[3] arcata court mall 🏬

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Era sábado e eu não tinha nada melhor pra fazer, então tive a ideia de conhecer o tal shopping que todos na cidade de Arcata estavam comentando. Tinha chamado Hans pra me acompanhar, mas ele disse que precisava passar o dia com a família na casa do seu avô, que estava fazendo aniversário.

Muitas pessoas jamais cogitariam na ideia de passear sozinho num shopping, principalmente numa cidade pequena como essa. Mas além de eu não ter muita escolha, eu gostava da minha própria companhia. 

Lá estava o enorme título no prédio: Arcata Court Mall.

Naquela tarde, a luz do sol refletia nas enormes janelas de vidro que ficavam na fachada do shopping. O lugar era imenso, havia muita grama, bancos... Ao entrar, já me senti um pouco perdido, mas fui andando e observando as lojas. 

Uma das lojas me chamou bastante a atenção, era uma grande livraria. Fiquei longos minutos observando e conhecendo vários livros, com vontade de comprar todos, mas minha mesada não permitiria. 

Acabei escolhendo um com uma sinopse que me chamou bastante a atenção. Era sobre uma garota elfa que vivia em uma outra dimensão e por um acidente foi parar na dimensão dos humanos. Lá, ela era invísivel, ninguém a enxergava, até que tudo muda quando um humano tem a habilidade de perceber ela.

Passei em frente a uma sorveteria e me deu uma vontade imensa de comprar um sorvete. Afinal, tinha um preço bem em conta. 

Então eu fui saboreando aos poucos o gosto de chocolate com baunilha que eu havia escolhido, enquanto sem poder esperar mais um segundo, abri o livro e comecei a ler. 

Andando lentamente, cheguei numa área circular e maior. No meio, havia um enorme chafariz com um enorme banco em sua volta. 

Perfeito. Um ótimo lugar pra ficar e passar o tempo.

Enquanto foleava mais e mais páginas, terminei de tomar meu sorvete e estava cada vez mais curioso e mergulhado naquela história. 

De repente, alguém bateu tão forte no meu livro que eu mal consegui segurá-lo, ele foi em direção ao chafariz e inevitavelmente mergulhou na água. 

Ouvi várias risadas enquanto esticava meu braço pra tirar o livro da água. Ele já estava desmanchando, a tinta havia borrado as páginas, estava completamente destruído. 

Quando eu me virei, não me surpreendi ao ver Caleb, Troye e Corey.

Algumas pessoas estavam em volta, mas não fizeram ou falaram nada além de se afastarem ou olharem torto.

— Então, como você já sabe, eu sempre tive boa pontaria. — Corey me provocou, estalando os dedos.

— Por que jogou o meu livro na água? 

— Porque eu quis?

— Não é possível, será que até fora da escola eu não vou ter paz? Por que vocês me perseguem assim?

— Confessa. — disse Troye. — Você não vive sem a gente. 

— São vocês que não vivem sem mim! Me deixem em paz, eu não fiz nada pra vocês! — havia elevado a voz tamanha era minha raiva.

— Escuta, japinha. — Caleb se abaixou na minha frente, ficando na mesma altura que eu enquanto estava sentado. — Eu sempre quis saber. É verdade que seus pais são um casal gay?

— Não se atreva a falar dos meus pais. — fiquei mais enfezado ainda. 

Estar cara a cara com Caleb me deixava sempre irritado por conta de suas provocações, mas ao mesmo tempo, eu sentia aquele frio na barriga. Isso virava um misto de emoções, um sentimento que eu mal conseguia descrever. 

Quando o amor é pra sempre: A história de Gael (Romance Gay)Where stories live. Discover now