Capítulo 60

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‐--- DUDA FOURNIER ----

- Oi, Mari? — Me escoro na janela fechada e Marília faz o mesmo.

- Você tá bem?

- Tô sim, por quê?

- Ah, sabe... te senti meio distante no final da entrevista. Quando as meninas estavam falando de gravidez. — A mais velha sussurra a última palavra. No mesmo instante, tiro meus olhos da paisagem e a encaro.

- Tá tudo certo, Mari. Eu tô enjoada, mas é só isso. Não é como se um enjoo me mostrasse que eu estou grávida.

- Não? — Ela arqueia uma das sobrancelhas.

- Não. — A certeza que antes estava nítida em minha voz deu espaço à dúvida.

- Maria, você fez um teste? — Não consigo deixar de arregalar os olhos com sua pergunta.

- O quê? Não! Não!

- Faz então, amiga. Olha, se quiser, eu vou com você. Sei como ajuda um apoio feminino nessas horas.

- Mari... eu não tô grávida. Mesmo. — Garanto, mesmo ainda incerta.

- O que você tá sentindo, Duda?

- Como assim?

- Além do enjoo. Tem sentido mais alguma coisa? — Paro um pouco pra pensar e suspiro.

- Minha cabeça dói, além da vontade de vomitar. Mas acho que isso seja por causa do tempo que tô dedicando ao trabalho, que é demais por sinal.

- E sua menstruação? — Paro pra pensar novamente.

- Era pra vir dia 6.

- Está atrasada então. — Agora, sou eu que arregalo meus olhos. — Hoje é dia.. doze. — Olha a tela de seu telefone.

- Ai meu Deus. Puta merda. Marília, eu não posso! Eu não sei nem cuidar de mim direito! Imagina...imagina de um bebê! — Sussurro a última palavra.

Estava começando a ficar desesperada e a mais velha percebeu. Ela me envolveu em um abraço caloroso e sussurrou em meu ouvido:

- Vamos pro meu quarto, lá a gente conversa sem essa música alta. — Balanço minha cabeça concordando enquanto tento segurar as lágrimas que insistem em escorrer.

Saímos do quarto sem mais nem menos e, assim que chegamos no quarto do capitão do Flamengo, pego meu celular enquanto Marília pega o cartão-chave para abrir a porta.

"Lucas 7️⃣:

Eu: Oi, amor! Saí daí e vim conversar com a Mari! Depois passo no seu quarto para te dar boa noite."

- Fica a vontade, Duda! — Marília diz, colocando suas coisas na escrivaninha e se sentando na cama.

- Cadê Totói e Guto? Saudade deles. — Me sento ao seu lado.

- Deixamos com Bruno, Totói implorou pra passar um tempinho com ele e o irmão foi atrás. Mas vai, amiga, me diz.

- Marília, eu tô grávida! Você tem noção disso?! Tem um bebê! Aqui dentro! — Aponto para minha barriga.

- Calma, Maria! Ainda não temos certeza, pode ser um alarme falso. Amanhã, antes do jogo, a gente vai em alguma farmácia comprar o teste e voltamos pro hotel.

- Tá bom! Só nós duas, né?

- Sim! Depois você fala com o Paquetá.

- E se der negativo?

- Você fala do mesmo jeito. — Assinto e passo a mão em meu rosto. — Agora vem aqui, você tá muito nervosa. — Marília me envolve em um abraço e, finalmente, permito que as lágrimas apareçam.

Notas da autora:

Oii, vidas!! Como estão?

Trouxe um capítulo super curtinho porque preciso dar uns avisos!

1. Agora, as postagens serão dia sim, dia não, portanto, estarei postando apenas às segundas, quartas e sextas!!!

2. Estamos chegando ao fim dessa fic, por esse motivo, vocês vão reparar que os saltos temporais entre os capítulos estão maiores!

É isso!!

Beijocas 💋

- Lia.

Mina do Condomínio - Lucas PaquetáOnde histórias criam vida. Descubra agora