[2] o jogo de basquete 🏀

1.3K 150 448
                                    

As aulas da manhã foram normais. Nada de especial aconteceu. Sempre o mesmo: Eu e Hans com a nossa cumplicidade, conversas jogadas fora e risos por motivos estúpidos, mas com ele qualquer bobeira se tornava engraçada. Caleb, junto de seus amigos Corey e Troye me fuzilavam com os olhos como de costume, e de vez em quando soltavam alguma indireta (ou direta) pra me ofender. 

Exceto quando me chamavam de nerd. Eu sorria torto por conta disso.

Também me chamavam de japa, ou japinha, o que não me atingia nem um pouco por mais que pudesse ter um sentido ofensivo. A primeira coisa que eu lembrava com isso, pra falar a verdade, era que esse era o apelido carinhoso que meu melhor amigo havia escolhido pra mim.

Na parte da tarde, me encontrei com Hans próximo ao colégio para irmos juntos para as aulas de basquete. 

Enquanto caminhávamos pra quadra, Hans estava me contando como foi o passeio com sua namorada, a Chrissie. 

— Ela cismou de andar aquele shopping inteiro. Nossa, eu juro que tô com os pés doendo até agora.

— Bom, mas é uma novidade na cidade, né, ainda mais por ser uma cidade pequena, qualquer coisa aqui vira novidade, dá um desconto. Deixa ela! 

— Mas te juro, foi o shopping todo. Ela quis entrar em tudo quanto é loja. — Hans bufou.

— E não foi bom o tempo que passou com ela, Hans? — fiz uma cara de desaprovação.

— Claro que foi! — ele sorriu. — Só isso já compensa!

— Então para de reclamar, chatão.

— A melhor parte foi quando a gente tomou sorvete e... Ah não. — o semblante feliz de Hans se transformou em espanto. — O que esses idiotas tão fazendo aqui?

Olhei para a direção do olhar dele e me deparei com o trio, é óbvio, nas arquibancadas da quadra de basquete. 

— Não acredito. Devem estar aqui só porque não tem nada melhor pra fazerem. Só vamos ignorar e pronto. — falei.

Hans suspirou e seguimos até a quadra.

— Prontos? Só faltavam vocês dois. — o professor acenou pra gente. — Ah, e agora os seus colegas Caleb, Corey e Troye fazem parte da equipe de basquete também. Vamos dar as boas vindas pra eles. 

— Como? — franzi o cenho.

Eu não acredito. Não estava acreditando nisso! Será que eu ia ser obrigado a sair do basquete? Que droga. Eu gosto tanto de basquete. 

— Algum problema? — Troye se posicionou na minha frente com seus braços cruzados. 

Troye e Corey não eram cobiçados atoa. Eram muito bonitos também. Troye tinha uma altura semelhante a de Hans e o cabelo preto, curto, mas todo bagunçado. Já Corey eu nem sabia, de fato, como era o seu cabelo. Isso porque ele sempre andava de toucas, com blusas e bermudas muito maiores que o seu corpo comportaria, num estilo bem skatista. Também pudera, vivia andando com o seu skate pra cima e pra baixo. Seus olhos eram verdes como um par de esmeraldas brilhantes. Seriam hipnotizadores se ele não fosse tão idiota.

— Tem sim, vocês adoram implicar com todo mundo. — eu respondi.

— Ah, seu fedelho, vê se abre esses olhos, não vai enxergar nada assim! — disse e puxou o canto dos seus olhos com os dedos indicadores. 

Não demorou alguns segundos para que muitas pessoas já começassem a rir e me subiu uma certa raiva. 

— Melhor não abrir os olhos não, Gael. — Hans disse, tentando retrucar a ofensa. — Caso contrário, você pode levar susto com a cara horrível desse aí. 

Quando o amor é pra sempre: A história de Gael (Romance Gay)Where stories live. Discover now