Mind

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Chegaram todos a casa de Melina como se nada tivesse acontecido. A energia que rodeava eles estava boa, estavam orgulhos do que fizeram... orgulhosos por terem conseguido sair vivos da enrascada em que se meteram.

Passaram pela porta e cada um seguiu para seu canto da casa.  Yelena foi direto para o banheiro tomar banho enquanto Alexei e Melina foram para a sala tentar cuidar do ferimento de Melina.

Já Natasha e Wanda sabiam que, por mais felizes que estivessem teriam que conversar... e muito!

Com as mãos juntas e seus dedos entrelaçados, Natasha seguiu na frente da garota de cabelos escuros até que ambas estivessem no mesmo quarto em que quase se beijaram. Natasha abriu a porta devagar, podendo ouvir o ranger alto quanto mais ela abria. 

Acendeu a luz e as duas foram se sentar na cama, uma de frente para outra. Wanda cruzou as pernas e olhava sorridente para Natasha, esperando que ela começasse a falar.

- Então... - Wanda introduziu, mas em resposta Natasha se levantou e fechou a porta, isolando as duas do resto que estava lá fora. - O que vamos fazer agora?

Ela sorria, desde que beijou Natasha a duas horas atrás não conseguia parar de sorrir. Por mais que aquilo a envergonhasse, ter olhado para Natasha, e aberto mais o sorriso quando a ruiva a olhava foi a coisa mais reconfortante que ela já fez, talvez em toda sua vida.

Natasha não sabia explicar como ela se sentia. Esperou por tanto tempo, sonhou por tanto tempo. Nunca ela imaginou que alguém como Maximoff olhasse para ela dessa forma, foi ensinada a nunca olhar para ninguém dessa forma. Mas Wanda mexia com ela, de uma forma que era quase que impossível de se colocar em palavras.

- Natasha? - A ruiva olhou para ela.

Sempre quis estar com Wanda, mas aquilo parecia algo tão irreal que nunca imaginou como ela se sentiria. E no momento... estava com medo.

Aquele sentimento sempre a assustou, mas nunca se importou tanto assim, ela conseguia separar suas emoções. E ultimamente eles se faziam mais e mais presentes. Olhava para Wanda e via um sinal de perigo, e sabia que precisava conversar com ela.

- Nat? - Wanda se remexeu na cama e, ainda olhando para a figura de Natasha em pé ao lado de porta, começou a mexer em suas dedos - O que aconteceu? Antes de virmos para cá você estava bem mais feliz... o que mudou?

- Maximoff, eu tenho muita coisa para conversar com você...

- Então vamos conversar, né? Você mesma falou isso a duas horas. - Wanda se levantou e em passos lentos ficou frente a frente com Natasha. - Eu vou te escutar, pode falar.

- Wanda... e-eu. - fez uma pausa, os olhos de Wanda expandindo em preocupação - Desculpa.

- Como assim desculpa?

- Não consigo falar. - ela abaixou o olhar, mas para não deixar Wanda mais alarmada, pegou na mão da garota mais baixa e acariciou a parte de cima com o polegar - Mas não quero adiar, então vou uma coisa.

A garota Maximoff levou a outra mão ao rosto da ruiva e fez o mesmo carinho em sua bochecha, parando apenas para fazer com que Natasha a olhasse nos olhos de volta.

- Pode me pedir qualquer coisa, menos para sair de perto de você agora. - O verde de Romanoff estava mais pesado, acompanhando toda a bagunça que se passava em sua cabeça. - Me diz o que você quer...

- Não consigo falar com você sobre isso, então... Entra na minha cabeça. - Ela disse fazendo Wanda afastar o toque de seu rosto - Por favor, que nem no dia do trailer, m-mas focando no nosso assunto. Em você, mas nessa última parte.

- Tem certeza disso? Da última vez gritou comigo e eu nã- foi interrompida pelo choque que a boa de Natasha fez na sua. Em um rápido movimento, as mãos da ruiva foram parar na cintura de Wanda para impedir a menor de se afastar. - Tudo bem. - disse calmamente quando se separaram.

Wanda se moveu e levou uma das mãos para perto da testa de Natasha. A luz vermelha entrando em contato com a pele de Natasha, fez com que A ruiva fechasse os olhos e deixasse que Wanda tomasse o controle daquela situação.

E novamente na cabeça de Natasha, Wanda se via perdida já que agora as coisas pareciam diferentes. Da última vez, as lembranças de Natasha vieram como tiros para cima dela, mas agora era como se tudo estivesse devidamente organizado.

A única coisa a sua frente era uma mesa e um computador no meio de uma grande escuridão. Ela foi se aproximando cada vez mais do computador. Puxou a cadeira e se sentou em frente ao comutador, ela abriu a tela dele e seu nome pulava na tela.

Wanda clicou no próprio nome e um arquivo em branco se abriu, e de repente um monte de palavras começaram a surgir preenchendo a folha de forma rápida. Como se fosse a mente de Natasha trabalhando, escrevia e apagava e voltava a escrever até que o arquivo estivesse completo.

"Wanda,

Eu não sei bem como me expressar, mas eu vou tentar. Não estar falando isso na sua cara facilita um pouco, mas me faz sentir uma tremenda covarde por não poder te olhar enquanto falo isso. Então, me inspirando no senso de romantismo de Steve Rogers, eu vou te contar tudo que preciso. Penso em você a muito mais tempo do que pensa, e tudo que você faz tem mexido muito comigo.

Eu sinto coisas por você. Coisas que eu não deveria sentir e que eu nunca senti. Me sinto uma idiota por pensar em você com outros olhos, mas não consigo evitar... Eu te acho perfeita. E eu tenho medo, das coisas que eu sinto por você, e tenho medo do que pode acontecer se eu me deixar admitir o que eu sinto por você.

Pode voltar ao mundo real agora, acho que essas são as ideias principais e acho melhor conversarmos o resto pessoalmente, mas... Eu não quero parar de sentir essas coisas por você, por mais que me deixem tensa e assustada, mas se o que fez hoje foi porque alguma coisa em você disse que era para fazer... acho que eu consigo lidar com o medo."

Saindo da cabeça de Natasha, que abriu os olhos enquanto Wanda permaneceu de cabeça baixa, pensou em tudo que leu ali. 

- Wanda? - Natasha chamou por ela.

Quando Maximoff se permitiu voltar a realidade, levantou a cabeça para poder olhar nos olhos da ruiva. E os abriu para olhar a mais alta, algumas lágrimas saíram do verde, o que fez Natasha se ajeitar e ficar preocupada com o que Wanda tivesse visto.

- O que você viu? - Natasha perguntou.

- Seu texto... Ai, Nat... - ela secou sua lágrimas e se pós na ponta dos pés para abraçar Romanoff pelo pescoço. - Tá tudo bem... e eu também sinto coisas  por você, se você me entende. - sorriu.

- Você entendeu o que eu quis dizer?

- Não precisa dizer. Não precisa definir as coisas que sente, só preciso saber se quer continuar com isso - se separou e apontou com o indicador para os corpos das duas.

- É que você não viu a declaração que eu fiz para Melina - Ela sorriu, mas depois que viu Natasha franzir as sobrancelhas percebeu o que tinha dito - Não! Eu fiz uma declaração achando que ela era você, porque ela estava com um tipo de máscara que deixava ela com o seu rosto.

- Ah tá, soou meio estranho o que você disse. Mas... espera, o que você disse para Melina que na verdade era para mim?

- Bom é... que eu estava pensando demais em tudo que aconteceu nessas últimas semanas, e como tudo mudou em relação a minha visão de você. Que pensar em você me deixa feliz e que todos os momentos que passamos "juntas" - fez aspas - me fizeram mudar o jeito que te via. E que tudo que eu sinto, e agora sei que você também sente, estavam ligadas até você bem diretamente. E que eu quero descobrir o que me faz ficar elétrica, ou o que faz meu estômago revirar, ao seu lado. 

- Por favor, Nat, me deixa descobrir isso com você.

- Eu quero descobrir isso com você. 

- A gente vai descobrir então, tudo bem por você? - Natasha concordou com a cabeça e com um sorriso no rosto abaixou e beijou Wanda. - Vai ficar tudo bem...

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