Capítulo 11

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Olivier Florence

Minha cabeça estava latejando, não queria abrir meus olhos e nem podia, a luz forte batia nos meus olhos e machucava. Na próxima eu não bebo tanto, com os poucos minutos acordados meu corpo começa a acordar também, e eu sinto algo pesado ao longo do meu torço.

Era um peso confortável, quente mas não deixava de ser pesado então logo gemo em negação.

-Bom dia -a voz rouca ecoa nos meus ouvidos, eu me assusto reconhecia essa voz, a voz rouca aveludada de Milo.

Rapidamente as memórias voltam na minha cabeça, tudo oque eu disse e fiz, tudo que eu escutei e recebi. Logo fico vermelho afinal quem não ficaria? Milo provavelmente estava arrependido, afinal estávamos bêbados, não passou de uma aventura.

-Bom dia...

-Você lembra do que aconteceu ontem...?

-Sim... Você... -minha voz embarga - se arrepende?

-Sinceramente? -Balanço a cabeça em sinal de "sim" -Não.

Me surpreendo, ainda estava de costas para Milo, sua mão estava em minha barriga afinal seus braços me abraçavam.

-E você... Se arrepende?

-pff, se eu me arrependesse eu seria a pessoa mais burra do mundo! -Não estou olhando para o Milo mais sei que ele estava sorrindo agora. Eu me viro para ele, agora estávamos cara a cara, suas bochechas estavam levemente rodadas, lábios inchados e um tanto avermelhado.

-Sabe... A gente poderia... -ele suspira -fazer isso mais vezes. -O garoto diz, provavelmente inseguro pela resposta visto que ele batia os dedos sem perceber em minhas costas.

-Se você quiser... -eu olhava seus olhos, aqueles olhos que pareciam um abismo que eu queria adentrar cada vez mais.

Milo se aproximava até que finalmente colou nossos lábios, assim se iniciou um beijo lento, um beijo que fez Milo ficar em cima de mim suportando seu corpo com os braços e pernas. O beijo então por falta de ar acaba.

-Eu acho que agora a gente deveria arrumar a bagunça lá de baixo antes que Amélie chegue -Digo me lembrando que minha calça estava lá em baixo junto com MUITO esperma.

-É acho que você tem razão -Milo ri.

[...]

Havíamos arrumado tudo, até meu quarto que tbm não estava em melhores condições. Passamos 3 horas arrumando a casa, foi bem cansativo mas valeu a pena visto que a casa estava brilhando, eu havia tomado banho e estava no sofá vendo "Sweet Home" enquanto Milo estava no banheiro.

Mas sinceramente eu nem prestava atenção na TV, e sim pensava no que aconteceu ontem, ou melhor nessa madrugada. Minha sexualidade nunca foi uma dúvida para mim desde meus 12 anos. Mas ainda assim era meio estranho falar sobre tudo aquilo.

Amélie e Bárbara sempre me questionavam sobre porém eu sempre fugia. Não que eu tivesse vergonha, é só que eu ainda não tava preparado para tudo aquilo, principalmente por causa do meu pai.

Durante a pandemia digamos que ele falava algumas coisas MUITO homofóbicas para mim e minha irmã.

As vezes eu queria ser como Amélie, confrontar e enfrentar, não ter medo ou insegurança. Amélie era assumida e eu queria ser como ela, inclusive foi esse um dos principais motivos da separação dos meus pais. Não por Amélie ser lgbt, e sim porque meu pai não aceitava e minha mãe era totalmente a favor e ajudava Amélie. Inclusive quando Amélie se assumiu só faltava minha mãe fazer uma parada gay dentro de casa.

Mal percebo quando Milo chega, estava tão distraído que quando ele me abraçou eu me assustei.

-No que você estava pensando? -Diz ele com a cabeça apoiada em meu ombro.

-No passado... Em Amélie, meus pais e tals.

-Ah... -ficamos assim por um tempo, Milo me abraçando por trás encostado em meu pescoço e eu fazendo carinho em sua cabeça com meu braço quase deslocando por causa da posição em que estávamos.

Até que finalmente Milo resolve se sentar ao meu lado, assistimos um filme e quando Amélie chegou ele foi embora, afinal quem veio trazer ela foi Wanderley e Milo não podia perder sua carona.

Amélie me fazia umas perguntas estranhas desde que chegou mais não questionei, afinal minha irmã é estranha.

E o dia foi seguindo, eu que tinha prometido não fazer Live não cumpri com minha palavra, no final lá estava eu fazendo live e jogando Omori que com certeza se tornou meu jogo favorito.

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