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Esse capítulo foi mais para vocês entenderem um pouquinho de como a Maju tá se sentindo com o Gabriel pq eu preciso disso antes de dar o desfecho da fic.
Espero que gostem, boa leitura.

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2 semanas depois...

Point View Of Maria Julia.

Nós já estávamos em Londres hoje era meu primeiro dia na faculdade aqui, além de ser meu primeiro dia com a nova psiquiatra.

Eu faria terapia de manhã, faculdade a noite, eu pensei em procurar um emprego meio período na parte da tarde, mas levando em consideração que eu começaria na escolinha dos meninos no próximo mês não valia tanto a pena.

Então eu continuei como sempre fiz, sendo bancada por Lucas, afinal até então eu morava com ele.

Meu irmão me levava para a terapia enquanto eu digitava loucamente no celular tudo que eu queria abordar na minha primeira sessão, obviamente todos os meus laudos já estavam com a nova profissional então eu não precisava me preocupar.

Encarei a pequena lista.

- Contar sobre minha relação com Gabriel.
- Perguntar se eu poderia fazer uma sessão de terapia com Gabriel.
- Contar sobre meu novo trabalho como modelo para uma marca do Rio.
- Contar sobre minha vontade de ficar perto do Gabriel, perto demais

Talvez todos ou quase todos os meus planos envolvessem Gabriel? Sim, mas no momento ele era uma grande incerteza na minha vida, e eu nunca tinha debatido sobre ele se forma clara, eu queria fazer isso de verdade.

Ao chegar Lucas me deixou e disse que voltava em uma hora. Entrei no consultório, a mulher se chamava Hailey, disse que já tinha lido meus papéis e perguntou sobre a maior dificuldade que eu tinha entre os vários problemas que eu já tratava, eu expliquei que era minha família.

Ela tentou abordar um pouco sobre, eu só falei um pouco sobre Bê e Pippo que eram a melhor parte de mim, e então desviei o assunto para Gabriel.

Eu expliquei que tinha muita dificuldade em sentir algo por ele, que eu queria muito mas aquilo me assustava, disse que tinha medo de Gabriel algum dia desistir de mim e fazer igual Reinier ou minha família fez comigo, nesse meio eu tive que explicar quem era Reinier.

-Sua dificuldade não é sentir algo -A mulher loira com cerca de 35 anos falou e eu prendi o ar- Você sente por ele, sente coisas até demais pelo que me contou. Sua dificuldade e deixar esses sentimentos evidentes. Maria Julia, eu acredito que a melhor maneira de saber que alguém é a pessoa certa é se entregar. Você deve se entregar, ser intensa ao máximo. Se ele se entregar e for intenso, tudo bem, mas se não for, tudo bem também, é algo dele que infelizmente você não tem controle.

-O problema é que eu não sei se consigo controlar -Murmurei sentindo lágrimas se aproximando- Eu sinto demais pelo Lucas, meu irmão, e diversas vezes esse sentir e demonstrar machucou nós dois. Meu jeito louco fez meu irmão fazer tanta coisa idiota, falar e fazer... Coisas que eu sei que ele nunca faria sem mim.

-Eu tenho quase certeza que já lhe foi dito -Ela disse seria- Não se chame de louca Maria Julia! Até onde eu sei seu irmão também faz terapia, é ele vem aprendendo a lidar melhor com você.

-Sim ele sempre fez... Mas acho que antes tudo era mais difícil.

-Sim, esforço somente de um lado realmente é quase impossível ter resultado mas agora não é assim! Você não acha que lida melhor com ele agora? Não acha que ambos tem sua vida separada mas mesmo assim ainda estão juntos?

Eu concordei, era verdade, depois que eu fui embora tudo melhorou não só para mim mas também para Lucas, tinha servido para nós dois sairmos da bolha, serviu para eu perceber que tinha um mundo ao meu redor, para Lucas perceber que infelizmente ele nunca poderia suprir toda a falta que existia em mim.

-Entao -Ela continuou- Por que você não pode sentir o mesmo pelo Gabriel e mesmo assim manter as coisas tranquilas?

-Eu não sei se consigo lidar com ciúmes, com brigas, com situações de casal -Fui sincera- Eu tinha pensado muito nisso, Deus! Eu tô pensando em tanta coisa...

-O que você tinha pensado?

-Eu queria que Gabriel fizesse uma sessão de terapia comigo... Não sei explicar, uma coisa para ele me entender sabe? Antes de eu aceitar qualquer coisa.

-Voce quer terapia de casal -Hailey sorriu- Isso é muito bom, posso encaminhar vocês para um profissional especializado na área, passo sua situação e sua intenção com isso...

-Sim -Murmurei- Hailey, eu to com medo. Medo de tudo isso, e se Gabriel não quiser isso, porra, quando eu paro para pensar em tudo eu começo a tremer, meu coração palpita. Eu nem me entreguei para o Gabriel ainda, mas o medo de perder ele é tão grande.

-Maria Julia, você sabe melhor que eu, um relacionamento não pode te causar ansiedade! Nunca -Ela me olhou, eu balancei a cabeça- Respeita o seu tempo, e respeita o tempo dele. Você nunca vai o perder se for sincera.

-Eu queria falar sobre o Rio -Falei tentando mudar de assunto, por que eu já sentia toda a ansiedade começando a me consumir- Eu fui chamada para ser modelo...

E então o assunto virou outro, acho que Hailey percebeu meus medos pois começou a escrever algo enquanto eu falava. Eu escolhi não falar sobre querer ficar mais perto do Gabriel, por que eu não conseguia nem falar sobre ter algo sério com ele, imagina falar sobre tanta intimidade.

Meu irmão me mandou mensagem avisando que Martinelli iria vim me buscar. Eu esperei paciente por dez minutos no lado de fora.

-Me perdi, desculpa -Gabriel abaixou o vidro do carro.

-Tudo bem -Falei e entrei no carro- Por que veio me buscar? Achei que você tava no treino inclusive.

Ainda era dez da manhã.

-Treino é a tarde hoje, não tinha nada agora de manhã. -Ele acelerou- Quer passar em algum lugar para comer?

-Nao obrigada... -Falei baixinho- Martinelli, você estaria realmente disposto a fazer terapia comigo?

-Como assim? -Ele rapidamente me olhou- Não era só uma sessão? É eu achei que você ia esperar para conversar sobre isso.

Eu me encolhi no banco, a fala rápida e desordenada dele fez meu coração acelerar e uma vontade de chorar me invadir. Com certeza não era algo que agradava ele.

-Eu sei que falei que ia esperar -Minha voz quase não saiu- Mas... Esquece... Pode me levar pra casa? Preciso arrumar umas coisas da faculdade, hoje é meu primeiro dia.

-Mas você tava falan... -Ele respirou fundo- Tá, eu te levo.

Fiquei em silêncio, Gabriel ligou o som. Tocava música internacional, aquela playlist não era dele mas eu não me dei ao trabalho de ver de quem era ou trocar. Eu só me concentrei em não surtar e não chorar.

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A partir do próximo capítulo acho que já vamos entrar na reta final, espero muito que estejam gostando. Até o próximo.

Típica Mulher Brasileira - Gabriel MartinelliOnde as histórias ganham vida. Descobre agora