13. O Bêbado

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Pense na seguinte situação que se seguiu: dois carros chegam, cheios de gente — a maioria bêbada —, parando em frente à uma casa americana. Cercas brancas contornando todo o terreno.

Akaashi desce do carro. Hinata está no outro carro, um Jeep preto, junto de Oikawa no banco de trás.

Só que ao invés de saírem só Hinata e Akashi; Kuroo, Bokuto e Oikawa saem. Os bêbados pulam a cerca e começam a gritar e correr pelo quintal da família Kageyama. Bokuto até tira a camisa e começa a sacudi-la.

Tobio sai de casa assustado, e está visivelmente abalado com a cena toda em seu quintal.

— Mas que porra? — É a única frase que o moreno consegue sibilar, ainda em choque.

Oikawa vem cambaleando na direção de Kageyama. O garoto consegue sentir o cheiro de álcool forte no bafo do mais velho de longe. Os olhos castanhos claros de Oikawa estão com as pupilas dilatadas.

— Iai, Lei — Kageyama revira os olhos pelo cheiro de cerveja. — Oia só vuxe... t-todu, todu!

A mão pousa em cima do ombro de Tobio, como se ele precisasse de apoio para se manter em pé.

— Alguém está menos bêbado!? — Kageyama grita.

— 'Té pareci que eu tô bêbo... — Oikawa consegue resmungar.

Iwaizumi desce do carro às pressas e vai de encontro com Kageyama e o melhor amigo bêbado.

— Desculpa, Kageyama — ele diz, frustrado e derrotado com toda a situação que se seguiu desde que decidiram beber seis caixas de cerveja. — É que o Akaashi e eu não bebemos, e o Oikawa vale pelos quatro bêbados, e bom, o Akashi tem os três, apesar de que Kenma não bebeu tanto...

— Vá direto ao ponto — disse impaciente, observando Kuroo derrubar Bokuto no chão e cair em cima dele em seguida.

— Você pode ficar com o Hinata? — Kageyama agora percebe o pequeno ruivo, agachado ao lado da cerca, cutucando algumas flores.

Kageyama olhou os outros, e encarou a situação deplorável de todos. Kenma abriu a porta do carro e não viu a altura, pisou em falso e se estatelou no chão.

Limpando o rosto com as mãos, ele olhou no fundo dos olhos de Iwaizumi. Via como nem ele, nem Akaashi — que agora tentava colocar a camisa de novo em Bokuto — estavam conseguindo controlar a situação.

E Kageyama sabia que estava devendo uma para Hinata, já que ele o distraiu da sua crise.

— Está bem... só — ele apontou para o bando de loucos em seu quintal —, só tire eles daqui rápido. Os vizinhos podem ver.

Iwaizumi pegou no braço de Oikawa e o conduziu até o banco de trás. Colocou o cinto e fechou a porta, travando só para quem está do lado de fora poder abrir.

Akaashi fazia o mesmo com Bokuto e Kuroo, colocando os cintos e travando a porta.

Kenma foi para o banco do passageiro e colocou o cinto. Enxergava as coisas ainda embaçadas demais.

Os carros deram partida e eles saíram do terreno de Tobio.

Kageyama foi até Hinata e o puxou para dentro da casa. Hinata não entendia o que estava acontecendo. Sua mente era como um quebra-cabeças embaralhado.

— Fica aqui — Kageyama o deixou no próprio quarto e saiu por alguns instantes.

Tobio precisava entender a situação por completo. Não fazia sentido ter Hinata bêbado em sua casa. Ele nem avisou a mãe. O que iria dizer? A pergunta certa a fazer seria se ele iria dizer algo. Tobio podia simplesmente deixar Hinata dentro do quarto e depois, quando sua mãe e a irmã saíssem para trabalhar, Tobio o levava até a própria casa.

Flores em Meio a Tempestade - KageHinaWhere stories live. Discover now