto os passos dele. Desse que agora tem nome. Joshua, será que posso confiar em você? Vou colocar provas para que eu possa confiar 100%.

— Me trouxe até aqui, então deve ter comprado roupas? Eu estou um nojo - estico minha camisa para mostrar

— É claro que pensei nisso, a propósito, estão nessa sacola.

Pego dele e vou até o banheiro que demoro a achar, essa casa é enorme. Ele deve ser uma médico bem conceituado, rico, importante. Olha essa casa que linda que é. Não deve ser barato. Vou tirando minhas roupas e escuto o bater da porta, o que me assusta.

— O que você quer? - pergunto rude

— Você esqueceu os produtos de higiene. - abro uma fresta da porta, estico minha mão pra pegar, mas ele puxa de volta e ficamos ali, segurando a sacola com o olhar fixo um no outro, mas me desperto e pego a sacola e tranco a porta rápido me escorando nela. Esse olhar dele me mata. Tão intenso. Mas não vou deixar que aconteça denovo.

A comida chegou, eu terminei o meu banho. Ele pensou em tudo mesmo, comprou até uma escova de cabelo, e é muito por sinal. Bem macia. Desço e vejo a mesa posta. Só sento e começo a comer. Não sabia que eu estava com tanta fome até começar a comer. Estava tudo tão delicioso. Termino com uma sensação de satisfeita. Olho pra ele que está com a cabeça baixa.

— O que está pensando? Em como se livrar de mim? - vejo um pequeno riso de canto

— Você é tão bobinha, se eu quisesse me livrar de você, já teria feito, não acha?

— Os seqüestradores normalmente sequestram pra ter por perto, então imagino que vá me acorrentar agora? - ele gargalha.

— Você assiste séries desse tipo? - não gosto do seu olhar

— Não como gostaria, agora já estaria conseguido fugir. - ele ri denovo.

— É fácil fugir daqui, se quiser. Mas eu prefiro você perto de mim, conseguindo te proteger. Você não imagina do que eles são capazes de fazer, precisamos ser esperto agora - vejo ele levantar e vir até mim. - Aqui estava um chip que controlavam sua localização, por isso eles te acharam no México. Eu já tirei - meus olhos começam a marejar - Eles nunca vão saber onde você está agora, mas precisa deixar eu te ajudar, não pode sair fugindo, e entrando na primeira delegacia que achar, eles tem caras lá dentro também. - me assusto com sua última fala. - Então precisamos ficar aqui por um tempo, até eu conseguir pensar em como vamos mascarar todos eles, e você conseguir voltar para seu país.

Eu confesso que estou surpresa, não sabia que eles eram tão perigosos. Só penso em Sina, deve estar morta agora, queria tanto a procurar, mas não é seguro agora, Joshua me mostrou confiança, e acho que devo confiar.

Voltei. Eu estava com alguns problemas de saúde, por isso a demora para postar, fiquei internada, e sem o celular, o que complicou ainda mais.

Espero que gostem, deixe sua estrelinha, comentem, e me sigam aqui. Até a próxima!

PrisioneiraWhere stories live. Discover now