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A proximidade entre nós estava minúscula, e eu sentia a imponência dele sobre mim.

Seus olhos quase imploravam pra que eu ficasse, e seus lábios me chamavam.
Eu estava me sentindo realmente atraído por ele.

Fazia muito tempo que eu não me sentia assim; e por mais que fosse divertido, o frio na barriga me deixava inseguro.

Fazia pouco tempo que nos conhecíamos , e eu não queria dar um passo maior que a perna.

" me beija."

Ele falou se aproximando,  trazendo os lábios até mim, quando eles chegaram, eu não soube como receber.

Foi um selar longo, e quando ele decidiu ir pra segunda parte, eu me afastei.
A língua dele não conseguiu nem chegar perto da minha.

- estamos indo rápido demais... Devíamos ir devagar.

Conhecia Hwang a dois dias...  Não era do meu feitio me envolver com tão pouco tempo. Por mais que eu estivesse louco para beijar os lábios cheinhos dele, que pareciam extremamente macios.

eu não gosto de ir devagar... É tempo perdido, Felix."

Ele falou me olhando,  me segurando quando eu tentei sair da frente dele.
E não segurou delicadamente.

" eu estou vendo nos seus olhos... A sua expressão corporal... Você me quer também. Porque está fugindo? Eu não vou te machucar. "

-  você já está machucando.

Puxei meu pulso,  vendo ele dar um passo pra trás.
Ele parecia ter se arrependido no mesmo instante.

" tem razão... Me desculpa. Eu não sei o que deu em mim...  Eu acho que eu fiquei tão impactado com a sua presença aqui. Eu perdi a noção."

- não faça mais isso, ou a nossa amizade que nem começou, vai acabar logo. Eu não gosto que me forcem a fazer as coisas, Hyunjin. As coisas não funcionam desse jeito.

" eu sei... Me desculpa... - um silêncio constrangedor se fez presente- Quer que eu te leve até em casa? "

Eu vi que ele me ofereceu a ida, porque ele sabia que eu não iria aceitar a estadia.

Então eu aceitei que ele me levasse.
O caminho foi um pouco longo, mas tranquilo.

Conversamos um pouco e assim que eu entrei, ele foi embora. 
Ele pareceu com remorso por ter ido com tanta sede ao pote.

Eu entendia o lado dele... Mas ele devia entender que eu não era assim. Não era porque eu estava sensível, que eu estava fácil.

[...]

" então já tem um caipira dando em cima de você? Esses caras daí não perdem tempo hein."

Changbin falou rindo, enquanto eu fechava a loja.
Ele era cômico.

- ele é um cara legal, e me ajudou numa crise de pânico... Quando conhecer ele, vai adorar.  Ele e Chris, são super simpáticos.

" sei... Esse Chris aí me pareceu além de simpático, bem gostoso... O Instagram dele é cheio de comentário de mulher mais velha dando em cima dele... Que magia é essa que só acontece com os caipiras? Nenhuma milf deu em cima de mim ainda."

- é porque você não mostra os braços.... Se postar foto sem camisa, vai chover comentário de gente te chamando de lindo.

" as pessoas são sem vergonhas. Não podem ver um pobre homem delicioso e bombado que já ficam com pensamentos maliciosos... No fim somos apenas objetos. "

- ah, me poupe hyung.   Eu sei bem que você gosta de ser elogiado...  E gosta de ser objeto também.

Ele riu escrachadamente.

" é verdade... Você sabe que eu adoro um elogio...  Mas aí... Eu vou desligar agora. Tá dando hora de eu ir embora. Tenho que bater o ponto."

- ok... Até mais...

"até..."

Com um aceno, ele desligou, e eu também, colocando o celular no bolso.
Terminei de varrer a loja, e então peguei minha bolsa, indo embora.  

Como a mesma rotina de sempre, eu cheguei, tranquei tudo, e tomei meu banho.

Na verdade durante a execução, eu senti um par de olhos em mim, mesmo com a porta do banheiro fechada e as janelas também.

Eu estava ficando maluco.
Sai do banho logo e fui pra cozinha, preparando algo pra comer, decidindo ver um pouco de TV.  

Nesse meio tempo,  eu cochilei no sofá. 

Só acordei quando ouvi uma tábua do chão de madeira ranger.
Eu então abri os olhos,  e olhei pras trás, vendo algo passar  pro meu quarto.

Eu então levantei devagar, e peguei um dos vasos e caminhei até meu quarto não vendo  ninguém.

Decidi acender a luz e quando eu fiz isso, alguém tapou minha boca com um pano cheio de cloroforme. O que me fez derrubar o vaso com o susto.

Eu segurei a respiração e me livrei daquele maldito, segurando suas mãos, mordendo uma delas, ouvindo um grunhido.

A mordida foi forte e cheia de raiva e antes que eu pudesse bater nele, na hora que eu virei de frente, recebi um tapa no rosto.

Um tapa daqueles, que me deixou desnorteado.  

Então ele veio pra cima, me derrubando na cama e eu senti as mãos dele me enforcarem.

Não enforcaram na traqueia, mas sim ao redor o que me fez perder a consciência, não a vida.  

Antes que eu apagasse eu consegui tirar o boné dele, e mesmo com uma visão turva, eu vi uma cabeleira loura acinzentada muito famíliar.

Mas antes de eu reagir eu apaguei.
Não sabia o que me esperava. Mas sabia que ele não ia me matar. Ele teve chance e não fez isso.

O propósito dele era me assustar. 
Mas eu não sabia porque.

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