confrontation.

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02:45.- quinta feira.


Acordei com meu celular vibrando no móvel.
Ele vibrou bastante, até eu atender.

-alô...?

Respondi não tendo uma resposta, só ouvindo uma respiração do outro lado.

Eu então sem paciência desliguei, voltando a cobrir a minha cabeça.
Estava chovendo pra caramba lá fora e eu estava cansado.

Eu não tinha tempo pra brincadeiras.

Mas meu celular começou a vibrar de novo, vibrou, vibrou e vibrou.
Eu não aguentei e então eu me sentei, pegando o aparelho e atendendo.

-o que você quer?

A respiração continuava.
Mas nenhuma palavra.

-pode parar com a palhaçada, eu sei que é você. Acha que está colocando medo em mim? Não está. Agora pare de me perturbar antes que eu chame a polícia.

Eu desliguei e então voltei a deitar.
Mas foi aí que eu ouvi um barulho de trava.

Eu me virei, vendo um vulto na minha janela.
O vulto ficou ali parado, me olhando pelo vidro.

Eu não quebrei o contato visual.
Eu fiquei ali, até que eu decidi levantar e ir até a janela, abrindo a mesma.

Na hora que eu me aproximei, o vulto escorregou pela telha e sumiu.
Eu sabia muito bem quem era.
Não era difícil de adivinhar.

Eu então desci correndo, e passei pela cozinha, pegando uma faca, no faqueiro, saindo pro quintal.

Foi quando eu vi a pessoa correndo pelo jardim, entrando no meio de uns arbustos e eu saí correndo atrás.

A chuva estava torrencial, e os trovões eram a única fonte de luz aquela hora da madrugada.

Em um ponto eu perdi ele de vista, e ri soprado, pensando no que eu estava fazendo.

Estava no meio da rua, 3 da madrugada, com uma faca na mão, completamente molhado, atrás de alguém que nem deveria estar aqui.



.



Na próxima madrugada, a mesma coisa aconteceu.
Meu celular vibrou inúmeras vezes, até que eu atendi.

O silêncio continuava, então eu levantei, olhei pro quintal, vendo ele lá, no meio do quintal.

Eu então desliguei, e ele ficou lá, enquanto eu voltei pra cama, me cobrindo, voltando a dormir.

Ele não iria entrar, porque se fosse fazer isso, teria que quebrar a janela ou arrombar a porta e havia sistema de segurança na casa.

Ele não era burro.

E assim se seguiu por pelo menos 5 noites, até que eu parei de atender ele.

Foi quando eu acordei numa segunda feira com uma carta do meu lado no travesseiros.

Abri a carta, vendo um punhado de cabelo, meu, dentro da mesma, e uma polaroid minha dormindo.

"já que você parou de atender, eu tive que vir vigiar seu sono presencialmente."

Eu bufei, me levantando, e me preparando pra aula.
Passei a manhã inteira completamente irritado com tudo aquilo.

Ele era bem audacioso pra alguém que provavelmente estava em condicional, ou que tinha acabado de ganhar redução de pena.

Mas eu sabia que aquele não era Hwang.
Aquele era apenas Hyunjin, que estava mentalmente confuso. Se fosse Hwang, eu estaria morto na primeira noite.

STALKERWhere stories live. Discover now