Capítulo 1: Notícia Avassaladora

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*Pedro narrando*

Deitado em minha cama e encarando o teto, lá estava eu, pensando na minha vida. Uma moça descansava do lado direito do meu peito, enquanto um rapaz estava deitado em cima de meu braço esquerdo. Haveria vida melhor do que essa em que eu não precisava dever satisfações a ninguém?

— PEDRO! Se você não abrir essa porta agora eu mesmo derrubo ela! — bom, a  quase ninguém.

Esse na porta era o meu pai, armando barraco. Porra, àquela hora da manhã?

— Pedro, eu vou te dar 5 segundos!

— Calma pai! Já estou levantando! — começo a sacudir as pessoas que estavam deitados em cima de mim fazendo sinal para que elas se escondessem no closet que o meu quarto tinha — Pode entrar!

— Essa porta está trancada, inteligência — ah, isso faz sentido.

Me levanto, coloco um calção que estava jogado no chão do quarto e abro a porta.

— Bom dia para você também, pai — vejo que o mais velho me olhava com um total desgosto.

— BOM DIA?! Já passou do meio-dia e meia! Pedro... eu não quero me irritar — como? Ele já estava irritado — então, por favor, expulse os indivíduos que estão no seu quarto e desça! Temos um assunto muito sério para conversar — sem esperar minha resposta, ele desceu.

Faço o que meu pai pediu e, com isso, as pessoas saíram pelos fundos. Depois de sozinho, fui me trocar.

Ah, olá! Como meu pai já fez as honras vocês já devem ter percebido que o meu nome é Pedro. Tenho 25 anos e sou futuro herdeiro da empresa do meu pai por ser filho único.
Nunca fui o maior fã do mundo de namoros e relacionamentos. Sempre achei que, ao namorar, perdia a liberdade, por isso nunca me amarrei a ninguém.

Terminei de tomar banho e coloco uma roupa confortável para ficar em casa, mas bonita, caso eu tenha que sair. Desci e vi o meu pai sentado, com as mãos no joelho, batendo os pés e olhando para o nada.

— Pai? O senhor está bem? — percebi nitidamente que não. O mesmo estava pálido, muito pálido.

— Então filho, você sabe que, em pouco tempo, irá assumir a empresa, certo? — eu acenei em positivo com a cabeça — Alguns dos nossos sócios acharam melhor você... Hum, como eu vou falar isso? — ele pensa por um tempo, parecendo buscar as palavras certas — Eles acham que você tem que parar de se um "galinha" e se casar.

— O quê? Como assim, pai? — pergunto — Eu não preciso ser casado para assumir a empresa! Posso muito bem levá-la para frente sem estar comprometido.

— Eu sei, filho. Mas você vive saindo em capa de revista, jornais e até mesmo na TV e, quando você assumir a empresa, isso não vai ser bom para a nossa imagem e nem para os negócios, entende? Querem que você se case para manter uma boa aparência para os negócios. E você sabe que alguns dos nossos sócios são... Conservadores? Querendo que você se case, nem que seja com um menino.

— Ao menos eu poderei escolher a pessoa?

— Não, porque eu já escolhi, é o filho de um amigo muito — hesitou — querido para mim. E vamos buscar ele hoje, ou melhor, agora. Melhor ainda, nesse exato momento!

— Você invadiu a minha casa e me tirou da cama para falar que eu vou ter um casamento arranjado com uma pessoa que eu nem conheço e que você já escolheu?

— Sim!

— Qual é o nome dele? E ele já sabe disso?

— O nome dele é João Vitor Romania Balbino, ele mora no interior. E, sim, ele já sabe. Vamos logo! — ele me pega pelo braço e me puxa para fora de casa, me colocando dentro do carro — Para o aeroporto, por favor — o motorista dá a partida e inicia a viagem.

Enquanto meu pai dizia mais sobre João, eu fiquei lá olhando a paisagem. Sou totalmente apaixonado pela beleza de São Paulo.
Em poucos minutos, chegamos no aeroporto e entramos no nosso jatinho em direção ao Américo Brasiliense. Eu sei que é perto e dá para ir de carro, mais meu pai não sabia dirigir e eu estou de ressaca. E nenhum de nós dois éramos loucos de pedir algum motorista para nos aturar por 3 horas.

O tempo todo que ficamos no avião, eu fiquei ouvindo músicas e pensando em como a minha liberdade estava escapando de minhas mãos.

Depois que chegamos e entramos no carro, eu não troquei nenhuma palavra com o meu pai, estava triste e nem um pouco a fim de conversar. Pegamos um Uber em direção a casa do garoto. Assim que chegamos, o meu pai bateu na porta, que foi recepcionada por uma bela moça.

— Ah, olá! Finalmente vocês chegaram! Venham, podem entrar — ela deu um espaço para entramos, e logo de cara o primeiro cômodo da casa era a sala que continha quatro sofás.

Em um deles estava um homem velho, e eu supus que não era ele o meu noivo, pois o meu pai disse que o era bonito e jovem. No outro sofá, havia uma menina, e eu tive a certeza de que não era ela pelo fato de ser uma menina, e o meu noivo ser um menino

— Por favor, fiquem à vontade.

— Obrigado — respondeu o meu pai —, mas queremos conhecer o garoto. Sem querer parecer rude, mas ainda gostaria de visitar uma pessoa.

— Jão foi se despedir dos amigos, logo ele está aqui — Jão? Que apelido estranho —, eu sou a irmã dele, Isabela

— Muito prazer — eu e meu pai cumprimentamos em uníssono.

— Posso me sentar? — perguntei sem fazer cerimônia, queria evitar o máximo de contato possível.

— Claro, sente-se.

Pus-me a perguntar: se o meu pai era tão "amigo" dessa família, porque parecia ser a a primeira vez que eles se viam?

Enquanto eles conversavam, eu estava pensando em como fazer o tal homem desistir do casamento. Meu pai informou que teríamos que ficar casados por, no mínimo, 6 meses e só depois poderíamos nos divorciar. Eu queria fazê-lo ver que eu não era uma boa opção de casório. Até que, pela janela da sala, eu vejo a pessoa mais linda passando. Era um homem de cabelos grandes, escuros e cacheados,  com barba e bigodes ralos.

Ele parecia um anjo. Com toda certeza possível, aquele era o homem mais bonito que eu vi já havia visto em toda a minha vida. Eu estava perdido, mais logo fui tirado do meu devaneio pelo meu pai, que estava fazendo uma pergunta para mim.

— Não concorda, filho?

— Com o quê? — perguntei sem nem esconder que estava brisando — Desculpe, não estava prestando atenção.

— Sobre o fato de que durante o casamento não pode ter traições muito visíveis na mídia porque vocês vão ter que fingir que se amam.

Pronto, realmente só me faltava essa.

— Por mim, tudo bem — me virei de novo para a janela, mas o anjo não estava mais lá.

Meu noivo que me esperasse, eu iria correr a cidade toda atrás daquele homem.

Pouco tempo depois, eu estava mexendo no celular quando a porta foi aberta pelo mesmo homem que estava passando pela rua alguns minutos atrás.

— Filho! Você finalmente chegou! Esse é o seu futuro esposo, Pedro Tofani.

Ele me encarou e, nesse momento, eu tive noção do quão fodido estava.

— Olá, eu sou o João — bom, meu pai realmente estava certo, ele é lindíssimo. Mas não muda o fato de que ele irá sofrer muito nesses 6 meses que ficará casado comigo.

Capítulo escrito pela adm Elle e revisado pela adm Sofi.

Maybe Our Possible Love | PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora