Capítulo 15

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---- LUCAS PAQUETÁ ----

Acordo com a luz do dia batendo em meu rosto, esqueci de fechar a janela ontem. Quando consigo tomar minha consciência de volta, vejo como dormi e os flashs de ontem passam na minha cabeça, me fazendo sorrir. Estávamos na mesma posição, de conchinha, eu sendo a conchinha maior.

A vejo se mexer e coçar levemente seus olhos com a parte de cima da mão, o que mostra que também tinha acabado de acordar. Ela estava um pouco descabelada, o que a deixava mais fofa ainda.

- Bom dia, meu amor – digo, levando meu polegar até sua bochecha e acariciando ali.

- Bom dia, lindo. Dormiu bem?

- Melhor que nunca. - Quando eu me inclinei para beijá-la, a vejo se afastando. – O que foi?

- Tô com bafo – diz, colocando a mão em sua boca.

- Olha, quando nos casarmos, terei que estar acostumado com esse bafinho de ogro.

- Não tem não. E meu hálito é de uma princesinha, tá?!

- Claro, a Fiona, né? – Brinco e a vejo rir, ainda com a mão na boca. Ontem notei que nosso senso de humor é idêntico, o que me fez pensar ainda mais o quanto fomos feitos um para o outro.

- Tenho que ir pro meu quarto, camisa 7.

- Ah, por que? Fica mais aqui comigo, vai – choramingo, a puxando para mais perto.

- Meu amor, tenho que tomar um banho e me arrumar. Vou aproveita que agora são... – olha a hora em seu celular – 7h, ainda tá cedo. Não podemos correr o risco de alguém nos ver.

- Espera, então teremos que manter em segredo? Não posso nem te dar um beijinho do lado de fora dessas quatro paredes? – Faço uma expressão de cachorrinho abandonado.

- Infelizmente, por enquanto sim. A FIFA não permite, esqueceu?

- Verdade, poxa...

- Mas se quisermos ficar a sós, vamos nos mandar mensagem. Aí arrumamos um lugar para ir, uma desculpa e pronto. Sozinhos de novo. Pode ser?

- Claro! – Aproveito que ela está menos em alerta e a roubo um selinho.

- Lucas!!!

- Beijinho de bom dia, linda, não podia ficar sem. Agora vai se arrumar, vou me aprontar pro treino. Nos vemos no restaurante! – Ela concorda, me dá mais um selinho (sem ser roubado dessa vez:)) e segue para seu quarto, com a maior cautela para não ser vista.

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Chego no restaurante e todos os jogadores estão lá.

- Bom dia, gente!! – Digo, animado.

- Bom dia, Paquetá. Dormiu bem? – Responde Thiago gentilmente. Amo que ele nos trata como se fossemos os filhos dele.

- Dormi sim, e você?

- Igualmente. - Sorri

- Bom dia? Você quase nunca dá bom dia, ainda mais essa semana que você tá o próprio bicho do mato. Deu pra quem? – Implica Antony, claramente desconfiado.

- Começa não, Tourny – peço, me sentando na mesa. Quando olho para porta, vejo Duda chegar, abro um sorriso involuntário.

- Que cara é essa? – Me pergunta Vinícius. Apenas saio sem nem o responder e vou pegar meu café da manhã, balançando disfarçadamente a cabeça, torcendo para que Duda entenda que estou chamando ela.

Percebo que ela entendeu assim que deixou suas coisas na mesa da equipe e veio em minha direção.

- Bom dia de novo, linda.

Mina do Condomínio - Lucas PaquetáWhere stories live. Discover now