Capítulo 14

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Olivier Florence

Eu estava preocupado, Kaiser o cara que fazia live até no natal não fazia uma live se quer desde o evento que já tinha mais de uma semana. Ele estava desaparecido, sem dar notícias, sem aparecer para dar explicação sem nada!

E isso me preocupava bastante afinal eu tinha criado um laço e um carinho enorme pelo mais velho. Resolvi que iria tirar essa história a limpo, afinal tinha medo do que ele poderia fazer ou já até havia feito.

Eu já estava praticamente arrumado, uma calça jeans preta uma camiseta preta e azul listrada que era a minha favorita. Apenas coloquei um sapato preto também e segui em direção a cozinha.

-Amelie tô saindo! -Digo para a garota esparramada no sofá assistindo um programa de fofoca.

-Leve preservativo! -Rio da graça da garota, quem dera eu precisasse de um preservativo.

Então pegando minhas coisas apenas saio em direção a casa do garoto, não havia avisado nem nada afinal ele não olha o telefone a dois dias. Então não era hoje que ele iria olhar.

[...]

-Olivier? Oque você tá fazendo aqui? -Diz o garoto a minha frente surpreso.

-Oi Kaiser! Ahn, eu apenas fiquei preocupado,você anda sumido e tals... -entro no apartamento do mesmo.

-Ahn... Eu apenas tô tirando um tempo de descanso -o garoto diz em meio de um sorriso mentiroso, ele estava mentindo e era óbvio, suas olheras mais profundas ainda o entregavam que ele não estava bem.

-Kaiser... Olha eu tô aqui para você ok? Se você quiser me contar algo pode contar! Eu não sou a melhor pessoa em conselhos mais eu vou tentar te ajudar. -Coloco a mão no ombro do garoto.

Kaiser suspira, fecha a porta e então me chama para sentar no sofá ao lado dele, parecia que ele ia falar algo que não era muito fácil, não para ele talvez até algo pesado que eu não gostaria nem de pensar no que poderia ser.

-então... Não deve ser novidade para você que eu gosto de garotos e garotas né? -ele espera minha confirmação, apenas faço um sinal de "sim" movendo a cabeça para cima e para baixo, afinal Kaiser era assumido mais ou menos desde que ele começou a gravar. -Eu tinha um ficante, conhecido de amigos e tudo mais, eu confiava nele afinal todos falavam que ele era legal, gente boa, até gravei com ele e com o tempo a gente foi se aproximando mais e mais, e eu acabei me apaixonando por ele, algumas pessoas até chegavam a dar esperança para mim sabe? Só que mais ou menos antes do evento eu fui ficar com ele.

Sua voz começou a embargar e eu percebia que ele segurava lágrimas, seus olhos estavam marejados oque doía ver, a situação em si parecia ser seria e eu fiquei com medo, afinal acabei vendo eu e Milo nessa situação oque me deu um certo embrulho no estômago, e não foi um embrulho bom.

-Tava indo tudo bem até alguém ficar ligando para ele, e então ele me disse para olhar e ver quem era, afinal ele estava ocupado demais comigo, já aconteceu outras vezes e tava tudo bem, até eu ver que era a mensagem de um tal de Nathaniel com quem ele estava conversando, trocando cantadas, risadas e tudo mais. Aquilo doeu em mim sabe? -Nesse momento Kaiser já não continha suas lágrimas , elas desciam sem permissão- e eu tive uma crise, afinal eu gostava muito dele, a gente brigou e eu acabei revelando a verdade, depois eu só fui embora, eu sinto que fiz uma merda muito grande sabe? Eu só queria voltar no tempo.

Não tenho reação, fico boquiaberto e tenho várias perguntas a fazer, mas eu apenas abraço o mais velho tentando conforta-lo, suas lágrimas desciam e pingavam em minha blusa, eu não ligava contanto que Kaiser se sentisse melhor.

-Olha tá tudo bem ok? Se isso aconteceu é porque não era para ser... Mais se ele não respondeu se gostava ou não de você acho que é melhor tirar essa ideia a limpo. Você vai se sentir melhor -sorrio ao olhar para o mais velho.

-é -ele limpa as lágrimas- acho que você tem razão, mas eu não sei como fazer isso... É tão confuso!

-Faz do seu jeitinho, isso eu não posso te ajudar, afinal sei menos que você sobre. Se você precisar de mais um tempo para pensar ao menos avise os outros ok? Estamos preocupados com você.

-Obrigado Oli -ele me abraça de novo.

Eu só consigo retribuir, fico ali por mais um tempo, ajudo ele em algumas coisas, conversamos e por aí vai nosso dia. Foi esse dia que eu percebi que nutria um amor por ele, não do tipo que eu nutria por Milo, mas sim do tipo que se tinha por um pai.

Não que eu soubesse muito bem sobre, afinal eu abominava a criatura que eu era obrigado a chamar de pai, a figura paterna que eu tinha te então era Wanderley, mas agora sei que posso contar com meu outro "pai". E isso me deixava feliz, contei a Kaiser algumas coisas que eu sentia, segredos e sobre minha vida pacata, como se ele realmente fosse meu pai. E por incrível que pareça ele apenas ouviu e aconselhou, assim como um pai faz, assim como Wanderley faz.

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