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Quantidade de palavras: 3712
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Sayuri nos colocou sentados lado a lado, como uma mãe dando bronca em seus filhos, e exigiu que explicássemos o que estava acontecendo. Então explicamos tudo à ela. Me senti ridículo.

- Por que vocês não me chamaram? Eu poderia ter pego muletas para vocês!

Ela disse com uma certa irritação em sua voz, o que era muito raro. Porém me senti idiota, então dei um tapa em minha própria testa.

- Ouviu Aoto?!

Haruki gritou para mim com um tom muito estressado.

- Cala a boca!

Protestei.

- Vi dois garotos saindo correndo da sala de vocês, e um deles me falou algo como "tem dois homens se beijando naquela sala, moça!"

Esse garotinho me fez odiar todas as crianças deste planeta terra. Haruki franziu o cenho e soltou um suspiro estressado.

- Sayu, você sabe que crianças têm mente fértil não é?

Falei para ela, tentando convencê-la de que nada de mais tinha acontecido nesta sala.

- Querido, você sabe que crianças nunca mentem não é?

Senti uma vontade gigantesca de virar um avestruz, enfiar minha cabeça num buraco e viver lá até o fim da minha vida.

- Pois uma acabou de mentir!

Haruki partiu em nossa defesa, e Sayuri desviou o olhar para ele.

- Aliás, por que você acha que tem algo entre nós?

- Por que será, docinho? Eu senti o clima entre vocês desde o dia que se conheceram! E olha que minhas suposições quase nunca falham! Por que vocês acham que parei de vir?

Agora fazia sentido. Ela havia parado de aparecer para não estragar esse suposto clima que criou em sua cabeça.

- Sayu! Você está enlouquecendo?

- Eu estou completamente sã Aoto!

Ela disse olhando de novo em minha direção, mas logo deu uma risada irônica.

- Aoto, querido! Por que está tão vermelho?

Toquei minha bochecha para ver se era verdade, e era.

- Aoto está envergonhado?!

Disse Haruki se levantando do meu lado e indo para minha frente, tentando ver meu rosto que eu havia coberto com minhas mãos.

- Cai fora!

Gritei. Não adiantou de nada, ele segurou minhas mãos e as tirou de meu rosto. Ouvi uma risadinha feminina tilintar em meus ouvidos de forma suave, então sussurrei para Haruki:

- Você não está ajudando!

Ele me olhou com um expressão que dizia "não ligo, o que importa é te ver passar vergonha", eu até conseguia ouvir sua voz dizendo isso.

- É verdade!! Sayu vem ver!!

Ele gritou a primeira frase. Me senti enfurecido.

- Virei uma exposição de museu agora?!

Gritei para ele enquanto soltava suas mãos.

- Sim! Você fica muito bonitinho corado!

Isso só fez com que o rubor em meu rosto se tornasse mais forte.

#‹𝑶𝒍𝒉𝒂𝒓 𝑪𝒂𝒓𝒎𝒆𝒔𝒊𝒎˚₊Where stories live. Discover now