16. loosing someone

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Foram Nina e Topper que levaram Sarah de volta para casa. Ela não queria deixar o píer, com medo de que ir embora dali significaria que teria de se despedir e enfrentar a realidade a partir daquilo.

Nina a levou para dentro de casa e pediu para Topper manter os policiais longe dali. E foi o que ele fez, pois nenhum dos policiais havia ido perturbá-las.

Sarah deitou em sua cama e chorou até soluçar, parecendo estar em um estado meio dormente. Wheezie foi até o quarto e se juntou a elas. Ela havia assistido tudo de longe, da janela de seu quarto. Nina a puxou e a menina se encaixou no abraço, entre ela e Sarah.

– Quando eu era pequena e ficava triste – disse Nina em um tom baixo, enquanto pegava o cabelo de Wheezie e começava a trançá-lo – Minha mãe fazia uma trança no meu cabelo, dizia para eu concentrar toda a minha tristeza naquela trança e dormir com ela, porque quando eu acordasse a trança iria estar desfeita e eu não estaria mais triste.

Nina pensou nessa lembrança que tinha de sua mãe; uma das únicas lembranças boas de se crescer com ela. Fazia isso sempre que lembrava da existência da menina, mas quando chegava em casa bêbada e já não se importava mais com a filha, quem fazia a trança era a própria Nina.

– Você acha que vai funcionar? – Wheezie perguntou, a voz baixinha que Nina quase não escutou.

Sarah olhou para Nina, que não sabia o que responder.

– Ele era um péssimo pai – disse Wheezie – Mas era o único que eu tinha.

Depois de algumas horas, as duas irmãs dormiram. Nina se levantou silenciosamente e foi embora. Encontrou com Topper na entrada da mansão, sentado ali. Já era bem tarde da noite. Ela achava que ele tinha ido embora, mas na verdade tinha ficado aquele tempo todo ali esperando.

– Oi, Nina – ele disse, quando notou sua presença, se levantando. Passou a mão na bermuda e colocou as mãos no bolso – Como ela está?

– Ela e Wheezie acabaram de dormir – disse Nina e ele assentiu.

Topper tinha uma expressão preocupada no rosto, muito diferente de como ela o conhecia. Ele realmente parecia sentir isso.

– Eu pensei em ficar para caso elas precisassem de alguma coisa – ele disse.

Nina o olhou.

– Topper, eu sei que nunca fomos amigos, mas eu sei que se importa com ela – disse Nina – Então, por favor.. só não torne as coisas piores do que já estão. Por favor.

Ele olhou para os pés, comprimiu os lábios e assentiu, voltando a olhar para Nina.

Ela se afastou, indo embora, observando a vasta escuridão através do vento gelado. Nina se lembrou de quando encontrou Sarah afastando as aves para salvar um ninho de ratos no começo do verão. Um sentimento triste se abateu sobre ela quando percebeu o quanto as coisas tinham mudado.

Nina chegou em casa e encontrou com seu pai e Sheryl na sala, preocupados. Ela os contou tudo. Antes de ir deitar, deu um abraço nos dois.

Ia abrindo a porta de seu quarto, mas olhou para a do quarto de June em frente ao seu. Bateu de leve na porta e entrou. A menina olhou para a irmã mais velha.

Nina se aproximou dela e sentou na cama.

– Oi, cabeça de abóbora – Nina sussurrou e bagunçou o cabelo da irmã, que deu risada enquanto afastava sua mão. Nina sorriu – Posso dormir aqui hoje?

– Sim – June respondeu – Mas sem roubar toda a coberta para você de noite.

Ela abriu espaço e Nina deitou ao seu lado. Passou um braço pela irmã e encostou seu queixo no topo da cabeça dela.

autumn sky // jj maybank (𝑜𝑢𝑡𝑒𝑟 𝑏𝑎𝑛𝑘𝑠 𝑠𝑒𝑎𝑠𝑜𝑛 𝟸)Onde histórias criam vida. Descubra agora