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Espero que gostem. Boa leitura.

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85.

Point view of Gabriel Martinelli

Quando eu fiz Maria Julia sair do banheiro eu preferi deixar ela quietinha, a levei para o quarto e depois sai. Dei de desculpa para minha mãe que Maju estava muito cansada da viagem.

Quando meu pai chegou em casa nos conversamos e eu disse que vim visitar eles e apresentar Maju a cidade. Meu pai ficou ansioso para a conhecer, e eu não consegui desmentir que não namorava Maria Julia, agora o estrago tava feito.

O dia passou rápido, Maju dormiu o dia inteiro ela só acordou a noite na hora do jantar.

-To apresentável? -Ela perguntou visivelmente nervosa.

Ela usava um short de alfaiataria branco e um cropped no mesmo tom, e nos pés um chinelo. Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo com alguns fios soltos.

-Tá linda, fica tranquila.. prometo controlar minha língua agora -Falei, eu não imaginei que uma simples frase iria mexer tanto com ela.

-Tudo bem -Eu percebia que ela tentava ao máximo ficar calma, não gritar ou me xingar

Eu fui até ela pegando sua mão e então a puxei para fora. Descemos as escadas, fomos até a área que usávamos para jantar, era meio dividido com a cozinha, meus pais já estavam ali apenas nós esperando.

-Pai, essa é a Maria Julia -Falei, a garota apertou minha mão.

Meu pai se levantou e veio até nós, deu um sorriso enorme e estendeu a mão para ela.

-Sou João, muito prazer-Ele falou, Maju com cuidado segurou a mão dele.

-Maria Julia, o prazer é meu -Ela sorriu tímida.

-Vamos jantar! -Meu pai se afastou indo novamente a mesa, nós o seguimos.

A mesa era de quatro lugares então cada um ficou em uma ponta. Meus pais começaram a conversar, vez ou outra perguntavam coisas a Maria Julia que respondia o mais curto que podia.

Eu vi o olhar de Maju se acender quando minha mãe finalmente citou faculdade e deu abertura para a garota dizer sobre sua faculdade e ligar a conversa aos sobrinhos. Logo eles conversavam animados sobre

-Nossa, você seria uma mãe incrível -Minha mãe falou e me olhou- Aí filho você reclamava tanto do mal jeito de Isa com crianças, finalmente uma namorada que se dá bem com crianças.

Eu prendi a respiração por alguns segundos, Maju me olhou e riu.

-Seria horrível, por que Gabriel também não tem jeito nenhum com crianças -Ela brincou- Mas a Isa tem diversas outras qualidades, é outra, eu não desejo ser mãe...

A minha mãe me olhou, meio duvidosa, ela sabia que eu sempre quis ser pai. Mas então eu fiquei quieto.

-Jura? Não sonha em ter uma família?

-Sonho claro -Maju sorriu- Mas eu não me imagino sendo mãe agora, eu sou muito complicada, talvez em um futuro sabe..

-Entao não é algo impossível? -Quem perguntou fui eu, Maju me olhou.

-Eu disse que não queria ser mãe por que eu tinha medo de ser igual meus pais -Ela falou- Mas eu nunca disse que quando eu me sentisse preparada psicologicamente eu não poderia ter filhos..

Eu não pude evitar sorrir, eu realmente tinha entendido que Maju nunca séria mãe, mas não era bem isso. É naquele momento eu pude imaginar tudo denovo, nós dois e um filho.

Ela desviou o assunto para os sobrinhos e a escolinha, e então o resto da noite se resumiu em minha mãe contar minha dificuldade com colégio e o quanto eu odiava escola.

-Desculpa não ter te poupado meu histórico escolar -Falei quando já estávamos no quarto, nós iríamos dormir juntos.

-Gostei de saber, você foi educado em casa... É interessante -Ela me olhou- Isso me fez pensar em Filippo, se ele não se adaptar a escola sabe. Pode ser uma opção.

-Eu acho que ele é muito novinho -Me aproximei a abraçando- Minha mãe percebeu isso nos meus oito, nove anos... Mas eu acho que vale tentar Pippo na escola, essa rejeição e natural de criança, mas se continuar quando ele crescer aí sim e de se pensar.

-Eu sei, eu queria muito ver Pippo adaptado na escolinha. Assim como o Bê. -Ela passou a ponta dos dedos pelo meu pescoço- Eu tinha todos os problemas do mundo, mas eu me dava bem na escola. Lucas estudava comigo, ele sempre me ajudou.

-Mesmo sendo mais velho?

-Os amigos dele sempre foram meus amigos, meu irmão era o que chamavam de popular então, era benefício ser irmã dele -Ela riu- Mesmo eu sendo louca e descontrolada, eles me aguentavam por causa do Lucas.

-Entendi -Eu fiz carinho em seu rosto- Eu queria tanto que sua vida tivesse sido diferente...

-Fica quieto -Ela falou, de forma rude e se afastou- Por favor fica quieto.

Ela foi até minhas malas e abriu ali roubando uma blusa minha, sem se importar se trocou em minha frente ficando apenas de calcinha e minha blusa.

Ela se sentou na cama e ficou me olhando.

-Nao vai deitar? -Falou feito uma criança, eu ri, eu nunca entenderia essa mulher.

-Eu sou louco por você Maria Julia -Falei tirando minha blusa e chinelos e me jogando na cama ela me abraçou- Amanhã nós vamos conhecer o CT do Ituano, e se quiser a tarde podemos ir na Neo química.

Ela concordou e beijou minha bochecha, em seguida meu pescoço, depois meu peito e então se deitou ali.

-Voce tem algum lugar importante aqui em SP? -Ela me perguntou- Tipo a ilha para mim...

-O CT, do Ituano -Eu tentei explicar- Aquele lugar é definitivamente meu lugar como você diz. Foi onde eu fui revelado, onde eu dei meu maior salto na carreira... Tudo que eu puder apoiar lá eu apoio..

Ela me olhou e sorriu.

-Boa noite -Ela falou- Prometo que vou me comportar direitinho para a gente aproveitar muito amanhã...

Eu ri e a abracei, ela fechou os olhos e eu fiz o mesmo. Era louco demais pensar que a Maria Julia que eu conheci a um ano e meio atrás, que faltava me tacar uma pedra na cabeça era a mesma Maria Julia que agora dormia no meu peito e me abraçava sentando no meu colo enquanto dizia que tava com medo de chuva.

-Boa noite minha coisinha complicada -Falei baixinho, ela se esfregou em mim mas não abriu os olhos.

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Espero que estejam gostando, até o próximo

Típica Mulher Brasileira - Gabriel MartinelliOnde as histórias ganham vida. Descobre agora