Capítulo 24

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Dias depois…

Desde o dia que Ana Lis cruzou meu caminho, tenho me lembrado muito daquele trágico acidente.

A garota que me arrastou pelo asfalto para eu não morrer queimado, voltou a invadir meus sonhos por várias noites seguidas e isso tem tirado meu sono.

— Então, Igor? Não encontrou a garota ou alguma pista dela? — Faço a pergunta pela décima vez.

A semelhança entre Ana Lis e ela, tem me perturbado dia após dia. Quando vi aquela foto na casa dos Duartes, comecei a procurá-la, as intuições só me levavam a ela.

— Por passar muitos anos, o hospital não tem mais as gravações das câmeras daquela época. O investigador disse que a probabilidade de a encontrarmos é mínima.

Esgotado após um dia cansativo de reuniões, Igor suspira e senta-se à minha frente.

— Sinto muito — diz categoricamente. — Mas, você perguntou a sua esposa?

— Perguntei. Ela disse que não, sem hesitar. Penso que não é ela, se estivesse mentindo eu teria percebido.

— Eu acredito que você está muito envolvido emocionalmente com a Duarte e talvez, quer que ela seja a sua garota.

— Você é patético, Igor Timberg. — meu sócio sorri.

Folguei a gravata e nos servi com dois copos de uísque.

— Ah! Adriel, sabe aquele projeto incrível que lhe falei? Estou prestes a pôr as mãos nele. O orientador está bem animado em negociar com a M&G'Lobos.

— Você me convenceu. Marque um encontro amanhã no horário de almoço.

Os olhos de Igor vibraram de felicidade.

— Você vai adorar o programa. Acredito que este protótipo vai ser ótimo para o comércio, e a empresa subsidiária em breve estará entre as melhores.

Diz convicto. Não foi em vão que o escolhemos para ser o CEO do grupo B. Confio totalmente nos investimentos de Igor.

— Quero conhecer esse tal gênio — digo ansioso.

Desde a semana passada, ele não parava de falar sobre um gênio que descobriu na faculdade Technew e vem insistindo para marcar uma reunião. Em meio a tantas que tivemos nos últimos dias, eu irei dar mais atenção a esse novo projeto.

***

Quando a noite chega, sinto a pressão de um dia exaustivo me esmorecer. Entrei em meu carro e fui para casa descansar.

— Que bom que você chegou.

Ana me fez parar antes que eu alcançasse a escadaria.

Pela expressão de seu rosto, imaginei que aquela conversa seria desagradável.

— O que você quer, Ana?

Tirei o terno e a gravata enquanto eu aguardava o que tinha a me dizer.

— Eu sabia que você não era nenhum santo, mas se submeter a isso?

Ela balançou a cabeça negativamente, eu meio que senti um embaraço emocional em meu peito devido à maneira como ela me encarava, ousada.

— Dá para ir direto ao assunto? Estou exausto.

Minha voz soou baixa e cansada. Ana tirou um papel do envelope e me entregou.

— O que é isso? — franzi a testa preocupado.

— Eu sabia que você tinha me drogado naquele dia.

A voz não era tão doce como de costume.

— Só pode estar maluca!

A última virgem e o CEO cafajeste Onde histórias criam vida. Descubra agora