[4] suco de laranja🍊

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— Eu estou admirado com essa amizade tão repentina entre você e a Chrissie. — Hans me disse antes de dar mais uma mordida no seu hambúrguer. 

— É uma pena que ela não possa sentar com a gente aqui. 

— Ah, a hora do intervalo é sagrada pra cada grupinho. Cada um tem o seu, você sabe. 

— Mas ela me contou que as meninas da equipe de torcida que ela faz parte nem mesmo chegam a ser amigas dela. 

— Mesmo assim, elas tem que estar juntas aqui no refeitório. 

— Quanta regra estúpida. — revirei os olhos. 

— Pois é. — Hans balançou a cabeça e ergueu as sobrancelhas. 

Enquanto terminávamos de comer, ele estava me contando como foi o aniversário do seu avô e como era legal o sítio em que ele morava. De repente, percebi ele olhando demais para algum lugar fixo. 

— O que é que você tanto olha, Hans? — olhei pra mesma direção.

— Ei, disfarça!

— É a Chrissie? Alguma coisa com ela?

— Não, não. São aqueles três. 

— Ai, pelo amor de Deus... — me virei de volta, exausto só de ouvir falar deles e ter memórias desconfortáveis, deslizei as mãos pelo rosto. — Já não chega o que eu passei no shopping com eles no último sábado?

— Cala a boca, japa, você já contou isso. 

— Então o que é que você quer com eles? Vamos esquecer esses três um pouco, eles me perseguem demais. 

— Não é nada demais, é só uma curiosidade, olha lá. — ele apontou.

— Para, Hans! Pelo menos disfarça!

— Olha! — ele insistiu.

— Revirei os olhos e olhei para os três, tentando disfarçar.

Os três não estavam olhando pra gente. Eles estavam distraídos demais conversando entre si com aquela energia frenética de costume. Em cima da mesa tinham algumas cascas de laranja, provavelmente de uma que já havia sido comida, enquanto Caleb descascava a segunda com um canivete. 

— Você já percebeu quanta laranja o Caleb come? Toda vez eu só observo ele com essas laranjas.

— Tá, sim. — concordei ao lembrar desse detalhe diário. — Mas... O que tem?

— Cara, já é a segunda laranja que ele está descascando pra comer... Ele come laranja demais! Exagera. Será que ele é viciado em laranja? — Hans fez um sorriso maldoso pra mim.

— Para, Hans! — o repreendi enquanto me virei de volta. — Ele deve gostar bastante, só isso. 

— Tá defendendo o Caleb!? — Hans me olhou boquiaberto.

— Não é isso... Ah, deixa pra lá!

— Mas vai negar que o que eu falei é verdade? Ele tá sempre exagerando com as laranjas.

Quando o amor é pra sempre: A história de Gael (Romance Gay)Where stories live. Discover now