ALEX É UMA PÁGINA VIRADA

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ALEX É UMA PÁGINA VIRADA, depois do que aconteceu na casa de Carlos, meus pensamentos são basicamente todos para ele. Eu já não vinha pensando tanto em Alex de uns tempos para cá, porém ainda existia uma pequena faísca de sentimento dele dentro de mim, e agora parece que ela se apagou totalmente e foi substituída pelo Carlos.

Não consigo decidir se isso é algo bom ou não, por mais que Carlos seja um cara incrível, não me sinto pronto ainda, preciso de mais um tempo. E ao mesmo tempo que não quero me envolver, não quero que ele encontre outras pessoas. O que me faz um canalha, quero que ele espere por mim, mas não posso ser egoísta a esse ponto.

Bato a minha cabeça no travesseiro pela milésima vez naquela manhã, não vejo a hora de repetir o que aconteceu na casa dele, mesmo que não tenha acontecido nada demais. Eu nem sei se foi um encontro ou não, afinal estávamos na casa dele com a mãe dele a poucos metros.

Talvez eu deva chamar ele para sair, como um primeiro encontro de verdade, para acabar logo com esse enigma na minha mente. Então depois de muito tempo pensando em um lugar percebo que não conheço nenhum lugar legal, sempre era o Alex que pensava e eu apenas concordava. Nunca fui muito de sair.

Resolvo pesquisar na internet e acho um fliperama que tinha uma boa avaliação e era um lugar cheio de adolescente. É claro que essa não é a melhor opção disponível. Porém o que poderia dar errado? É um lugar onde se tem jogos e comidas. Certo que eu não sou o maior fã de jogos, ainda mais desse estilo, mas era isso ou boliche e da última vez em que fui com Judd eu quase quebrei os meus dedos da mão e os dos pés também, então, não.

Seria até eufemismo dizer que ao chegar na escola eu estava nervoso, estava suando frio. Pensei que seria melhor convidar Carlos pessoalmente do que por celular, fala sério, seria muito antiquado. Quando mais chego perto de Carlos, mais nervoso eu fico, escondo minhas mãos em minha blusa, como eu já disse, quem tomava as iniciativas era sempre Alex, então isso é novo para mim. Mas tudo bem, respire fundo e vamos lá, pense positivo, ele vai dizer sim, é claro que vai.

- Carlos, ei.

- Ei. - E como sempre sua resposta vem acompanhada de um sorriso tímido.

- Eu estava me perguntando se você não queria ir sair qualquer dia desses?

- Como um encontro? – Sinto o meu rosto ficar quente, mas fico mais confortável ao perceber que Carlos também estava constrangido.

- Tipo isso? – Não era para sair como forma de uma pergunta, mas foi o que aconteceu, sabia que era o nervosismo falando mais alto, e tento respirar fundo para me acalmar.

- Claro, para onde? – E de repente a ideia do fliperama pareceu muito idiota naquele momento, talvez se eu tivesse me dado mais tempo antes de chamar ele para sair.

Minha resposta demorou demais para sair, como se eu esperasse que milagrosamente uma ideia de um lugar surgisse em minha mente. Vejo que Carlos está esperando minha resposta ansiosamente. - Tem um fliperama, muito legal, não fica muito longe da escola, podíamos ir lá. – E ao contrário do que eu esperava Carlos ficou realmente animado quando eu disse.

- Sim, isso seria legal. Sabe eu fiquei meio preocupado de que você ia me excluir depois do que aconteceu na minha casa.

- Não, é claro que não. Por que você pensaria isso? – De todas as coisas eu nunca pensaria que Carlos estava preocupado com que aconteceu na sua casa. Eu não vi problema nenhum em ele ter tentado algo, mas eu o entendo, você pensaria que uma pessoa que passou por algo traumático recentemente não estaria pronta para enfrentar uma coisa que possa desencadear o trauma, e eu de fato não estava pronto, mas em algum dia estarei e espero que seja com Carlos.

Estrela Solitária - TarlosOnde histórias criam vida. Descubra agora