Capítulo 07

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Poderia vê-los perfeitamente através dos vidros das falsas e enormes janelas, que deixavam o local ainda mais sutil. Os dois conversavam e riam enquanto faziam a refeição acompanhada de vinho.

Foi como se ela tivesse sentindo minha presença ali, às suas costas. A jovem misteriosa olhou para trás sorrindo, seus olhos pousaram nos meus, seu sorriso já não era o mesmo, ela arqueou uma das suas sobrancelhas bem desenhadas e sorriu de lado.

Era a mulher da foto.

Adriel estava almoçando com a mulher que ele ama, deve ser a mesma que faz sexo do jeito que ele gosta, segundo o que me dissera ontem a noite.

Dei as costas para eles, saí do restaurante e entrei no carro. Eu só queria ir para casa.

***

Quinze dias depois...

Coloquei um vestido básico, porém elegante. Fiquei na sala de visitas aguardando impaciente Adriel chegar, para irmos à clínica fazer o bendito exame de gravidez.

O medo me assola no momento, tanto que minhas mãos suam frio e minhas pernas bambeiam.

Eu orei muito para que este exame dê negativo, espero que desta vez Deus tenha ouvido minhas súplicas. Eu não quero estar grávida dele, porque seriam mais nove meses morando sob o mesmo teto que Adriel Lobo.

Outra vez, verifico o horário na tela do meu celular e ouço passos firmes aproximando-se.

— Vamos...

Fez silêncio por um momento ao me fitar de baixo a cima. Seus olhos me avaliam de modo estranho.

Sigo-o até o jardim, onde ele deixou seu carro. Entramos no automóvel em silêncio e permanecemos assim, mas Adriel estava ao meu lado em uma inquietação visível e incômoda.

Próximo ao para-brisa, vi um batom. Talvez seja da sua amada Cecília, a qual ele dorme quase todas as noites que não volta para casa.

Soube que ela chegou a pouco tempo do exterior. Estava cursando a segunda ou terceira faculdade, não sei o exato. Parece ser formada em administração, contabilidade entre outras graduações. Tomás me informou que, atualmente, ela está trabalhando na matriz, ou seja, com seu namorado que, no caso, é o meu marido Adriel Lobo.

— Ana, a partir de amanhã teremos visitas em nossa casa. O advogado da família e o tutor farão visitas três vezes na semana.

— O que devo fazer?

— Finja estar feliz, você é boa nisso. Só precisa exibir felicidade no casamento. Demonstre que está ansiosa pelo bebê...

— Eu deveria estar cursando teatro, não é? Talvez eu seja uma boa atriz, já que para você, eu não passo de uma fingida, certo?

— Daria uma boa atriz!

O homem sorri em escárnio. Travei a mandíbula querendo bater com força no infeliz.

— Espero que o exame de gravidez dê negativo, espero que meu útero esteja seco, e que eu nunca tenha um filho seu. — me olhou aborrecido.

— Se der negativo, repetimos o procedimento. Querida esposa, Ana Lis.

Paramos no estacionamento do prédio, saímos do carro brigando.

— Por que você não faz seu filho com sua namorada, já que vocês dormem quase todas as noites juntos?

Não contenho a fúria, acabo despejando toda a raiva enquanto caminhávamos para o elevador.

— Do que você está falando? — franziu a testa ao se fazer de desentendido. — francamente, Ana!

A última virgem e o CEO cafajeste Onde histórias criam vida. Descubra agora