Capítulo 2: Se conhecendo

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— Olá, bom, eu sou o Pedro — ele parecia desconfortável. Essa situação toda é muitíssimo desconfortável.

— Eu... ainda tenho que terminar de arrumar as minhas coisas — era perceptível que ele disse isso apenas para sair daqui.

— Eu te ajudo, maninho — ela já estava levantando, quando:

— Não, pode deixar que o Pedro ajuda — o quê? —, afinal, eles têm que se conhecer de qualquer jeito — só agora ele se importa — e esse tempo juntos pode ajudar — pisca para mim. Eu já disse, hoje, que não gosto do meu pai?

— Tá bom, é... Me siga — ele não estava nada confortável, mas fazer o quê?

Segui ele até o quarto. Era ajeitado, tinha dois violões, um teclado e, em cima da bancada, várias folhas bagunçadas, algumas jogadas no chão e o lixinho mediano que estava bem escondido debaixo da mesma também estava cheio de folhas. O quarto era pintado com tons de azul escuro e de branco. Bonito, mas o meu é mais. Logo ele começou a terminar de arrumar as coisas dele.

Estava um silêncio extremamente vergonhoso, então eu decido falar a verdade para ele e, talvez, cortar qualquer expectativa de casamento feliz que ele tenha.

— Olha, não ligo muito para o que você vá pensar. Mas quero que saiba que esse "casamento" não será um casamento feliz — falo de uma vez.

— Jura!? Não sabia — ele fala olhando para a minha cara, castanho, castanho escuro é a cor dos olhos dele

— Olha, não se ache muito, tá bom? Vamos evitar contato ao máximo. Somente na mídia fingiremos ser um "casal feliz".

— Por mim, tá ótimo. Agora, para fingirmos pro seu pai que nós demos bem, desce a minha mala — ele diz sorrindo. Logo ele sai do quarto, me deixando sozinho. Começo a olhar ao redor e uma folha amassada em cima da cama, me chamou atenção. A peguei, guardei no meu bolso e desci com as duas malas que ainda estavam no quarto.

Quando estava descendo, ouvi a irmã dele perguntando se ele não levaria o violão. Ele disse que iria pensar, já que estava na minha casa e não queria ser inconveniente ou alguma coisa assim. Ótimo, ele tem noção. Mas, se ele não levar, acabar ficando entediado e vier me encher o saco? Quer saber:

— Você pode levar o seu violão. Não vai me encher o saco já que eu vou passar a maior parte do tempo na empresa — isso é mentira, mas ele não precisa saber.

— Ah, valeu. Então eu vou pegar ele lá em cima — ele começa a subir junto com a irmã dele.

Terminei de descer as escadas com as malas que estava levando, colocando-as no canto da sala.

— Cadê o João? — perguntou o meu pai.

— Foi pegar o violão dele.

— Você o deixou levar, então? Ele estava com medo de você não deixar — e não deixaria mesmo, mas não queria ele enchendo o meu saco, então, deixei.

— Claro que eu deixaria, aliás, vou passar praticamente todo o dia na empresa, o violão é um jeito de ele não se sentir sozinho — e o Oscar de melhor ator do ano vai para Pedro Tofani, já que ele pareceu acreditar.

Pouco tempo depois, João desce com a irmã e com o violão em uma bolsa. Ele estava com lágrimas nos olhos e a irmã dele também.

— Está pronto, João? — pergunta o meu pai.

— Claro — fala olhando para ele.

— Ótimo, eu e o Pedro vamos guardar as malas no carro enquanto você se despede da sua família — eu e o meu pai fomos colocando as malas no carro enquanto ele falava "tchau" para os familiares.

Maybe Our Possible Love | PejãoOù les histoires vivent. Découvrez maintenant