Bᴇꜰᴏʀᴇ Tʜᴇ Pʀᴏʙʟᴇᴍs

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Traumas, abandono, lições que nenhuma criança deveria aprender tão cedo, apontar uma arma para um homem com um saco na cabeça: a primeira vítima da viúva-negra. E isso lhe proporcionou uma série de imagens perturbadoras assim que ela fechava os olhos. Tudo estava na cabeça de Wanda, que permanecia no sofá como foi combinado.

 Natasha sabia que Wanda estava tentando abafar os gritos que vinham junto de toda tortura psicológica que estava sendo feita com Wanda e as memórias de Natasha. Por isso foi até ela no sofá e a acordou gentilmente falando que tudo estava bem... E Wanda, assim que olhou nas orbes verdes de Natasha, soltou a pergunta que fez o coração de Romanoff errar uma série de batidas: "Posso ficar com você esta noite, agente Romanoff?"

 E Natasha é uma mulher muito inteligente para deixar seus sentimentos falarem mais alto do que a lógica, mas os dois entraram num acordo e fizeram a ruiva disser: "Vem comigo pro quarto". Wanda a olhou meio espantada por sua frase, mas depois entendeu bem o motivo da resposta.

 Durante a noite, Natasha acordava de vez em quando por causa do corpo da mais nova se revirando no colchão e do som do choro abafado que ela escondia enfiando a cara em um dos travesseiros. Romanoff levou a mão até um dos braços de Wanda para tentar acalma-lá, mas foi aí que a mais nova se virou na cama ficando de frente para ruiva e se agarrando ao seu pescoço.

 Ela tinha sentido as lágrimas quentes de Wanda em seu pescoço e molhando a blusa verde que usava como pijama. Sentia as respiração descontrolada bater contra sua pele. E sentia a pele fria de Wanda tocando a sua, um motivo que fez Natasha se afastar brevemente para pegar o cobertor e cobrir as duas mulher que passaram a noite inteira nos braços uma da outra.

 Os raios de sol, não muito fortes por causa das nuvens, tinham invadido o quarto e, com isso, acordado as duas mulheres. A cama era de casal, mas mesmo assim não era tão grande como as que tinham nos complexos. Wanda havia perguntado para Natasha se ela poderia deixar a cortina do quarto aberta, porque não queria ficar no escuro e disse que a luz da lua ajudava.

 [...]

 As duas mulheres não demoraram muito para entrarem um acordo. Ambas sabiam que precisavam, realmente, fazer compras. E o dinheiro, dado por Stark como pagamento, que Natasha tinha pegado antes da luta entre o Capitão e o bilionário, era o suficiente para mais alguns dias.

 Ela não teve tempo de esvaziar sua conta por completo por dois motivos: 1- era muita coisa que ela teria que carregar e não teria espaço para colocar; 2- queria sair com Wanda o mais rápido que conseguisse, porque sabia que ela seria procurada imediatamente se conseguisse escapar dos soldados de Ross. E sim, Wanda era mais importante do que qualquer droga de dinheiro, mas ela precisava de pelo menos um pouco para que pudessem sobreviver.

 Estavam Natasha e Wanda dentro do carro que a ruiva tinha pegado com Nick. Natasha como motorista e Wanda no banco do passageiro, ao seu lado. Não saiam sozinhas, essa era a regra número um.

 No momento precisavam sair e ir no mercado, depois que Wanda insistiu que não tinham comida suficiente. Mesmo que Natasha tenha dito que poderia abrir mão de comida para sobrar mais para a morena; essa, que negou prontamente como o argumento "Se não comer, você vai morrer".

 Elas melhoraram um pouco sua relação de convivência. Wanda tinha encontrado uns livros de inglês e alguns de literatura inglesa pelos quais se interessou bastante. Ainda tinha dificuldade com algumas, muito poucas, palavras, e não queria errar na frente da ruiva e ter a mais velha lhe corrigindo.

 Natasha já era rigorosa em seu normal, Wanda não queria ver como ela seria corrigindo a Maximoff. Não seria agradável levar mais uma bronca de sua treinadora e professora de inglês enquanto elas estavam fugindo.

FugitivasWhere stories live. Discover now