16. Paixão

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É estranho pensar no quão próxima e confortável uma pessoa pode ficar na presença de outra. É uma sensação de segurança e conforto, é isso. Se Kageyama podia descrever como ficava bem ao lado de Hinata, seria essa a descrição: você me deixa seguro e confortável.

Hoje é um dia que Hinata Shouyo considera triste. Está sentado no sofá, mexendo no celular enquanto a televisão está ligada em um programa qualquer.

O som da campainha o desperta. Ele pensa em quem possa ser, e se surpreende quando vê Kageyama Tobio, ensopado, na frente da porta de entrada. Os fios negros de seu cabelo pingam que nem a chuva, de tão molhados que estão. Kageyama está vestindo galochas, capa de chuva e sacolas estão ao redor de uma mochila.

— Você vai deixar eu pegar hipotermia ou vai deixar eu entrar, Hinata?

— Deixar você aí não iria me entristecer — Shouyo responde, cruzando os braços na frente do corpo.

— Sai da frente, idiota — Kageyama passa e já tira as galochas e a capa. Tobio coloca a mochila no chão e tira as sacolas.

De dentro da mochila, ele tira uma barra de chocolate ao leite, um salgadinho de queijo e um refrigerante na garrafa.

— Isso é seu — diz, colocando as coisas mão de Hinata que havia acabado de fechar a porta e se virar.

— Se tivesse avisado que vinha tinha trocado de roupa — comenta meio aborrecido.

Kageyama encara Hinata nos olhos e depois desce o olhar para a vestimenta do ruivo. Blusa de lã amarela, calças moletom verdes e pantufas pretas nos pés. Os cabelos ruivos também estão desarrumados.

Hinata realmente não esperava alguém em sua casa em um dia como aquele. Nunca havia recebido ninguém em um dia chuvoso, e isso o fez engolir em seco. Nem seu ex-namorado ia em sua casa em dias de chuva.

— Se eu tivesse avisado não ia ser surpresa — retruca, tirando mais uma barra e mais um salgadinho. — Além do que, você tá bem melhor que eu.

Visivelmente Hinata não estava lá tão "normal". Parecia ter acabado de sair da cama — mesmo que já tivesse levantado havia tempo —, só que Hinata estava quentinho. Já Kageyama estava encharcado.

— Se tivesse avisado — Shouyo corre até o banheiro e pega uma toalha —, eu não teria deixado você vir.

Kageyama começa a secar os cabelos na toalha azul.

— Por isso não avisei, idiota.

— Para de me chamar de idiota, imbecil.

— Quanto amor! — Natsu desce as escadas correndo. — Quem é esse, mano?

A pequena encara Kageyama debaixo. Para Natsu, ele é um gigante.

— É meu amigo.

— Amigo? — Os olhos parecem brilhar. Ela nem se lembra de quando todos foram em sua casa. Faz muito tempo.

— Nem começa. Kageyama veio para ficar comigo, não com você.

— Como você é chato — Hinata mostra a língua para ela, que retruca mostrando também. — Chato, chato, chato.

Kageyama sorri diante daquilo.

— Ele é bonito, hein, mano?

As bochechas de Tobio ficam vermelhas  ao extremo.

— Sim — concorda o irmão. Hinata se vira e se senta no sofá. — Vem cá, Kageyama.

Tobio vai até o sofá e se senta ao lado de Shouyo. O mais alto está ligeiramente sem graça e bem vermelho.

Flores em Meio a Tempestade - KageHinaWhere stories live. Discover now