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No dia seguinte, bem cedo, meu celular tocou.
Era algum idiota ligando e quando eu atendi ele desligou.

Isso acontecia as vezes, e eu não sabia se era algum sistema da operadora, ou se era algum imbecil que não tinha o que fazer.

Não consegui mais dormir depois de atender, então decidi levantar.
Como eu não estava com Internet ainda, eu botei um casaco, meu tênis e sai pra caminhar.

O dia estava bem nublado. Tinha muita neblina ali, e o clima meio gelado era agradável.

Não havia uma alma na viela por onde eu descia pra ir pra rua principal.
Lá de cima eu vi algumas crianças entrando num ônibus com mochila nas costas, e lembrei do meu tempo de colégio... Que saudade.

Decidi colocar os fones, e então fui andar.
Ia até a conveniência depois, ver se Chris já estava por lá, e pra comprar algumas coisas.

No caminho, eu fui observando as ruas, e os comércios fechados ainda, mas alguns já estavam abrindo.

Num dos trechos do bairro, a neblina parecia mais forte por ser um ponto alto, e ter bastante verde em volta.
Eu parei ali, descansando um pouco, mas eu senti algo estranho.
Então eu peguei o celular e pelo visor, eu vi uma silhueta lá longe.

Eu então continuei andando, e a silhueta atras de mim. Só que ia ficando mais perto.

Foi quando eu olhei pra trás, e o cara percebeu, então ele apertou o passou e eu apertei mais ainda.

Foi quando em um ponto, eu comecei a correr e o cara correu atrás de mim, ele estava de bone, e mascara, e uma roupa toda preta, com um coturno de solado grosso, e que por mais que parecessem pesar... Faziam ele correr rápido.

Eu acabei entrando num lugar onde tinham alguns vagões de trem velhos e me escondi entre um deles, vendo o cara ficar desnorteado, me procurando.

Ele entrou em uns dois vagões, e depois foi pro outro lado do galpão. Eu então saí dentre os vagões, e desci a rua completamente abandonada e cheia de neblina.

Desci correndo, sentindo meu coração acelerado, e quando eu cheguei mais perto de casa, eu conseguia ver um sol entre nuvens, bem fraco... Mas não havia neblina por ali.

As duas paisagens pareciam lugares extremamente diferentes, e enquanto uma era familiar a outra era assustadora e vazia.

Eu me escorei no muro de uma casa, e recuperei o fôlego, sentindo meus olhos marejarem e uma vontade de chorar. Parecia que eu ia explodir naquela hora.

Eu então me arrastei viela acima e entrei em casa, travando todas as janelas, e portas, puxando as cortinas as cobrindo.

Eu olhei em volta, meio zonzo de adrenalina, vendo a porta do meu quarto aberta.

Eu tive a impressão de ver uma sombra lá longe, bem no canto... E eu peguei um vaso, andando até lá, querendo surpreender a pessoa, mas percebi que na verdade, era só uma arara que eu usava pra pendurar meu casacos... E meu moletom estava ali. Não havia ninguém no quarto, era só eu e minha paranoia...

Eu não sabia quem era aquele cara, e porque ele correu atrás de mim. Talvez medo fosse o combustível dele... Era isso o que ele queria, que eu corresse... Mas se eu não tivesse corrido? O que ele iria fazer comigo?

Ele não parecia estar com boas intenções.

Mas a imagem daquele cara... Era tão familiar, era tão semelhante a algo que eu já tinha visto.
Eu não tinha uma boa sensação a respeito daquilo.

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