[8] os sobreviventes e o memorial ❤️‍🩹

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O medo me dominava. Eu estava nervoso e sentindo um bilhão de sentimentos ruins, mas o medo era o que mais predominava, de fato.

Se aproximaram da porta da nossa cabine e tentaram abrir, mas como perceberam que estava trancada, começaram a bater na porta. 

Deram três batidas.

Caleb se preparava enquanto provavelmente esperava que arrombassem a porta ou algo assim. Eu nem sabia se eu ia conseguir me mexer. Me sentia paralisado. 

— Tem alguém aí dentro!? — uma voz masculina gritou. 

Caleb virou a cabeça pra me olhar, mas logo depois virou pra frente de novo, sem responder nada. 

— É a polícia! 

Caleb então respirou aliviado e foi abrir o trinco da porta, mas eu segurei o seu braço para o impedir. 

Óbvio que eu também fiquei aliviado ao ouvir o que aquela voz havia dito agora, mas não deixei de desconfiar e me sentir inseguro. E se fosse uma armadilha? Afinal, eu já havia passado por alguns treinamentos para caso algo assim acontecesse na minha escola da cidade antiga.

— É a polícia, respondam imediatamente! 

— Como vou saber se é da polícia mesmo? — respondi com a voz trêmula.

Ouvi um suspiro do lado de fora. E então, a porta da cabine ao lado pareceu bater na parede. Parecia que... Ele estava subindo no vaso sanitário da cabine do lado. 

E eu estava certo.

De repente, eu e Caleb gritamos com o susto. Aquela pistola apontada bem na nossa direção.

Era um homem definitivamente uniformizado como um policial. Usava colete a prova de balas e tinha um rádio pendurado perto do pescoço. 

Ao perceber que éramos estudantes do colégio apenas nos escondendo do ataque, o policial rapidamente abaixou a pistola. 

— Andem, destranquem essa porta e venham logo com a gente, não é seguro ainda. 

Processando que ainda tínhamos uma chance pra sobreviver, pude sentir um pouco de esperança e mais um pouco ainda de alívio. 

Porém, como não tinha saído totalmente dessa situação, ainda estava preocupado e com muito medo.

— Vamos. — Caleb olhou pra mim e assentiu com a cabeça. 

Ele destrancou a porta e haviam mais dois policiais vigiando a porta do banheiro. Eu não conseguia ouvir direito o que estavam falando pra gente fazer, mas tentei seguir eles o máximo que pude. Um dos policiais avisava no rádio que havia encontrado dois sobreviventes, se referindo a mim e Caleb. 

Com os três policiais escoltando nós dois, fomos seguindo pelos corredores com Caleb logo à minha frente. Sons de trocas de tiro podiam ser ouvidos em outros lugares da escola. Parece que ainda estavam tentando apanhar as pessoas que fizeram isso ao mesmo tempo que procuravam por sobreviventes...

De vez em quando, precisávamos parar para confirmarem que a área à frente estava limpa, e então continuávamos a andar. 

Meu Deus, e as outras pessoas? E Hans? E Chrissie? 

Nesses próximos minutos que mais pareceram horas, finalmente chegamos a entrada da escola. Existiam várias viaturas e ambulâncias estacionadas. Várias pessoas, jornalistas, pais ou responsáveis chorando e gritando pelos seus filhos, sobreviventes sendo socorridos e policiais trazendo mais estudantes pra segurança.

Em meio a toda essa confusão, eu ouvi gritarem meu nome. 

Ao procurar de onde vinha o som, acabei esbarrando o olhar nos meus pais. 

Quando o amor é pra sempre: A história de Gael (Romance Gay)Where stories live. Discover now