THOSE EYES - ROSALIE HALE

CAPÍTULO UM

Frio.

Foi o primeiro pensamento que tive ao chegar na cidade pensando que não teria sido mais interessante ter posto em prática a ideia de que deveria deixar Bella se cuidar sozinha.

A cidade tem cheiro de terra, madeira e chuva, falando nela, começa a chover enquanto esperamos por Charlie na rodoviária.
A cidade era linda, é claro; eu não podia negar isso. Tudo era verde: as árvores, os troncos cobertos de musgo, os galhos que pendiam das copas, a terra coberta de samambaias.
Até o ar filtrava o verde das folhas.

Bella se protege mais com meu casaco enquanto só estou vestida com uma blusa preta de mangas compridas e gola alta. Acho que será o suficiente.
Mechendo no celular assisto à tv localizada em um canto que pretende fazer 10°C durante o resto da semana. Não poderia piorar.

não costumo ser uma pessoa que reclama de tudo, mas realmente não gosto do frio. prefiro a temperatura ensolarada de Phoenix onde vivi a maior parte de minha vida.
Depois de mais alguns minutos, vejo Charlie se aproximando com sua roupa típica de policial.

- Desculpa a demora garotas.

- Tudo bem pai. - o observo bem, parece mais velho, cansado. sei muito bem quanto ele sofreu por ter se separado da mãe, achava que ele teria superado. - Não me diga que veio na viatura.

- Ham... - Ele abra a boca pra dizer alguma coisa mas desiste me fazendo rir.

- Tudo bem, vamos.

Charlie tenta pegar minha mala mas nego mesmo com sua insistência, o fazendo desistir pegando somente a de Bella.

Não demorou muito pra chegarmos em casa. ela não mudou nada desde que foi embora.

Descendo da viatura, vejo amigos antigos do Charlie. Eu lembrava deles ao contrário de Bella.

- Hey meninas. - Billy Black se aproxima com a ajuda de Jacob Black. Costumávamos brincar quando crianças além que eu sei que ele nutria sentimentos pela minha irmã. coitado, essa daí não consegue enxergar nem uma barata na frente dela. eu gostava de Jacob, como amigo claro.

-Oi Jack, quanto tempo?

-Oi. - Minha irmã fala baixinho.

- E aí? faz tempo mesmo. O que tá achando do clima?

- Legal. - Digo tentando parecer animada com o fato de vir parar na cidade mais fria do país. acho que não fui muito bem já que ele rir da minha cara.

- Escute Jenny, seu pai já falou pra vocês do presente? - Billy nos interrompe, animado.

olho pro meu pai que coça a cabeça.

- Ainda não.

- Jack ainda tá terminando de arrumar, mas logo logo ele vem deixar pra vocês irem pra escola amanhã.

- Espera aí, como assim? - Minha irmã se adianta e pergunta. já estou curiosa.

- Surpresa pra mais tarde. vocês vão amar.

- Está bem. Vou entrar pra levar minhas coisas. Vejo vocês mais tarde.

- É claro.

dou um aceno pra Jacob e entro na casa do Charlie, não mudou nada
Apenas uma viagem foi necessária para levar minhas coisas para cima.Fiquei com o quarto do lado oeste, que dava para o jardim da frente. O quarto era familiar; me pertencia desde que nasci.

O piso de madeira, as paredes azul-claras, o teto pontiagudo, as cortinas de renda amarelas na janela - tudo isso fazia parte da minha infância. As únicas mudanças que Charlie fizera foram trocar o berço por uma cama e acrescentar uma escrivaninha, à medida que eu crescia.

Só havia um banheiro pequeno no segundo andar, que eu teria que dividir com Charlie e Bella. Estava tentando não pensar muito nisso.

A familiaridade me deu vontade de chorar.

Uma das melhores coisas em Charlie é que ele não fica rondando a gente. Nos deixou à vontade para desfazer as malas e nos acomodar, uma proeza que teria sido completamente impossível para minha mãe.

jogo a mala e a mochila na cama e duas batidas na porta seguida da voz de Bella me fizeram Virar.

- O que achou?

- Nada mudou. - Respondo e ela concorda.

Com seu jeitinho de mexer no cabelo, sabia que ela queria me dizer alguma coisa.
sabendo-a ler me aproximo a puxando pra um abraço.

- Eu sei. - Digo e a sinto fungar.

- Me perdoe, Jenny.

- Tá tudo bem Bells.

ela me bate no peito se afastando.

- Au!

- Não me chame assim.

- Oks Bells. - Digo rindo.

- Jenny sem dente. - ela diz e faço uma cara feia.

Pego uma almofada e jogo nela a fazendo rir saindo do quarto.

Só não a mato porque sentiria falta dela.

A Forks High School tinha um total assustador de apenas 357 - agora 359- alunos; em Phoenix, havia mais de setecentas pessoas só do meu ano. Todas as crianças daqui foram criadas juntas - seus avós engatinharam juntos. Eu
seria a garota nova da cidade grande, uma curiosidade, poderia ser uma aberração.

Talvez, se eu parecesse uma verdadeira garota de Phoenix, pudesse tirar proveito disso. Mas, fisicamente,nunca me encaixei em lugar nenhum. Eu devia ser bronzeada, atlética - uma jogadora de vôlei ou uma líder de torcida, talvez -, todas as coisas compatíveis com quem mora no vale do sol.

Concerteza Isabela deveria estar pensando isso, Graças a Deus eu sou assim, tenho pena de Bella.

Quando terminei de guardar minhas roupas na antiga cômoda , peguei minha nécessaire e fui ao único banheiro para me lavar depois do dia de viagem. Olhei meu rosto no espelho enquanto escovava o cabelo úmido. Minha pele não combinava com Forks, eu era brilhante demais, bronzeada demais.

Sem brincadeiras, as pessoas poderiam me achar estranha e logo pensarem que não me encaixava aqui. Poderia até mesmo sofrer bullying por ser tão linda.

Saio do banheiro rindo de mim mesma e com o pensamento de que deveria ser mais humilde.
Deito na cama tentando não dormir mas acabei pegando no sono esquecendo totalmente que deveria ter ficado acordada pra receber o tal presente.

Se gostou do inicio história deixem uma estrelinha por favor. Deixa seu comentário com o que você achou para que eu possa saber se comecei bem e me motive a continuar. Podem dizer o que não gostaram e o que esperam para os próximos capítulos.
Nos vemos. Namastê.
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