TSUNAMI

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TSUNAMI, essa é a definição perfeita para o que acabou de acontecer como se um tsunami estivesse acabado de passar na minha vida naquele exato momento e destruísse tudo.

-Carlos, você poderia ir para sua casa? – Estava todo mundo reunido na sala de estar, meus pais, Carlos e eu para o meu desespero, apenas Judd não estava lá naquele momento, e todos ficaram apenas em silencio andando de um lado para o outro, como se não soubessem o que fazer. - Podemos marcar esse jantar para outro dia.

-Não peça para Carlos ir embora. – Fala com meu pai. Carlos era a minha única salvação naquele momento, ele não podia ir embora. - Vocês estão se intrometendo de novo na minha vida.

-TK, agora não. – Diz minha mãe. – Não piore as coisas.

-Tudo bem, TK, eu sinto muito. – Ele diz olhando para mim. - Até mais, Sr. e Sra. Strand.

Meus pais não falam nada até 10 minutos depois, sei que eles não sabiam o que fazer que estavam desesperados e eu também estava, faltava pouco para eu surtar, eu já estava chorando naquela hora, silenciosamente. Eles se sentam no sofá que fica de frente para o qual eu estou sentando, ao menos eles respeitaram o meu espaço.

-Por que você não nos disse? – Meu pai pergunta. Talvez porque nunca é fácil falar sobre isso e porque vocês são meus pais. Queria que Carlos não tivesse ido embora ou tivesse me levado com ele.

-Por isso mesmo, por conta desse olhar nos rostos de vocês. – Digo e mais lagrimas caem, eu podia sentir um ataque de pânico se aproximando. - Vocês, já sentiam pena de mim antes de saber o que aconteceu.

-Somos os seus pais, TK. – Minha mãe diz como se o fato deles serem os meus pais me obrigasse a contar tudo a eles.

-Por favor me deixem sozinho. – Coloco meus pés em cima do sofá, abraço meus joelhos e coloco meu rosto neles, não queria olhar para o rosto dos meus pais. Eu já estava no início de um ataque de pânico, eu não tenho um a tanto tempo que eu me esqueci como é ruim. Eu não conseguia respirar.

-Não. Não agora.

-O que nós fizemos, Owen? – Minha mãe fala, e eu posso ouvir o som de soluço em sua voz, o meu pai era o mais controlado naquela sala, e mesmo assim eu sabia que ele também estava chorando. - Como podemos deixar isso acontecer?

-Não foi nosso culpa, Gwyn, e certamente não foi culpa do TK.

-Como que não foi nossa culpa, Owen, ele é nosso filho, nosso bebê. – Minha mãe ergue a voz. - Sabíamos que algo estava errado, deveríamos ter lido entre as entrelinhas.

-Gwyn...

-Não encoste em mim, Owen, não me mande ficar calma. Nosso menino, Owen. – Eu não via o que estava acontecendo, por esta com o meu rosto em meus joelhos, mas eu não queria que meus pais brigassem, não queria ser a causa da briga deles. - Não sei o que fazer.

-Não era para isso está acontecendo. – Digo. – Vocês não deveriam descobrir.

Sinto minha mãe se sentar ao meu lado, percebo que ela fica em dúvida se encosta em mim ou não, até que eu sinto sua mão fazendo carinho em minha costa. Apesar de não querer que alguém encoste em mim, eu não me afasto, deixo que ela tente me confortar. Meu pai se senta do meu outro lado.

-Tyler. – Ele diz em um tom suave. – Olhe para mim.

-Não. – Digo, minha respiração estava ficando mais difícil, sinto que poderia desmaiar a qualquer momento.

-Amigo, você está tendo um ataque de pânico. – Ele constata o óbvio.

Os minutos se passam eu não estava melhorando, minha mãe então me puxa para que eu deite minha cabeça em colo e eu coloco minhas pernas em cima das pernas do meu pai, ela fica fazendo um cafuné em minha cabeça enquanto cantava uma música que ela sempre cantava quando eu era criança. Eu fui me acalmando aos poucos, estava quase dormindo.

Estrela Solitária - TarlosWhere stories live. Discover now