12. PINGA!

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— Então quer dizer que fez o trabalho com Kageyama Tobio? — Kenma parece desacreditado com a informação que Hinata comentou.

— É — confirma o ruivo. —  Por quê?

— Ora, Shouyo — começa, a sobrancelha arqueada. — Kageyama é egoísta e um rei excêntrico.

— Não, ele não é. — Hinata nem se acreditou no que disse, e ele não segurou a língua. — Kageyama só é assim porque está perdido na própria mente. Não deveriam falar isso sobre ele.

Kenma está tão surpreso que nem consegue dizer mais nada. O loiro encara Hinata com os olhos um pouco arregalados e sentindo algo estranho vindo do ruivo.

— Hinata, você por um acaso...?

Voltando o olhar para o seu lado, Hinata não estava mais lá ao seu lado no banco. A porta bate do outro lado da quadra e Kenma não sabe bem o que acabou de acontecer, mas sabe o que está acontecendo com Hinata.

O ruivo esbarra em vários alunos pelos corredores e no processo ele tropeça nos próprios pés. Está com o coração acelerado e as bochechas quentes e avermelhadas.

Hinata Shouyo se sente fraco só de ouvir o nome de Kageyama Tobio. É como se ele não quisesse se sentir assim. Ele odeia se sentir assim. Preso em um único sentimento.

Shouyo tem medo de amar de novo.

Medo de ser traído por quem ele ama, de novo.

>▪︎<

Em sua casa a única coisa que faz é se jogar na cama e deitar. Hinata quer fugir dos seus próprios pensamentos. Ele não quer ser feito de otário de novo.

Ele dorme naquele dia. Acorda de noite só para tomar banho e ir deitar de novo. Depois acorda e vai para a escola.

Essa rotina se repete por mais três dias.

É sexta-feira agora.

Nishinoya e Tanaka que almoçam com Hinata perceberam seu comportamento. O garoto está mais calado, mais na dele, isolado. Os dois tentam colocá-lo no assunto, mas isso é tão complicado quando a pessoa não quer conversar.

Kenma e seu grupo observam tudo de outra mesa.

— O que aconteceu com o tampinha? — Kuroo pergunta como quem não quer nada. Ele espera que seu amigo loirinho responda a pergunta. Dos quatro, é o primeiro mais próximo de Hinata.

— Sei lá — Bokuto se manifesta, a ponta dos lábios do garoto se curvam para baixo. — Isso me deixa triste também, sabia?

Akashi revira os olhos e bebe um pouco de suco.

— Deveríamos tentar animá-lo, mas como? — Kuroo e Bokuto começam a pensar.

Demora-se segundos, e é como se um estralo tivesse dado na cabeça dos dois amigos. Eles se apontam com os indicadores e levantam de seus bancos.

Kenma quase desliza para baixo da mesa com vergonha. Akashi encara os dois com um olhar afiado para que eles sentem novamente.

— FESTA! — Os dois gritam. O refeitório para, olha para quem está fazendo o barulho e simplesmente ignora com rostos de desgosto.

Após os dois se sentarem novamente, Kenma se endireita no banco. Akashi encara Bokuto com os braços cruzados, enquanto Bokuto abaixa a cabeça, igual um cachorro pedindo carinho depois de receber bronca.

— Vão dar uma festa e convidar o Hinata? — Akashi começa a dizer o plano deles em voz alta, até perceberem que se o garoto está depressivo do jeito que está, não teriam como animá-lo. — Como vão fazer isso?

Flores em Meio a Tempestade - KageHinaOnde histórias criam vida. Descubra agora